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“A má notícia é que, aparentemente, estou morta”

Internacional

A carta de uma mãe, que morreu vítima de cancro, está a pôr o mundo a rir e a chorar

Qui, 28/01/2016 - 12:12

A norte americana Heather McManamy era uma jovem mãe com apenas 36 anos quando recebeu o diagnóstico trágico: cancro na mama. Com pouco tempo de vida, Heather quis deixar uma carta dirigida a todos os que a conheciam, não imaginando que a mensagem ia correr mundo nas redes sociais.

Um testemunho que está a deixar o mundo a rir e a chorar…

“Então… tenho boas e más notícias. A má notícia é que, aparentemente, estou morta. A boa é que, se tu estás ler isto, com certeza não estás (a não ser que tenham wi-fi no além). Concordo, é uma porcaria. É uma porcaria sem tamanho, mas sinto-me muito feliz por ter vivido uma vida tão repleta de amor, alegria e amigos incríveis. Tenho sorte em poder dizer, com toda sinceridade, que tenho zero arrependimentos e que gastei todas as minhas energias tentando viver a vida ao máximo. Eu amo-vos a todos e agradeço a cada um por ter dividido comigo momentos maravilhosos.

Qualquer que seja a tua religião, eu fico feliz que ela te traga algum consolo. Mas peço que respeites o facto de que nós não somos religiosos. Então, por favor, não digas à Brianna que estou no céu. Na cabecinha dela, isso significa que eu escolhi estar noutro lugar, que eu a deixei. Na verdade, eu fiz tudo o que pude para ficar junto dela e não há nenhum, NENHUM outro lugar em que eu preferiria estar do que ao lado dela e do Jeff. Por favor, não a confundam, não a façam pensar, nem por um segundo, que isso talvez possa não ser verdade. Porque eu não estou no céu. Estou aqui. Só não estou nesta porcaria de corpo que se virou contra mim. A minha energia, o meu amor, o meu riso, e todas aquelas lembranças incríveis, está tudo aqui com vocês.

Por favor, não te lembres de mim com pena ou com tristeza. Sorri, sabendo o tanto que nós nos divertimos juntos, sabendo que o tempo que passamos juntos foi maravilhoso. Eu detesto deixar as pessoas tristes. Mais do que qualquer coisa, eu adoro fazer as pessoas rirem. Então, por favor, ao invés de ficar remoendo a tragédia da minha morte, ria das lembranças que criámos juntos e do quanto nos divertimos.

Por favor, conta histórias para a Brianna, para que ela saiba o quanto eu a amo e como sempre vou-me orgulhar dela (e me faça parecer muito, mas muito mais “fixe” do que sou). Porque não há nada na vida que eu ame mais do que ser a mãe dela. Nada. Cada momento que eu passei com ela foi uma felicidade que eu não imaginava existir até que ela apareceu na minha vida.

E não diga que eu perdi a batalha contra o cancro. Porque o cancro pode ter tirado tudo de mim, mas ele não tirou o meu amor, a minha esperança ou a minha alegria. Não foi uma batalha, foi simplesmente a vida. Muitas vezes ela é brutal e injusta, e é assim que as coisas são. Eu não perdi, caramba. Eu considero a forma como vivi com cancro durante anos uma vitória enorme. Por favor, lembre-se disso.

E o mais importante, eu tive a sorte de passar mais de uma década com o amor da minha vida e com o meu melhor amigo, Jeff. Almas gémeas existem. Cada dia com o Jeff ao meu lado foi hilariante e repleto de amor. Ele é, com certeza, o melhor marido do universo. Durante toda essa porcaria de cancro, ele nunca foi embora, mesmo naqueles momentos em que a maioria das pessoas iria querer fugir. Mesmo nos piores dias imagináveis, encontramos uma forma de rir juntos. Eu amo-o mais do que a própria vida e acredito sinceramente que esse amor, de tão especial, só pode ser eterno.

O tempo é o que há de mais precioso neste mundo, e eu sou muito grata por ter partilhado tantos anos da minha vida com o Jeff. Eu amo-te. E eu acredito que a nossa filha é uma encarnação desse amor. Só de pensar que vou ter que me despedir de vocês, isso parte o meu coração. E se a sua tristeza for a metade da minha, meu coração se parte de novo, porque a última coisa que eu quero nesta vida é fazer vocês sofrerem.

Eu espero que, com o tempo, vocês possam pensar em mim com um sorriso porque tivemos uma vida incrível. Então pesquisem aí o “Physicist’s Eulogy” no Google e saibam que é um fato científico: eu sempre vou estar com vocês. Eu sei que, se vocês pararem e prestarem atenção, vou estar aí (da forma menos assustadora possível). Vocês são o meu mundo e não há palavras que descrevam o quanto eu amei cada instante que passamos juntos.

Amigos, eu amo todos vocês e agradeço a cada um por uma vida inacreditável. E obrigada a todos os médicos e enfermeiros maravilhosos que cuidaram tão bem de mim. Eu não duvido que a minha equipa médica fez tudo o que pôde. Do fundo do meu coração, eu desejo a todos vocês uma vida longa e saudável, e eu espero que vocês possam sentir a mesma gratidão que eu sinto por cada dia vivido. Se fores ao meu enterro, por favor assegura-te de que a conta do bar está à altura da ocasião. Liga o som, toca “Keg on My Coffin” (Barril de cerveja no meu caixão) e dança em cima da mesa (em algum momento é bom que haja alguém a dançar).

Celebre a beleza da vida com uma festa de arromba porque é isso que eu gostaria. Eu acredito que, de alguma maneira, eu vou achar uma maneira de estar lá também (tu sabes que detesto perder uma boa festa). E como eu estou aguardando ansiosa a oportunidade de assombrar todos vocês, na verdade isto não é um adeus, e sim um até breve. Por favor, só faça uma coisa por mim: tira alguns minutos cada dia para celebrar essa aventura frágil e louca da vida. E nunca te esqueças: cada dia importa.”

Texto: MDA; Fotos: D.R.

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