Avó De Sara Norte
“Vou recebê-la de braços abertos”

Famosos

Eugénia Gaspar quer a neta longe do novo Big Brother

Qui, 04/04/2013 - 23:00

Eugénia Gaspar, mãe da falecida Carla Lupi, ex­ mulher de Vítor Norte, abre o coração à VIP e explica porque culpa de forma remota Teresa Guilherme de toda a desgraça da sua família. Afinal, para a antiga bancária, a apresentadora é culpada de ter criado o romance entre o ator e Cláudia Cadima, relação que levou ao fim do casamento de 22 anos com a mãe de Sara Norte. Esse terá sido o ponto de partida para uma bola de neve de acontecimentos que, no entender de Eugénia, culminaram com a morte da filha, vítima de cancro, e com a prisão da neta, que sai em liberdade em maio, e que dia 8 de abril completa 28 anos. Contactada pela VIP, Teresa Guilherme defende­ se da acusação dizendo que não faz qualquer sentido ela ter criado o romance entre os dois. “Se a Cláudia estivesse em jogo, eu podia ajudar, mas ela estava fora da casa. Eu não podia fazer nada.” Já Cláudia Cadima prefere não fazer comentários sobre este assunto, uma vez que já aconteceu há muito tempo, mais concretamente em 2002. Esta conversa com Eugénia Gaspar surge numa altura em que a TVI prepara o regresso à antena do Big Brother VIP e para o qual a Imprensa tem avançado o nome de Sara Norte. A confirmar­ se, significaria que ela, em maio, sairia da prisão de Algeciras, onde está detida por posse e tráfico de droga, diretamente para a casa mais famosa do País, que volta a ser apresentada por… Teresa Guilherme.

VIP – Esta nossa conversa é tida numa altura em que o Big Brother vai voltar com figuras públicas e para o qual é avançada a possibilidade de Sara sair da prisão – coisa que acontece em maio – diretamente para o reality show da TVI. O que acha disto?
Eugénia Gaspar ­– Não sei de nada, mas a ser verdade, acho estranho e prefiro não comentar.

Sobretudo porque o formato volta a ser apresentado por Teresa Guilherme, a quem acusa de ser a razão remota de toda a desgraça da sua família. Porque diz isso?
Eu só conheci a senhora na altura do Big Brother Famosos. Ela magoou­ me a mim, magoou a minha filha, magoou os meus netos e deu cabo da vida da minha filha.

Porque é que afirma isso?
Porque o Vítor era amoroso para a Carla. Eles tinham acabado de mudar de casa para uma vivenda, oferecida por nós. Nada fazia prever que o casal estivesse a passar uma fase complicada. Ele estava a filmar com a Cláudia Cadima e com a Sylvie Rocha, com quem mais tarde viveu. Agora, com a Cláudia Cadima nunca me constou que tivesse tido nada, daí a surpresa. Mas não só por isso. Eu não percebo nada de televisão, mas acho que a produção do BB Famosos era, em última instância, responsabilidade da apresentadora e que é possível fazer um programa de televisão sem estragar a vida a ninguém.

Neste caso, considera que Teresa Guilherme lhes estragou a vida?
Sim, porque mesmo não estando dentro da cabeça da dona Teresa Guilherme, houve acontecimentos que me marcaram até hoje. Vi os meus netos a sofrerem muito na plateia e a família em casa com as constantes cenas “sujas”, como é óbvio elaboradas pela produção, nada próprias de um chefe de família exemplar como era o Vítor.

Disse que acha que Teresa Guilherme fabricou o romance?
Sim, porque ela assume­ se como produtora do programa e também como “casamenteira”, mas, neste caso, esqueceu­ se que se tratava de um homem com um casamento de 22 anos e pai de filhos.

Que recordações tem desses momentos que a marcaram pela negativa?
Uma cena que me marcou a mim e aos meus netos, onde a Cláudia Cadima entrou, amarrada pela cintura num guindaste, dentro da casa para fazer cenas impróprias com o Vítor.

Acha que não havia necessidade de empolarem estes momentos?
Acho que não foi o Vítor que pediu para a senhora Cadima fazer tais cenas. Foi, eventualmente, uma “maldade” da produção da senhora Teresa Guilherme. Ninguém me diga o contrário, porque ela quis ver o circo a pegar fogo. Se ela diz que é tão amiga do Vítor, e se é boa pessoa, não quereria estragar a vida de um casal com dois filhos menores. Não devia ter feito isso só para ganhar audiências.

No confessionário, Vítor falava de Cláudia.
Falava porque a apresentadora puxava por ele. E aquilo que eu via não era o Vítor Norte que eu conheço! E a prova é que, no funeral da minha filha, ele esteve presente e falou muito bem dela. E aqui, se me permitem, aproveito para lhe agradecer publicamente a forma como me apoiou nesse momento tão doloroso da minha vida.

