Ana Marques continua a sentir-se especial na SIC
«Acho que tenho um ecletismo que alguns têm, outros não»

Nacional

Em plena era de mudança da SIC, Ana Marques continua a ser uma das apresentadoras mais solicitadas, apesar de ainda não ter conseguido um programa a solo. A apresentadora esteve à conversa com a VIP e desfez-se em confidências.

Seg, 27/05/2019 - 14:58

Muito feliz com o novo projeto do irmão, Ana Marques esteve, esta quinta-feira, dia 23 de maio, presente na inauguração da marca de roupa assinada por Manuel Marques. A VIP apanhou-a a espreitar as peças e pediu-lhe uns minutinhos de conversa. Sempre simpática, acedeu e começou por elogiar o empreendedorismo do humorista: «Estou muito orgulhosa, acho que é um trabalho muito, muito bem feito.»

Atenta à moda, a apresentadora da SIC não podia estar mais entusiasmada com a Cotton City. «Eu veria este novo projeto como um extraordinário projeto de moda português. Sendo que, na origem está o meu irmão e a minha cunhada, tenho um carinho especial. Eu conheci o projeto ainda antes de ele se tornar camisola, ainda quando só tinha o projeto em computador. E achei logo o projeto extraordinário, porque não são camisolas bilhete-postal, não são camisolas para os turistas, são camisolas para nós usarmos. É uma pura marca de moda, que tem como pano de fundo, a história de muitos lugares e de muitas lendas portuguesas», defendeu, cheia de vaidade pelo facto de o irmão ter decidido apostar na qualidade.

Fã de moda, Ana Marques vai estando atenta às tendências. Afinal, não nos esqueçamos que este é um departamento que (também) domina. «Gosto de moda, já apresentei muitos desfiles de moda, para a SIC, há uns anos. Durante algum tempo tive essa pasta, sempre estive muito ligada às questões da moda. Hoje em dia, no dia-a-dia, só quero é coisas práticas, porque passo o dia de saltos altos na televisão e quero coisas confortáveis. A moda para mim é isso mesmo: não é o consumo pelo consumo, é o consumo pela diferença. Pela não massificação.»

 «Não é um programa de fofocas»

É ela quem, atualmente, abre as manhãs da SIC, ao lado de José Figueiras. Por isso, no inverno, levanta-se ainda antes do sol nascer. Ossos do ofício e um profundo amor pela profissão. «Eu já fazia o Queridas Manhãs, portanto, só tenho que despachar-me meia hora antes do que era habitual. Acordo às 06h45 e depois é tudo assim uma linha de montagem, desde casa até entrar no programa, em que não pode falhar um minuto. Mas eu estou a fazer o que gosto, escolhi esta profissão, estudei para isto, portanto, estou feliz.», confidencia à VIP. O sorriso, de facto, confirma.

Durante o dia, Ana Marques tenta encaixar-se noutros projetos e, à noite, corre para o programa Passadeira Vermelha, um formato que a conquistou desde o primeiro minuto. «O Passadeira teve uma história antes, no início da SIC Caras, depois transformou-se e eu acreditei nele, sobretudo, pelo valor humano das pessoas que lá estão e pela nossa química. A minha com o Cláudio [Ramos], com a Liliana [Campos], a Luísa [Castel-Branco], depois entrou a Joana Latino, depois entrou a Maria Botelho Moniz, depois entrou o Nuno Azinheira. Nenhum de nós deixou que se perdesse aquele espírito de sala, de conversa, de estarmos dentro da sala das pessoas e de as pessoas estarem na nossa sala. E esta conversa muito coloquial, muito à vontade, de quem fala dos assuntos como se estivesse no café…» 

«Não posso é arrumar mais coisas dentro da minha vida.»  

