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“Vejo os meus amigos em aventuras e eu nunca posso”

Enquanto os amigos combinam viagens de férias e se divertem, António Félix da Costa tem de concentrar-se nas corridas de GP3. Aos 19 anos, é um dos mais promissores pilotos portugueses que poderá chegar à Fórmula 1. Em idade de viver  paixões, António, que integra a equipa Status Grand Prix, diz que nunca precisou de dizer que é piloto para impressionar uma mulher.
 
VIP – Este campeonato não lhe tem corrido muito bem. Está um pouco desapontado?
António Félix da Costa – Não temos tido uma época fácil até agora, tem-me acontecido de tudo, para ser sincero. Coisinhas muito pequenas, mas que a um nível muito perto da F1, em que é tudo muito competitivo, acabam por afectar e me atrasam imenso. No fim-de-semana na Alemanha, por exemplo, optámos por uma estratégia que não foi a melhor em que montámos os pneus errados no carro. Pusemos os de chuva quando a pista ainda estava seca, mas a previsão apontava para chuva. Parece que não me querem ver no pódio, mas eu não baixo os braços e tenho de manter-me ao melhor nível.
 
Receia que os resultados menos positivos afectem as suas possibilidades de chegar à F1?
Afectar, afecta sempre. Estamos numa corrida para a F1 e não sou o único, os outros 29 pilotos que correm comigo também estão. Mas eu acho que é aqui que se distinguem os bons pilotos dos medianos. É uma questão de não desistir e continuar a acreditar. Já andei na frente e as pessoas ligadas à F1 vêem isso e reconhecem.
 
O que é preciso fazer para que essa aspiração se concretize?
Ainda tenho cerca de dois ou três anos até entrar na F1. Tem de haver resultados. Este campeonato já vai ser complicado, mas tenho estas últimas corridas para mostrar que estou pronto para dar o salto para uma categoria superior, a GP2, que é o degrau mesmo abaixo da F1. Também é importante ter as pessoas certas a ajudarem-me e tenho o Tiago Monteiro atrás de mim, assim como o meu pai, o meu irmão Duarte e o meu preparador físico, porque a minha condição física tem de estar ao melhor nível.
 
Sente que tem de abdicar de muita coisa para poder dedicar-se a 100%?
A única altura do ano em que estou mais ou menos livre é em Dezembro e Janeiro, que é quando começa a nova época. Mas nos outros meses do ano estou constantemente a viajar e tenho passado muito tempo em Inglaterra, porque a minha equipa é inglesa, a preparar-me para as corridas. Férias de Verão terei agora duas ou três semanas em Agosto. Tenho de abdicar de várias coisas. Vejo os meus amigos irem de férias para o Algarve e a combinarem viagens e eu nunca me posso meter nessas aventuras. Esta é a altura mais importante do ano e tenho de me manter bem fisicamente e de saúde. 
 
Como é o António fora das pistas?
Sou divertido. Sei estar com os meus amigos e na mesma onda do que eles. Há um campeonato de futebol, que apesar de amador é bastante profissional, chama-se All Stars, e juntei a minha própria equipa e estamos a lutar pelos primeiros lugares. O meu irmão Pedro também participa. Eu sou o manager, pois não posso jogar porque corro o risco de torcer um pé ou partir uma perna e ponho em risco a minha carreira.
 
Está com 19 anos, na altura das paixões. Alguma vez disse que era piloto para impressionar as raparigas?
(Risos) Não, não sou de me gabar. E hoje em dia, ao nível tão avançado que isto está e depois de ter feito o teste da F1 que foi óptimo para me pôr no "mapa" no mundo da F1, a quantidade de pessoas que me apoiam no Facebook, na rua, todos os meus amigos e as pessoas que me conhecem de vista sabem que sou piloto, por isso não há necessidade de andar a dizer. E também não é por aí, uma mulher que se interesse por mim por ser piloto não é a certa.

 
Texto: Helena Magna Costa; Fotos: Liliana Silva; Produção: Romão Correia; Maquilhagem e cabelo: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L'Oréal Professionnel

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