Assédio sexual
Fotógrafo da rainha de Inglaterra acusado de assédio sexual

Internacional

Isabel II e revista Vogue suspendem colaboração com Mario Testino. Fotógrafo ia fazer o casamento de Harry e Meghan.

Seg, 15/01/2018 - 17:21

As denúncias de abuso e assédio sexual que envolvem famosos continuam a crescer. Um dos últimos casos que veio a público envolve os conceituados fotógrafos de moda Mario Testino e Bruce Weber. Os dois são acusados de comportamento sexual coercivo por vários modelos e assistentes, numa reportagem publicada no jornal «The New York Times». Ao todo, são 15 os relatos.

Ao ter conhecimento de tais acusações, a rainha de Inglaterra, Isabel II cancelou, de imediato, a colaboração que tinha com Mario Testino para fotografar a família real britânica. Há várias décadas que Testino trabalhava com a monarquia inglesa.

Fotografou os príncipes Harry e William desde o seu nascimento até à atualidade, o anúncio do noivado de Kate Middleton com o príncipe William e o batismo da segunda filha do casal, a princesa Charlotte. Este ano, tinha sido escolhido para fotografar o casamento do príncipe Harry com Meghan Markle, mas depois das acusações de assédio sexual de que foi alvo, já não o vai fazer.

Despedido de várias revistas

Também na sequência destas acusações, Mario Testino foi dispensado pela grupo Condé Nast – detentor de títulos como a Vogue, a GQ, a Vanity Fair, a W e a Glamour. Bem como Bruce Weber. Esta segunda-feira, 25 de janeiro, a diretora da revista Anna Wintour, emitiu um comunicado.

«São os dois meus amigos pessoais e autores de contribuições extraordinárias para a Vogue e para muitos outros títulos da Condé Nast há anos (…) Acredito fortemente no valor do arrependimento e do perdão, mas levo as alegações muito a sério e na Condé Nast decidimos suspender a nossa relação profissional com os dois fotógrafos.”

15 testemunhos de assédio contra os fotógrafos

O jornal The New York Times refere que «15 atuais e ex-modelos masculinos que trabalharam com Bruce Weber (…) descreveram um padrão do que dizem ser nudez desnecessária e comportamento sexual coercivo, muitas vezes durante sessões fotográficas». Os homens, escreve o jornal, «recordaram, com uma consistência notável, sessões privadas com Bruce Weber, nas quais ele lhes pediu que se despissem e os conduziu em exercícios de respiração e ‘energia’».

Em relação a Mario Testino, o The New York Times reuniu 13 testemunhos, de modelos mas também de assistentes do fotógrafo. Dois manequins queixaram-se do comportamento de Testino nas sessões fotográficas de campanhas da Gucci na década de 1990.

«Se querias trabalhar com o Mario [Testino], precisavas de fazer uma sessão nu no Chateau Marmon [hotel em Los Angeles, nos Estados Unidos]. Todos os agentes sabiam que isto era o que decidia o fim ou avanço da tua carreira», contou Jason Fedele.

Antigos assistentes de Testino contaram ao jornal que o fotógrafo «tinha um padrão de contratar homens jovens, geralmente heterossexuais, e de sujeitá-los a avanços mais agressivos».

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