Atenta aos comentários àquele que é um dos programas mais falados da atualidade, Ana Marques defende a pertinência do formato. «Isto não é um programa de fofocas, realmente é um programa de notícias cor-de-rosa, que nós comentamos, mas ali com o limite entre falar das pessoas, não magoar as pessoas e, sobretudo, falar dos costumes e dos comportamentos sociais. Eu acho que vai muito além de falar sobre pessoas conhecidas. Porque, muitas vezes, nós falamos de nós próprios, brincamos connosco próprios, com as nossas idiossincrasias, portanto é uma conversa em cerejas, é uma conversa ramificada. Começa num ponto de partida e, depois, viajamos para nós, para as nossas histórias, contamos rábulas nossas, inventamos rábulas de momento, aquilo é um programa para estar.»

«Acabamos tarde, começamos cedo, mas divertimo-nos imenso», assegura o eterno rosto de Bravo, Bravíssimo. «Depois também tenho o Posso Entrar, que é um programa de decoração, na SIC Caras, de onde venho agora, e, pronto, gostava de fazer mais, porque gostava de fazer mais coisas, mas não posso é arrumar mais coisas dentro da minha vida.»  

A verdade é que o seu profissionalismo não a desvincula da estação de Paço de Arcos. Foi lá que cresceu, enquanto comunicadora, e é por lá que continua a emprestar um cunho pessoal de que a SIC não prescinde. «Eu já fiz os programas da tarde, eu já fiz os programas da manhã, só não se pode dizer que eu ‘sou a apresentadora titular de…’ Eu não tenho complexo nenhum com isso. Eu sou uma funcionária da televisão, estou ao serviço da televisão, tenho a sorte de poder fazer essas coisas todas, não ser titular só de um programa e poder andar em todos», assegura à VIP.

«Eu sou a dona da minha carreira»

Com um currículo vastíssimo, Ana Marques já colocou um pé em praticamente todos os canais que pertencem ao universo SIC. «Só me falta a SIC Radical, porque, de resto, já passei pelos canais todos. Portanto, a mim dá-me muito mais gozo do que dizer ‘ai, eu sou a titular de…’. Não! Eu sou uma profissional de televisão e, portanto, vou a todas e divirto-me imenso e gosto muito mais disso. Acho que tenho um ecletismo que alguns têm, outros não, e, com 30 anos de carreira, eu não estou preocupada em estar nos mupis, [Mobiliário Urbano Para Informação, uma ferramenta publicitária] ou dizer que sou a dona deste programa. Não! Eu sou a dona da minha carreira e faço a minha carreira como gosto. E estou feliz com isso.»

Filhas «roçam ali um bocadinho a área artística»

Com duas filhas gémeas, Laura e Francisca, de 9 anos, Ana Marques assume que não tem mãos a medir. «As meninas estão muito crescidas, crescem muito depressa, vão fazer dez anos… Mas a vida é assim, atropela-nos às vezes e nós vemos isso com o crescimento das crianças.»

Habituadas ao mediatismo, as pequeninas já perceberam que estão a crescer num ambiente muito particular, o da exposição. «Apercebem-se, porque, no fundo, elas vivem um bocadinho neste meio, porque é o tio que é conhecido, é a madrinha que é conhecida (n. r.: Conceição Lino), é a mãe… Agora acham muita graça quando eu lhes gravo uns vídeos sempre que vai lá um cantor que elas gostam muito. Eu gravo um vídeo para elas e elas ficam completamente fascinadas com aquilo, portanto, apercebem-se de um certo fascínio desta idolatração de algumas pessoas, mas não são deslumbradas, que isso para mim é que é importante.» 

A chegar à primeira década de vida, Laura e Francisca já denunciam uma certa apetência para o universo televisivo. «Eu digo-lhes sempre: ‘quando vocês forem crescidas, a televisão já não existe como nós conhecemos, mas, sim, roçam ali um bocadinho a área artística. E eu estou sempre a dizer: ‘quero uma médica e uma advogada, não pensem noutra coisa.’ É nessa base…», brinca a comunicadora. «Mas elas já me garantiram que isso não vai acontecer.»

Texto: Tânia Cabral; Fotos: Zito Colaço e Reprodução Instagram

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