Diamantina Rodrigues
“Tenho pena de não ter sido mãe há mais tempo”

Famosos

Primeira sessão fotografia da apresentadora depois de ser mãe foi feita para a VIP

Qui, 26/04/2012 - 23:00

Quando, no passado dia 4 de março, Teresa nasceu, a vida de Diamantina Rodrigues mudou para sempre. No próximo dia 6 de maio vai viver o seu primeiro Dia da Mãe com a bebé, mas também com a progenitora, que tem sido uma “ajuda preciosa” nesta nova fase. Com uma recuperação física invejável, já regressou ao trabalho e, apesar de ter ficado internada durante um mês, para a filha não nascer prematura, garante que é uma mãe muito descontraída. A apresentadora de Portugal Sem Fronteiras foi adiando a maternidade até aos 36 anos mas agora que a bebé nasceu diz que, se pudesse voltar atrás, teria sido mãe mais cedo com o companheiro, Nuno Pedroso, com quem namora há sete anos. Porque, afinal, “é muito mais fácil do que imaginava”.

VIP – Antes de mais, como está a correr esta nova fase da sua vida,  a maternidade?
Diamantina – É uma confusão de sentimentos. Há muita coisa que muda, obviamente. Há perda de independência, mudança de hábitos, o acordar de noite. Quando olhamos para aquele coisinha que precisa tanto de nós, é maravilhoso.

Quando começou a ter contrações, às 31 semanas de gestação, ficou muito ansiosa?
Sim, era muito cedo ainda, fiquei internada um mês para tentar evitar que a Teresa nascesse prematura e consegui. Ela acabou por nascer com 36 semanas. Tem sido uma bebé fantástica, praticamente não chora, é um docinho. Não é muito simpático acordar muitas vezes de noite, mas como ela é calminha, acorda para mamar e depois adormece outra vez. Nesse sentido, as noites são calmas. É ótimo.

Salta à vista a sua boa forma física. Tem uma fórmula mágica?
Não. Não cometi excessos durante a gravidez, depois tive aquele azar que acabou por não ser grave, mas aquele mês que estive hospitalizada acabou por me levar toda a massa muscular. Tive de ficar um mês em repouso absoluto, só me deslocava par ir à casa de banho, com a comida saudável do hospital. Claro que também tem a ver com a constituição da pessoa, a minha barriga desapareceu na hora em que tive a bebé. Como praticava desporto de alto impacto, fazia body combat, o facto de o corpo estar tonificado também terá ajudado. Portanto, boa alimentação, desporto… e a parte do internamento não vou aconselhar a ninguém.

Fazia questão de amamentar?
Sim, tal como fazia questão de ter um parto normal. O parto normal não foi possível, porque ela nunca virou e teve de ser cesariana, portanto eu dizia que gostava pelo menos de amamentar. Acho maravilhoso, adoro aquele momento em que estou a olhar para ela a mamar. É lindo. Gosto muito daquele momento porque é o único que o pai não consegue ter, é exclusivamente meu.

Quer dizer que todos os outros são partilhados? Imagino que o Nuno já tenha regressado ao trabalho.
Sim, trabalha muitas horas de manhã à noitinha, mas sempre que pode, quando está em casa, faz questão de fazer o que pode, gosta muito de dar o banho. Quando vou trabalhar e é ele que fica com ela, ou se for a algum sítio cantar, ele adora estar com ela. Acho que a estraga, porque logo que ela começa a fazer barulhos, pega-lhe logo, mas é porque quer usufruir desses momentos…

Este Dia da Mãe vai ter um sabor especial?
No outro dia estava a entrar num supermercado onde estavam já as coisas expostas para o Dia da Mãe e foi nesse momento que se deu o clique. Estava habituada a ir à procura de coisas para a minha mãe e, de repente, pensei que este ano já vou fazer parte desse dia. Para mim, o nome ainda é estranho, porque a Teresa ainda não fala, mas de certeza que, quando chegar o dia 6 de maio, me vou sentir diferente. Este ano aquele dia também vai ser meu. Quanto à minha mãe, vou continuar a mimá-la.

Têm uma relação muito próxima?
Nunca fui uma filha de falar muito ou de ter muita cumplicidade, temos uma relação ótima de mãe e filha e ela está a ser uma ajuda preciosa com a Teresa, porque me permitiu regressar ao trabalho muito cedo. Quinze dias depois de ela nascer, já estava a fazer algumas coisas relacionadas com a área. Se não tivesse esta colaboração, era quase impossível voltar tão cedo ao trabalho. Ela está a ser uma supermãe. Foi sempre, mas agora é mais ainda.

É uma boa fonte de informação ou de conselhos, pega frequentemente no telefone para tirar dúvidas com ela?
Não, primeiro porque nunca fui muito disso e a minha mãe foi mãe há 36 anos. Está tudo muito diferente, até as teorias médicas mudaram. Por isso prefiro recorrer a amigas que foram mães há menos tempo e que têm mais presente estas ideias novas a nível da ciência e de comportamento.

É uma mãe ansiosa, preocupada?
Estranhamente não, e toda a gente está muito admirada comigo, porque nunca tive aquele instinto maternal que algumas amigas tinham, aos 15 anos já adoravam ver roupa de bebé. Achava que ia ser tudo muito complicado e está toda a gente muito admirada, porque comecei a fazer tudo de forma muito instintiva. Achava que ia fazer disto um “bicho-de-sete-cabeças”, mas foi tudo muito natural.

