Quando me dizem para não julgar, nem apontar o dedo àquela que abandonou o bebé no lixo, não sou capaz de não o fazer. E sabem porquê? Porque eu fui a filha de uma sem-abrigo durante dois anos. Andei na rua com a minha mãe, a dormir em escadas debaixo da ponte, onde calhasse e em momento algum a minha mãe me tentou matar nem pôr no lixo, nem afogar-me no rio. Protegeu-me do frio e do calor da melhor maneira que conseguiu, porque sabia que eu não era culpada pelos erros dela.
Como é que eu posso entender alguém que sabia que estava grávida? Sim, porque ela tinha namorado e um dos sem-abrigo alertou-a sobre o facto de estar grávida e ela ainda teve a esperteza de mentir ao dizer que tem problemas intestinais. Como posso compreender alguém que depois do nascimento do filho ainda fica indecisa se afoga o filho ou o deixa ser triturado vivo?
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VEJA AINDA: Psiquiatra afirma: «Vai ser muito difícil para o filho entender a atitude da mãe»
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