17 anos depois da novela Filha do Mar
Diana Marques Guerra abre o coração e fala dos maiores sonhos

Nacional

Começou a carreira de atriz em criança, na novela Filha do Mar. Agora, aos 27 anos dá entrevista à VIP onde fala sobre a profissão e a vida pessoal

Qua, 05/09/2018 - 21:00

Natural da Benedita, onde viveu muitos anos, Diana Marquês Guerra ficou conhecida aos dez anos de idade como a pequena Maria Barquinho da novela Filha do Mar, da TVI. Cresceu entre o Porto, Lisboa e Luanda, Angola. Já na adolescência foi estudar para Inglaterra, mas nunca esqueceu Portugal, nem o sonho da representação. Com 27 anos, volta a brilhar, agora também no grande ecrã, com o filme Levianos.

VIP – Como foi a sua infância?
Diana Marques Guerra – Muito viajada e com muitas influências de culturas diferentes. Foi uma infância vivida com saudades do meu País, mas muito feliz e muito enriquecedora. Acho que quando vivemos ou crescemos a lidar com outras realidades de vida temos uma visão do Mundo diferente, aprendemos a tentar ver o outro lado e damos mais valor ao que realmente importa. São vivências que ficam e por vezes só mais tarde em adultos aprendemos com elas.

Tem algum episódio que recorde com mais carinho e saudades?
Existem tantas memórias! Mas sempre que penso na minha infância viajo automaticamente para as mil e uma brincadeiras e traquinices que aprontava com a minha prima Rita. Brincávamos muito juntas. Fazíamos espetáculos de dança e teatros para a família toda e ainda cobrávamos bilhete! Foi muito bom crescer numa terra pequena e numa época de menos perigos e menos tecnologia, tínhamos mais liberdade.

Tem irmãos?
Tenho um irmão mais velho e já sou tia em dose dupla. Tenho duas irmãs pequeninas e uma a caminho que vivem em Luanda com o meu pai.

Como é a sua relação com os seus pais ?
Tenho uma boa relação com os meus pais, que sempre apoiaram as minhas escolhas. Com a minha mãe, tenho uma relação muito especial, é a minha mãe e a minha melhor amiga, somos mesmo muito amigas. Admiro-a muito, é uma mulher muito especial, forte e determinada. Espero ter herdado qualquer coisinha dela.

A televisão foi sempre um sonho?
Curiosamente não. Aliás enquanto gravei a telenovela Filha do Mar, com dez anos, dizia que queria ser médica pediatra. Na verdade acho que não pensava muito na profissão que queria ter quando era criança. 

A sua família apoiou-a?
Sempre. Toda a minha família me apoiou sempre.  O grande apoio foi sem dúvida a minha mãe. 

Foi um percurso difícil até chegar onde chegou? 
Não foi fácil, mas hoje em dia nada é fácil. É uma profissão onde nada é certo, nada é eterno e onde a luta não para. A estabilidade é pouca, por isso, aprendemos a lidar com esta incerteza. Por outro lado, esta é uma profissão de muita liberdade e temos o privilégio de viver experiências únicas.

Como surgiu a sua primeira oportunidade na TVI?
Foi aos dez anos na Filha do Mar. Inscrevi-me num casting nacional e fui passando as várias fases até à final. 

E como foi o seu percurso até chegar à SIC?
Assim que percebi o que pretendia fazer, fiz formação em Inglaterra. É um percurso ainda curto, mas de aprendizagem, trabalho, dedicação e empenho. Trabalhei a primeira vez com a produtora SP na telenovela O Sábio para a RTP e daí surgiu a oportunidade de integrar o elenco fixo deste projeto. Deram-me a oportunidade, estou a agarrá-la, a fazer por merecê-la e estou de “alma e coração” muito cheios. É uma grande aposta da SIC.

Leviano foi a sua primeira estreia no cinema?
Já tinha feito uma pequena participação num filme inglês, mas o Leviano foi, sem dúvida, uma estreia em cinema para mim. A Adelaide foi uma personagem muito desafiante, que me deu muito prazer em viver. É uma jovem rebelde, bonita e provocadora, é a irmã mais velha da família, mas também a mais sozinha e perturbada. Não poderia pedir mais para uma estreia em cinema. Tenho orgulho no trabalho que fiz neste filme. Foi um projeto muito enriquecedor. 

