António Raminhos
Exibe marcas de operação: «Senti a esvair-me em sangue, estava tudo infetado»

Nacional

António Raminhos recorda operação à qual foi sujeito «nos anos 90» e que deixou marcas para a vida.

Qui, 06/08/2020 - 19:00

António Raminhos recordou a operação a uma hérnia a que foi submetido quando tinha 19 anos e que lhe deixou sequelas visíveis ainda hoje. Nas redes sociais, o humorista, agora com 40, explica que esteve três dias internado no Hospital Curry Cabral, em Lisboa, que na altura «mais parecia hospital de campanha e onde as ‘salas’ eram divididas por taipais».

«Muita gente goza comigo por causa da ‘cicatriz da cesariana’ ou diz que a minha ‘barriga está triste’. Sem problema como é óbvio, mas a história já tem mais que se lhe diga», começa por adiantar, para depois descrever o que presenciou. 

Durante o período em que esteve hospitalizado, Raminhos teve a seu lado «um homem que passava várias horas do dia a escarrar para um saco de plástico que tinha carinhosamente pendurado ao lado da cama». «Eram longos segundos em que ele inspirava profundamente e fazia um som gutural para ir buscar a gosma mesmo lá ao fundo. Como se não bastasse, durante a noite sentava-se na cama, virado para mim, a comer bolachas maria fazendo questão de sonorizar cada mastigadela com um ‘mnha mnha mnha’. Três taipais à frente tinha um homem que gritava a noite toda, para além da equipa de enfermagem que falava a alto e bom som durante a madrugada», lembra.

«Sinto a esvair-me em sangue […] estava tudo infetado»

O pior aconteceu, ainda assim, quando teve alta e foi enviado para casa. «Dois dias depois, começo a explicar que sentia algo estranho. Custava-me muito a mexer e parecia que tinha algo… Ao terceiro dia, estou com 39,5 de febre», afirma. António Raminhos acabou por ir para as urgências e, sem anestesia, a médica retirou-lhe os pontos. «Vi o pânico da cara dela. Nesse momento, sinto a esvair-me em sangue. Não era sangue, era pus… estava tudo infetado».

«Foram as dores mais horríveis que me lembro de ter. Os médicos tinham de enfiar seringas e seringas de betadine para dentro e espremer a minha barriga para limpar tudo. Durante um mês tive de andar com um buraco e um dreno a fazer pensos diários. O processo era bonito. Enfiavam-me, entre a pele e a parede abdominal, gaze enrolada num ferrinho e eu sentia, literalmente, aquilo a mexer dentro de mim. Como este tratamento foi feito nos centros de saúde dos anos 90, a maior parte das vezes estava a fazer o penso e ao meu lado, um ou outro toxicodependente a fazer o seu penso de feridas abertas feitas pelas agulhas ou sei lá o quê».

A terminar, António Raminhos assume que ficou cim «sequelas desta treta». «Não é a história do coitadinho, é só uma história dos anos 1990». 

Veja a imagem na galeria acima.

Texto: Ana Filipe Silveira; Fotos: Reprodução Instagram

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