Isabel Stilwell
Vive o Natal com outra intensidade desde que é avó

Famosos

“Rejuvenesço quando
vejo o mundo através dos
olhos das minhas netas”

Sex, 06/12/2013 - 0:00

É uma avó orgulhosa das gémeas Carmo e Madalena, de três anos, filhas da cantora Ana Stilwell. A escritora e jornalista Isabel Stilwell, a pretexto do lançamento do seu mais recente romance histórico Ínclita Geração – Isabel de Borgonha, a Filha de D. Filipa de Lencastre que levou Portugal ao Mundo, falou com a VIP e contou como vive o Natal. Na verdade, a escritora é uma apaixonada pela quadra e diz que, com as netas, vive tudo com muito mais entusiasmo.

VIP – Do que trata a obra Ínclita Geração – Isabel de Borgonha, a Filha de D. Filipa de Lencastre que levou Portugal ao Mundo?
Isabel Stilwell – Conta a história de Isabel, a única filha de D. Filipa de Lencastre e de D. João I, a única rapariga da ínclita família que moldou o destino de Portugal. Enquanto o seu irmão Henrique se virava para Sul, e dava novos mundos ao mundo, Isabel, aos 32 anos, partia para Norte, para casar com o poderoso e rico duque de Borgonha. Esta época é emocionante na Europa, é a época da guerra dos 100 anos, de Joana d´Arc, e o papel da “nossa” Isabel é determinante, mãe que depois é do único filho legítimo do duque… Mas, mesmo de longe, segue ao detalhe tudo o que vai acontecendo em Portugal e faz todos os esforços para manter unida uma família que, sem a sua presença, corre o risco de se perder em confrontos e desavenças, sobretudo depois de o seu irmão Pedro ter sido assassinado. É muito emocionante.

É uma boa prenda de Natal?
Sou suspeita, mas diria que sim.

É fácil ser escritora, jornalista, mãe de três filhos e avó?
Às vezes é difícil chegar a tudo e fico com a sensação de que falhei nalgum dos campos, que devia ter prestado mais atenção a alguém, ou a alguma coisa. Mas, regra geral, é ter o melhor de todos os mundos. Gosto imenso do que faço e sou uma mãe e uma “avó-galinha”.

Qual o papel de que gosta mais?
Acho que não conseguia ser feliz sem todos eles e também acho que não me realizaria tanto nuns sem os outros. A minha escrita, quer como jornalista quer como escritora, reflete muito daquilo que sou, do que vivo e do que sinto e acontece o mesmo ao contrário: o facto de ser jornalista e escritora também muda a forma como sou mãe, avó, amiga, etc.. Aliás, não é por acaso que sempre que os meus filhos traziam amigos cá a casa diziam: “Prepara-te para o interrogatório da minha mãe… é que ela é jornalista!”

Sente que é uma avó diferente do que foi enquanto mãe?
O papel de mãe e de avó é, por natureza, diferente, não só porque temos idades, prioridades, horários e disponibilidades diferentes, mas também, e acima de tudo, porque ser avó pressupõe já ter sido mãe. Ou seja, a experiência já nos ensinou que há batalhas, em termos de educação, que não vale a pena ter, e que há outras coisas a que não demos suficiente importância, mas que concluímos que fizeram falta.

Escreveu uma vez que “era ótimo se pudessem ser avós, antes de serem mães”. Porquê?
Não me lembro em que contexto o disse, mas só pode ter sido no sentido em que, quando olhamos para os nossos filhos crescidos, e nos orgulhamos deles, percebemos que nos angustiámos com tanta coisa que não valia mesmo a pena! Que o mais importante é o exemplo – se formos boas pessoas, eles também o serão.

Como estão as suas netas Carmo e Madalena?
Estão ótimas! Cresceram imenso desde que foram para a escola. Confesso que há um bocadinho de mim que tem pena de as ver crescer, mas, por outro, começam a entrar numa fase em que já gostam de fazer muitas das coisas que eu gosto de fazer (como ver a Mary Poppins!). Sinto-me rejuvenescer quando vejo o mundo através dos olhos delas.

É fácil arranjar tempo para elas?
É mais fácil fazer com que o tempo com elas, seja muito ou pouco, seja absolutamente só delas. E isso acho que é o mais importante.

Que programas costumam fazer?
É uma felicidade imensa quando conseguimos fazer coisas juntas, só nós as três, passear nos jardins e ver o nome das plantas, levantar vasos e encontrar minhocas, ou sentarmo-nos em frente da lareira a ler um livro. Gostamos de ir aos baloiços no parque da vila de Sintra, depois ir comer um travesseiro à Piriquita e, finalmente, apanhar um autocarro para casa. Com crianças na família o Natal é sempre mais animado.

Como é o seu Natal?
Gosto imenso do Natal, sobretudo da semana anterior, da expectativa, do fazer o presépio e a árvore, de escrever e receber cartas do Pai Natal, de ir apanhar musgo. Durante uns anos tive de arrastar os meus filhos para estas coisas e houve vezes em que pedi sobrinhos mais pequenos emprestados. Agora, tenho as minhas netas que vivem tudo isto com enorme entusiasmo.

É muito diferente dos Natais da sua infância?
Não é nada diferente do da minha infância. Até eu não cresci assim tanto! Continuo a pôr uma meia no fundo da cama, à espera do Pai Natal, a ligar pouco à comida, mas muito à decoração da casa e da mesa e, sobretudo, a acreditar que os holofotes devem estar sobre o Presépio e o Menino Jesus. Um Deus que nasce num estábulo, entre palhinhas, e que vem para servir e não para ser servido, e nos reúne todos em volta dele, é o sentido do Natal que me importa e que dá sentido a tudo o resto.

As suas netas acreditam no Pai Natal? Como mantém essa crença?
Se eu acredito, como é que elas não haviam de acreditar? Pomos todos meias no fundo da cama e elas aparecem cheias de coisas pequeninas na manhã seguinte e as bolachas estão comidas, e o copo do leite vazio. Na tradição da minha família, os presentes a sério são dados pelos pais. A minha mãe indignava-se muito com a tradição do sapatinho em que o Menino Jesus deixava presentes, porque dizia que não fazia sentido dizer que o Menino Jesus dava presentes a uns e não dava a outros, que favorecia uns em detrimento de outros.

Qual a melhor prenda que lhe podiam dar?
Gosto de presentes que me surpreendam, que mostrem que quem mos oferece me conhece bem e sabe adivinhar o que eu gostava de receber.

Desejos para 2014?
Que encontremos saídas para a crise, que todas as pessoas consigam encontrar não só trabalho, como trabalho que as realize. E, claro, que as pessoas, sobretudo as de quem mais gosto, sejam felizes. Ah, e claro, queria mais umas horas, nas 24 horas de cada dia.

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Liliana Silva; Produção: Elisabete Guerreiro e Manuel Medeiro; Cabelos e Maquilhagem: Ana Coelho com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel

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