Andreia Rodrigues
«Gosto de dizer ‘amo­‑te’ todos os dias»

Nacional

ENTREVISTA – A apresentadora Andreia Rodrigues, de 35 anos, admite ser uma romântica e confessa que gostava de voltar a ser mãe

Ter, 23/04/2019 - 14:16

Com 35 anos, celebrados a 11 de abril, Andreia Rodrigues viveu um dos mais importantes aniversários da sua vida junto do marido, Daniel Oliveira, diretor­‑geral de programas da SIC, e da filha, Alice, de dez meses. “É o meu primeiro aniversário com a Alice, e estou muito feliz, acima de tudo porque tenho à minha volta aquilo que acho que é realmente o mais importante, que é o amor dos meus, a família e a minha filha”, revela à VIP a apresentadora de Quem Quer Namorar com o Agricultor?, programa que apresenta na SIC. Andreia Rodrigues assume­‑se como uma mulher prática e sem rodeios. Uma forma de ser que a ajudou na apresentação do formato. Habituada a mexer na terra desde pequena, conta que guarda na memória as viagens que fazia até à terra da avó materna, em Torres Vedras. “Lá, tinha contacto com o campo, com os animais, e depois tenho o outro lado da família, em que, apesar de ser um lado mais de pescadores, tinham hortas. E tenho a memória de ir com a minha avó paterna buscar a alface, a cenoura, de tirar os tomates para fazer a salada. Essas memórias estão muito vivas em mim, esses cheiros. Sou uma eterna apaixonada por tudo o que tenha a ver com o campo, com os animais, portanto senti­‑me muito bem nessa simplicidade, e, pelo facto de poder ter privado com estas pessoas, gostei muita experiência”, confessa a profissional da SIC, garantindo que vai ficar a saudade, agora que terminaram as gravações, apesar de o programa continuar em exibição. “Se voltar a viver esta experiência, irei abraçá­‑la; se for viver outra experiência, irei fazê­‑la com o mesmo entusiasmo”, adianta, sem deixar claro se vai ou não haver uma nova temporada do formato. 

VIP – Qual foi a maior dificuldade que sentiu na apresentação deste programa?
Andreia Rodrigues – Foi a gestão das emoções, porque estamos a falar de pessoas reais que abriram as suas quintas, as suas casas, as suas vidas, os seus corações, e que estão ali sem filtros. Mas houve uma relação sempre muito feliz. Senti um enorme carinho de todos os envolvidos no programa. A D. Zélia [mãe de Ivo Pires] teve sempre com um abraço fantástico, que faz lembrar o abraço da minha avó, aquele abraço quente e fofinho. Houve momentos mais felizes e mais infelizes, sempre ali de mãos dadas, lado a lado. Estive sempre a tentar tirar o melhor da experiência e acho que consegui. Tem sido fantástico.

Neste programa fala­‑se de amor, e já assumiu ser uma romântica. Como vive o amor no seu dia-a-dia?
Com intensidade! Sou uma pessoa que gosta de dizer às pessoas que gosto delas. Não tenho medo das palavras nesse sentido. Sou uma pessoa que gosta de estar bem com a vida, não gosto de viver com mágoa, com rancor. Gosto de estar em paz. Gosto muito de gostar das pessoas e procuro sempre que as coisas fiquem resolvidas. Não tenho medo das palavras e não tenho medo de dizer “amo­‑te” todos os dias. Gosto de o dizer.

O seu marido, Daniel Oliveira, é também um homem romântico? Ou a Andreia é mais?
Temos uma dinâmica romântica, se bem que o romantismo não tem que ser expressado. O romantismo vai muito além do bouquet de flores;  também já tive disso, mas romantismo é estarmos atentos ao outro e estarmos lá para dar o abraço, para darmos a mão no momento certo, às vezes um beijinho na face e dizer ao ouvido: “Estou aqui, está tudo bem.” O romantismo é também isso. É a pessoa estar lá, na paz, na tranquilidade.