Consegue eleger entre cinema, televisão e teatro?
Acho que quanto mais conseguirmos variar as técnicas, as experiências e a diversidade mais crescemos enquanto atores. A maior parte das vezes vamos trabalhando consoante as oportunidades que surgem, outras somos nós próprios que as criamos. Guardo todas as experiências na televisão, no teatro e no cinema com muito carinho, cresço pessoalmente e profissionalmente com todas elas e não me vejo a fazer uma só, gosto de todas, são diferentes, completam-se e completam-me profissionalmente.

A representação foi a sua primeira escolha?
Sim. Assim que acabei o secundário, licenciei-me em Media & Performance em Manchester e voltei para Portugal.

Já a fascinava esta área desde pequenina?
Foi só na adolescência que comecei a pensar em tudo isto mais a sério. É uma área que me desafia e me põe à prova e é isso que procuro. É uma profissão difícil, exigente e onde somos avaliados por todos pelo nosso trabalho, tento superar as expectativas e superar-me em cada trabalho. Este é o verdadeiro desafio, é isto o que também motiva e fascina.

Quais são as suas grandes influências?
Pessoalmente destaco o trabalho da Marion Cotillard, Kate Winslet, Meryl Streep, Charlize Theron e o Leonardo Dicaprio. Existem determinados trabalhos de atores, e determinados filmes e séries que me interessam em particular, ou seja, acabam por ser muitas as minhas influências. 

Consegue manter relações de amizade no seu trabalho?
Claro que sim. A maioria dos meus amigos são de longa data e do tempo de adolescência. Tenho um grupo de amigos muito unido e muito divertido. Mas também crio amizades no trabalho, é menos comum, mas é assim em todas as profissões.

É uma área muito competitiva?
É como em todas as áreas. É muito competitiva porque há muita gente para o mesmo trabalho, como a maioria das áreas hoje em dia.

Ainda a reconhecem como a “Filha do Mar”?
De vez em quando, quem acompanha o meu trabalho no presente sabe onde tudo começou e algumas pessoas  quando me abordam chamam-me  carinhosamente“menina do mar” ou “filha do mar”

É muito abordada na rua?
Quando sou é sempre de forma muito simpática e tranquila.

E como reage a isso?
Muito bem, em geral as pessoas são sempre muito simpáticas mesmo e quando me abordam é sempre com carinho.

O que gosta de fazer nos tempos livres?
Gosto muito de estar em casa, de ver séries e filmes, estar com as pessoas que são especiais na minha vida, gosto de jantaradas de amigos e família, e gosto muito da companhia dos meus animais! 

Vive sozinha ou partilha casa com alguém?
Este ano decidi viver na minha terra, na Benedita e fazer o trajeto para Lisboa todos os dias por isso é quase como se vivesse com a minha família. A minha casa fica à distância de poucos passos do resto da minha família. Tem sido muito bom.

Tem namorado?
Sim.

É um sonho para si casar e ter filhos?
Nunca fantasiei muito nem com uma coisa nem com a outra. Gostava e quero muito ter filhos no futuro, mas não para já. Neste momento o meu foco está a 100 por cento no trabalho. Essa será uma outra fase da minha vida e que a acontecer, acontecerá naturalmente.

O que ainda gostava de ver realizado pessoal e profissionalmente?
Tantas coisas! Sinto que ainda tenho muito para dar, para fazer e aprender, mas não penso demasiado no assunto. Aprendi a viver nesta profissão passo a passo, gosto de ser surpreendida pelas oportunidades que surgem. Sempre que estou a trabalhar, sempre que estou com quem mais gosto são realizações e tento não criar demasiadas expectativas. Até agora tem corrido bem.  

Texto: Ana Rocio; Fotos: José Manuel Marques; 

Produção: Elisabete Guerreiro; Maquilhagem e Cabelos: Ana Coelho  

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