Mantém uma boa relação com ele?
Hoje em dia sim, mas na altura deixei de lhe falar porque fiquei muito magoada.

Se tivesse oportunidade de falar com Teresa Guilherme, o que é que lhe diria?
Nada. Nem sequer falaria com ela, pois creio que “tudo o que se semeia colhe­ se”.

Então, culpa Teresa Guilherme pelo fim da relação de Carla com Vítor?
Sim, porque a Carla ficou destroçada e acabou por pedir o divórcio, ainda ele estava na casa. Como seria de prever, tudo o que viu foi demais.

E acredita que foi a partir daí que as coisas começaram a correr mal?
É óbvio! Ela sentiu­ se de tal maneira ferida e humilhada perante o País inteiro, ficou tão deprimida que “entrou” na toxicodependência (como ela publicamente o confessou num canal de TV). Quer dizer que ela ter caído na toxicodependência se deveu à grande depressão em que ficou depois das cenas já referidas, presenciadas por ela e pelos filhos. Ela viu a vida dela toda destruída naquele momento por aquela mulher. Aquele não era o Vítor, o homem por quem ela estava apaixonada. Foi fraca, deixou­ se abalar e caiu na toxicodependência. Foi trágico, durou muito tempo e a cura foi muito cara e nós tivemos de gastar tudo o que tínhamos. Fiquei reduzida à pensão de reforma. Depois da cura veio o tabaco em excesso, o cancro e, por fim, a morte.

Culpa Teresa Guilherme, mas porque não culpa Cláudia Cadima?
Porque a Cláudia Cadima foi um “objeto usado”. Eles só estiveram juntos um ano, enquanto havia benefícios do facto de ele ter ganho o programa. Eu lembro­ me de a Sara ir a casa dela ver o pai e dizer que o António Feio estava quase sempre lá. Isso ainda me ajuda a acreditar mais que aquele foi um romance inventado pela produção do BB.

Acredita que esta vivência da mãe tenha marcado também o percurso de vida de Sara.
Completamente. A certa altura houve uma revolta terrível. Nós estávamos a ajudar a Carla e não pudemos dar tanta atenção à Sara. Nessa altura, a Sara não tinha dinheiro, teve de mudar de casa, deixou o curso de Direito e mudou para Comunicação Social sem nos dizer uma palavra. Mas eu via como a Sara estava. Ela sempre estudou e trabalhou e nunca nos pediu ajuda e nem nós tínhamos disponibilidade financeira para tudo.

Olhando para trás, para o percurso todo de Sara e para as coisas que lhe têm acontecido, enquanto avó, como é que se sente?
Sinto que ela tem sido uma menina muito sacrificada. A Sara rebentou a uma dada altura; foi ao fundo. Ela mostrava boa cara e dizia que aguentava trabalhar e estudar, mas não conseguia. Teve um trabalho bom na Caixa Geral de Depósitos até que, influenciada não sei por quem, vai trabalhar à noite num bar de strip a servir bebidas ao balcão. Quando descobri por uma revista, tive um AVC. Alguém lançou a suspeita de que tinha sido eu a dar a informação à revista. A revista depois disse que nunca tinha falado comigo e publicou um desmentido. É uma bola de neve e parte tudo do BB Famosos, porque por ter ido servir copos despede­ se da Caixa, porque estava a ser ostracizada pelos colegas, fica no desemprego e resolve emigrar para a Suíça, para casa de uns amigos. Depois esteve em Londres, mas eu nunca mais falei com ela. Deixámos de ter notícias dela.

Então só soube de Sara quando ela foi presa?
Sim, quando a Carla me ligou, a chorar, a dar a notícia e a dizer que ia tratar de tudo. Nessa altura, ela já estava doente. Descobriu o cancro em 2010.

Então não sabe o que aconteceu?
Não. Eu escrevi­ lhe, já para o estabelecimento prisional, e perguntei porque é que não tinha vindo ter connosco e ela disse simplesmente que nós já lhe tínhamos dado muito e pediu perdão, estava muito envergonhada e arrependida.

Ela está quase a sair. O que lhe vai dizer?
Vou recebê­ la de braços abertos, com todo o amor e carinho. Tem­ me descrito nas cartas tudo o que faz. No primeiro mês fez limpezas, depois foi aprender sevilhanas, foi aprender espanhol, tirou um curso de cabeleireira e aprendeu noções de bibliotecária. Está a adquirir competências.

Quando ela sair, acredita que vai ter mais oportunidades profissionais?
Sim, tenho essa esperança.

Sara faz 28 anos a 8 de abril. Como acha que vai ser este dia?
Eu vou esperar que ela me ligue, porque ela é que tem de tomar essa iniciativa, para lhe dar os parabéns. Mas já lhe comprei um postal muito bonito para lhe escrever para a prisão. Também tenho uma prenda, mas vou dar­ lha pessoalmente quando ela sair da prisão.

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Impala

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