Uma dinâmica que veio ser alterada há dez meses, com o nascimento de Alice? 
É natural que a dinâmica de uma família se altere. Não podemos esperar que, depois de termos um filho, tudo continue como dantes. Respeito muito cada dinâmica familiar, e não tenho o direito de julgar, mas para mim não é a Alice que tem de se adaptar à minha realidade, sou eu que tenho de me adaptar à minha filha. Ela não sabe o que é estar sozinha, por isso não posso esperar que a minha filha durma seis ou sete horas, isso é publicidade enganosa. Se esses bebés existirem, são raros, são a exceção. Eles precisam de colo, isso é normal, é importante para o desenvolvimento deles, para a segurança. Assim, é natural que, numa primeira fase, tudo o resto fique num plano secundário. Agora, temos é que encontrar dinâmicas familiares, a nossa dinâmica, para que a família continue a existir. A mulher, o marido.

Neste regresso ao trabalho, conta com algum apoio familiar ou uma empregada?          
Conto com a ajuda da minha mãe e também tenho alguém que nos ajuda lá em casa. Mas, acima de tudo, conto com a minha mãe, o que me dá um descanso enorme.    

Gostava de voltar a ser mãe? 
Numa fase, em que me perguntavam se eu queria ter filhos, houve uma altura em que comecei a resguardar-me. Hoje, vocês já sabem porquê [Andreia Rodrigues sofreu dois abortos antes da gravidez de Alice]; portanto, passado esse processo, se a Alice tivesse um irmão, seria maravilhoso. Sim, quero dar um irmão ou uma irmã à Alice! Sim, quero voltar a ser mãe! Se isso será possível ou não, não sei. A vida, a Natureza mo dirá, que seja o que tiver de ser, sem ansiedades, com tranquilidade, mas não será para já. Talvez quando a Alice tiver dois ou três anos, mas gostava que não houvesse uma distância muito grande entre irmãos. 

Dizem que as mãe vivem com o coração nas mãos por causa dos filhos. Sente isso?
O coração vive fora de nós! Há uma expressão, para mim, que diz muito do que é a maternidade: “Um filho traz­‑nos o melhor e o pior.” O melhor, porque é um amor, uma felicidade. O Mundo pode estar a ruir, que uma pessoa chega a casa e aqueles olhinhos cruzam­‑se com os nossos e existe um sorriso, e está tudo bem, não há problema nenhum. Mas o oposto também acontece: a vida até pode estar tranquila, tudo aparentemente bem, e de repente eles ficam doentes, uma pequena coisa já é um aperto no coração, e a Alice ainda só tem dez meses. Quando nasce um filho, a liberdade emocional é uma coisa que termina. Nós nunca mais vamos ser livres. Quando não estiver com a Alice, nunca mais conseguirei estar só naquele sítio, acho. Parte de mim estará sempre com a Alice, o meu pensamento estará sempre com a minha filha, mesmo que por instantes. Acho que isso faz parte da maternidade. Se calhar há pessoas que vivem isso de uma forma diferente, mas é isso que sinto. 

Com vidas intensas, como fazem a gestão do tempo com a Alice? 
Não tenho um dia com uma rotina. Às vezes, entro às sete da manhã e saio às quatro da madrugada. Nessas situações – é o tempo que tem de ser –, aproveitava o tempo à noite, do leitinho, para lhe dar beijinhos e dizer que a amo muito, e depois deixá­‑la a dormir, para logo de manhã me afastar. Mas, por norma, encontramos, ao final do dia, tempo, que vivemos em conjunto – também dou espaço para que a Alice tenha só os seus momentos com o pai, pois acho que são importantes. E depois é deitar a Alice, contar a história, e vai dormir, e nós também temos ali aquele momento em que jantamos, conversamos e namoramos um bocadinho, o que também é essencial.

O seu marido é crítico em relação ao seu trabalho? 
Acho que conseguimos separar muito bem a relação profissional da pessoal. Enquanto meu marido, obviamente que se houver alguma coisa que ache que foi menos bem, que não goste, dir­‑me­‑á e dará a sua opinião. Enquanto diretor de um canal do qual faço parte, trata­‑me como qualquer outro ativo. O que tem a dizer é dito no bom e no mau sentido.

É duro?
Quando tem de chamar a atenção de alguma coisa, não é duro, é correto. Diz as coisas como ela são, sempre com uma perspetiva construtiva, mas foi assim sempre que conheci o Daniel. 

Está orgulhosa do trabalho que ele tem feito na SIC?
Acho que tem sido um caminho feliz, que tem refletido o trabalho, a dedicação, o esforço, o empenho e o talento dele. 

Texto: Célia Esteves; Fotos: Zito Colaço
  

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