Paulo Rocha
“Trouxe comigo todas as minhas paixões”

Famosos

Em entrevista exclusiva no Rio de Janeiro, o actor conta que está “muito solteiro” e que não deixou nenhuma namorada em Portugal
Há um mês e meio no Brasil, a gravar a novela Fina Estampa, que estreou na última semana na Globo em horário nobre, Paulo Rocha, de 34 anos, ainda está a “medir o terreno onde pisa”. Numa produção exclusiva para a VIP no luxuoso Relais & Chateaux Santa Teresa Hotel, no Rio de Janeiro, o actor fala das saudades que tem da família, de como está preparado para as mulheres brasileiras e como se empenha em se sair bem na novela.

Qui, 01/09/2011 - 23:00

 

Há um mês e meio no Brasil, a gravar a novela Fina Estampa, que estreou na última semana na Globo em horário nobre, Paulo Rocha, de 34 anos, ainda está a "medir o terreno onde pisa". Numa produção exclusiva para a VIP no luxuoso Relais & Chateaux Santa Teresa Hotel, no Rio de Janeiro, o actor fala das saudades que tem da família, de como está preparado para as mulheres brasileiras e como se empenha em se sair bem na novela.

A minha maior preocupação agora é com os momentos de gravação. Preciso que entre o grito de 'acção' do director e o 'corta', as coisas corram muito bem para mim”. Nesta estreia na representação fora de Portugal , não esconde que se sente “só”. Mas a presença constante do pai adoptivo, José Costa Reis, com quem fala diariamente pelo Skype, tem sido a sua grande bússola.

Aliás, ao longo da conversa Paulo Rocha refere-se por diversas vezes a ele. “O meu pai continua muito próximo, porque é um ser humano extraordinário. Tudo o que sou devo a ele. Ele e a minha mãe conhecem-me como ninguém. Às vezes, quando me enervo, ele faz-me ver o outro lado da questão. Com ele aprendi a ter calma e a ser uma pessoa mais reservada; aqui, no Brasil, tenho sido muito reservado”, explica.

Carinhosamente acolhido pelos colegas de cena, diz-se bastante sortudo por poder trabalhar com eles. “Tive imensa sorte nisso, são profissionais excelentes. “A Lilia [Cabral] é maravilhosa, fazendo com que seja muito fácil trabalhar com ela. O meu pai sempre me ensinou que as pessoas que são realmente boas no que fazem são as mais simples. Talvez por serem mais seguras de si, são mais receptivas a tudo o que é novo. A Lilia é extremamente simples e receptiva. Eu já era admirador do trabalho dela e foi uma surpresa ainda maior conhecê-la”, afirma, referindo-se à conhecida actriz brasileira com quem contracena.

Esta tem sido, por isso, uma aposta ganha. Apesar de sentir saudades da família e dos amigos que deixou em Portugal, conta que não pensou duas vezes para aceitar este convite de Aguinaldo Silva. "Era uma proposta irrecusável. Fiz apenas três malas e apanhei o avião. Afinal, sou solteiro e não tenho filhos.” Garante que, tirando o pai e a mãe, não deixou para trás qualquer outra motivação. "Trouxe comigo todas as minhas paixões”, entre elas, a da representação. Daí que por agora esteja focado em conseguir encontrar “a alma do personagem”, como diz. “Agora é o arranque. Ainda preciso de estar muito disponível e atento a ele. Não faço mesmo ideia do que vai acontecer com o personagem, se as pessoas vão gostar dele ou não. Mas torço muito que para que sim.

Sobre o novo visual, com barba, brinca: “Quando acabei de gravar a novela em Portugal decidi deixar crescer selvagemmente a barba e o cabelo, para dar várias possibilidades aos criativos da Globo e pelos vistos eles gostaram deste ar de 'homem das cavernas'. Vou ficar assim mesmo… este cave man moderno”, ri.

O novo galã da praça”

Instalado num aparthotel do Leblon, não demorou muito até Paulo Rocha começar a frequentar um ginásio ali perto. Exercício físico não lhe vai faltar. “No Leblon posso fazer tudo a pé, pois não pretendo ter carro aqui no Rio. Acordo sempre às 7h da manhã e vou andando para o ginásio. Faço alongamentos pela manhã e musculação à tarde, quando não gravo. Já fui a vários restaurantes. Adoro uma churrascaria, mas procuro sempre o equilíbrio”, conta.

A julgar pela repercussão que causou na Imprensa brasileira, Paulo Rocha promete dar que falar. Na opinião de um respeitado colunista carioca, “o português Paulo Rocha tem tudo para virar o novo galã da praça”, publicou Bruno Astuto num artigo com a foto do actor na abertura da coluna.

Estou muito solteiro”

Paulo Rocha está mais do que preparado para o assédio que aí vem, até porque está solteiro. “Não deixei nenhuma namorada em Portugal. Ficar aqui a ter saudades de uma namorada de lá é perda de tempo. Já namorei uma brasileira que morava em Lisboa e sei que as mulheres daqui são lindas e maravilhosas. Estou muito solteiro”, diz, com um sorriso maroto.

Para além disso, Paulo Rocha mostra–se prendado. “Sou uma pessoa muito organizada. Moro sozinho há muito tempo e como sou preguiçoso, tornei-me organizado. Se desarrumo alguma coisa, arrumo logo, para depois não ter muito trabalho de uma vez só e sei cozinhar. A minha especialidade é bacalhau com grão-de-bico.

O papel na novela

Fina Estampa já estreou no horário nobre da Globo na última semana. Na novela, Paulo Rocha faz de Guaracy, um jovem português filho de pai português e mãe brasileira, que saiu do seu país para tentar a vida no Brasil ao herdar o “Bar Tupinambar”. Mas há uma coisa que o diferencia de todos os outros homens da novela: a forma como vê as mulheres, procurando o que há de melhor nelas e não apenas a beleza exterior. Foi assim que se apaixonou por Griselda (Lilia Cabral), uma mulher de meia- -idade, que trabalha como torneira mecânica, pedreira, e faz todos os trabalhos mais pesados da casa, na vizinhança, como se fosse um homem. “Guaracy apaixona-se por aquela 'mulher de fato-macaco', pois sabe o que há por debaixo daquela cara suja de graxa”, explica Paulo Rocha.

Mas Griselda foge dele como o diabo da cruz. Desde que ficou viúva, não quer mais saber de homens. Aliás, ela pensa que o seu ex-marido, Pereirinha (José Mayer) morreu há anos, só que ele está vivo e vai voltar. Griselda só pensa em trabalhar para sustentar os filhos, a quem dá todo o seu afecto. Mas Guaracy não desiste. Aliás, ele não desiste nunca.

Os dias de gravação têm sido bastante divertidos, com cenas de exterior, nas quais Guaracy está sempre, literalmente, a correr atrás de Griselda. No entanto, aproximam-se cenas mais dramáticas. “Foi óptimo fazer as cenas mais cómicas antes e agora partir para as mais sérias. Foi simpático a ordem ter sido assim. Assim fica mais fácil estabelecer a cumplicidade entre as pessoas”, explica Paulo Rocha, ele próprio uma pessoa divertida.

Texto: Mônica Soares; Fotos: Lino Rodrigues; Produção: Danúbia G; Maquilhagem: Bárbara Lima

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