Três dias de luto nacional por Mário Soares
As homenagens sucedem-se

Nacional

António Costa anunciou que o Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira, pela morte do antigo Presidente da República Mário Soares e funeral com honras de Estado

Sáb, 07/01/2017 - 17:41

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo decretou três dias de luto nacional, a partir de segunda-feira, e funeral com honras de Estado pela morte de Mário Soares. O velório terá lugar no Mosteiro dos Jerónimos.

 

As homenagens ao antigo Presidente da República sucedem-se…

 

Marcelo Rebelo de Sousa: “O homem era sempre o mesmo e a causa também era sempre a mesma: a liberdade”

 

António Costa: “Mário Soares foi um homem que durante toda a sua vida se bateu pela liberdade. Fê-lo contra a ditadura e por isso sofreu a prisão, a deportação, o exílio. Debateu-se pela liberdade e democracia depois do 25 de Abril e a ele lhe devemos também ter sabido por fim ao colonialismo e assegurar a integração europeia de Portugal”

 

Daniel Oliveira: “Entrevistei Mário Soares em 2007 por altura do 25 de Abril, para o Só Visto!, da RTP. O Nuno Santos convenceu-o que apesar do interlocutor não ser o Daniel Oliveira que ele conhecia, valia a pena a deslocação a um estúdio, onde também estariam algumas crianças que o questionariam sobre a Revolução, sem que ele, todavia, não deixasse de me sussurrar que aquelas perguntas com certeza que vinham dos pais! Foi durante todo o tempo de uma grande gentileza, apesar de ter advertido para o facto de o entrevistador não usar gravata. Foi uma conversa que extravasou o âmbito que a viabilizara e percorreu toda uma vida pessoal, pública e política a todos os níveis assinalável e relevante na história do país! Não é consensual, como não o é nenhuma pessoa que decide, mas independentemente do que dele diverjamos, podermos fazê-lo abertamente também a ele lhe devemos. Na altura, como agora, fi-lo credor do meu obrigado.”

 

Bruno de Carvalho: “Morreu Mário Soares, ex-Presidente da República, ex-Primeiro-Ministro e um dos homens a quem devemos a conquista da nossa Democracia. Com todos os seus defeitos e virtudes – era um ser humano como todos nós – não deixou de ser um Estadista.

A toda a família do Dr. Mário Soares, nas pessoas do Eduardo Barroso e do Mário Barroso, envio as minhas mais sentidas condolências e manifesto a minha total solidariedade pessoal.”

 

Luís Filipe Vieira: “Nesta hora de enorme perda para o País, expresso o mais profundo pesar pelo falecimento do Dr. Mário Soares.”

 

Herman José: “Morreu um Homem Maior e o político a quem mais atenções devo. Há poucos anos ainda teve a generosidade de prefaciar a minha biografia. A seu devido tempo, acalmadas as histerias e saradas as feridas, a História saberá dar o devido valor à figura política mais importante do século XX em Portugal. Soares é – e será sempre – fixe.”

 

Rita Ferro Rodrigues: “Muito Obrigada Mário Soares.”

 

Nuno Markl: “Mário Soares, num “cartoon político” desenhado por mim em 1976. O facto de um puto de 5 anos saber quem ele era – bem como outros rostos da política da época que surgiam nos meus desenhos ao lado de Heidi e Vickie, como Álvaro Cunhal, Ramalho Eanes ou Sá Carneiro, mostra – à parte do que pensássemos dele, politicamente – a estirpe de figura que era, um entre vários animais políticos, à esquerda e à direita, cujo carisma tende a ser difícil de colocar à mesma altura de muitos “carismas” de hoje. Em minha casa não era o político mais popular – o meu pai, militante do PCP, foi dos que engoliu o sapo de ter de votar nele em 1986, e o que isso lhe custou. A parte gira disto tudo é que pude contar isso ao próprio Soares, quando, num almoço com o Nuno Artur Silva, há poucos anos, encontrámos o antigo Presidente, já algo debilitado mas com o sentido de humor afiado, a almoçar no Páteo Bagatella. Em retribuição pela história do sapo engolido, recebi um belo fait divers dos bastidores do Bloco Central: contava Mário Soares que a mania que partilhava com o seu amigo social democrata e parceiro de governo Mota Pinto – descalçarem os sapatos em reuniões magnas – acabava por vezes com ambos a irem para casa com os sapatos errados.

Nunca votei nele, não me revia em muita coisa – mas é um dos incontornáveis e únicos da História.”

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