Chamava-se Kamo e foi brutalmente violada e morta na África do Sul. A história que emocionou milhares de internautas afinal era mentira.
Tudo começou com uma conta de Twitter, chamada Just Khuthi. Uma jovem sul-africana fazia publicações regulares a relatar uma história de uma suposta amiga chamada Kamo. Em apenas 140 caracteres de cada vez foi contando a novela. Fez 70 “posts” e conseguiu a atenção de milhares de seguidores. Todos queriam acompanhar a história que parecia tão real.
A personagem principal, Kamo, era uma menina de 12 anos e amiga da autora da conta de Twitter. Tudo corria bem, até que a jovem desaparece, ninguém sabe do seu paradeiro. As publicações seguintes relatam a procura, seguindo pistas que Just Khuki tinha encontrado no telemóvel da amiga.
O choque surge: Kamo tinha sido brutalmente violada e morta.
A Internet revoltou-se, os hashtags a dizer “RIP Kamo” surgiram. A menina que tinha deixado milhares de seguidores presos àquela história tinha partido. O seu nome foi usado na rede social mais de 60 mil vezes. As mensagens de pesar sucederam-se.
Foi pedida justiça. Alguns representantes governamentais do Departamento das Mulheres sul-africano manifestaram a preocupação com o caso. O jornal sul-africano “Star” dedicou uma edição à Kamo.
O desfecho é o menos esperado. Não passou de uma invenção. “Escrevi a história para mostrar às pessoas quão mau é viver na África do Sul… Peço desculpa por ter enganado toda a gente”, explicou a autora. A Kamo era realmente uma amiga, a Kamo realmente morreu. Mas não foi por violação nem assassínio.
Um assunto que parecia ocultado ficou na ordem do dia. Apesar de não ser verdade, a história tornou-se um exemplo e acabou por resultar em mais de 50 mil queixas por abuso sexual.
Texto: MDA; Fotos: D.R.
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