Disse que não tinha esse instinto maternal. Quando é que despertou?
Nunca chegou a despertar. Fui racional, sabia que daqui a uns anos ia querer ter filhos, mas daqui a uns anos não ia ser possível, portanto tinha de ser agora, porque já tinha 36 anos e estava a passar o prazo. Agora que a tenho comigo, tenho pena de não ter sido mãe há mais tempo.

Porquê? Gostaria de ter mais filhos?
Não, nem penso em ter mais, mas penso que vou ser uma mãe já um pouco velha e agora vejo que não é assim tão complicado. As coisas vão-se gerindo. Estava sempre à espera de estar mais estável no trabalho. Quando era professora, era porque era professora. Depois, comecei a trabalhar em televisão e era porque queria estar mais estável. Depois, o país entrou em crise e pensei que se estivesse à espera da estabilidade seria mãe aos 62 anos! Também tinha medo de demorar algum tempo a engravidar, porque tenho 36 anos e o pai também já tem 40 anos. Tive muita sorte, porque engravidei logo.

Ter um médico em casa acaba por aliviar preocupações?
Não, porque médico quando é pai fica meio tonto. Sinceramente, acho que é mais fácil quando é com os filhos dos outros porque não tem o coração a pensar, pensa de cabeça fria. Nós temos um pediatra na mesma e o que o pediatra diz é lei, independentemente de o Nuno ser médico.

O regresso ao trabalho, um mês depois de nascer a Teresa, foi difícil?
Não, foi maravilhoso! Porque estive um mês no hospital, depois estive mais um mês com a Teresa e senti muita solidão, porque nos primeiros tempos com os bebés ficamos afastados do mundo. Portanto, quando regressei ao programa estava muito feliz. Tenho o melhor dos dois mundos, porque sei que a Teresa fica e m casa, está bem entregue e, ao mesmo tempo, tenho o meu trabalho de volta, as pessoas com quem gosto tanto de conversar. Não me consigo imaginar a ser mãe a tempo inteiro, preciso de experienciar e viver outras coisas e ter o melhor dos dois mundos. Também porque acho que só estando feliz e equilibrada noutros campos consigo ser uma mãe melhor.

O Portugal Sem Fronteiras continua a preenchê-la?
Sim, porque os convidados são sempre diferentes. Claro que gostava de fazer outras coisas, porque as pessoas não gostam de ficar sempre no mesmo projeto, senão não evoluem. Nisso, tenho de agradecer à RTP porque me tem dado oportunidades de fazer outras coisas. O Verão Total, a homenagem ao fado… Tem-me dado oportunidade de crescer, de trabalhar com outras pessoas.

Dava aulas de Matemática e Ciências da Natureza. Como aconteceu esta mudança na sua vida?
Sim, dei aulas durante sete anos e gostava muito. Depois, fiz o casting para a RTP. No fundo, também é comunicação, só que temos o público ali à frente. Também já cantava nessa altura, portanto estive sempre em áreas ligadas à comunicação, nas suas diferentes vertentes. Claro que ter uma câmara à frente é diferente, porque é comunicar com um público que não está ali… mas acho que há pessoas que têm esse à-vontade naturalmente.

Quando começou a cantar em público?
Canto desde sempre, a minha família paterna é muito musical, o meu avô tocava muitos instrumentos, o meu pai ensinou-me a tocar viola e comecei a cantar profissionalmente aos 17 anos. Há cerca de dez anos, dediquei-me só ao fado. Canto em casas de fado, em espetáculos de palco, em eventos particulares. Estranhamente, numa casa de fado, sou muito tímida. No início, ficava muito nervosa, as minhas pernas tremiam por ter o público ali tão perto. Ficava mais nervosa do que quando cantava para centenas de pessoas, porque o palco dá-me uma distância de segurança.

Sempre gostou de fado?
Quando era jovem, o fado não estava na moda como está agora. Quase sentia vergonha por ser diferente, por gostar de algo que os meus amigos pouco conheciam, não falava disso com eles porque era um mundo que não dominavam, nem conheciam. Só mais tarde comecei a perceber que as pessoas novas também podem cantar fado. Ainda não voltei às casas de fado mas já tenho saudades, é um sentimento diferente e bastante inexplicável. É algo que nos faz falta. 

Diz que quer voltar em breve ao fado, ao desporto… É suficientemente disciplinada para conseguir fazer tudo isso?
Não. Aliás, tenho muita dificuldade em fazer gestão de tempo, não sou uma pessoa muita organizada. Tenho uma inveja tremenda das pessoas que conseguem fazer 1001 coisas num dia e, se calhar, isso vai dificultar-me um bocadinho a vida. Na verdade, também tenho sempre de pedir ajuda à minha mãe e isso dificulta um pouco, mas gostava de voltar à natação, por exemplo, para voltar a trabalhar a musculatura. Tem mesmo de ser.

Vai procurar um infantário ou uma ama para a Teresa, ou ainda não pensa nisso?
Não, acho que tão cedo não vai ser necessário, porque não tenho um trabalho das nove às cinco e tenho a ajuda do Nuno, da minha mãe, da mãe do Nuno. Por volta dos dois anos, dois anos e meio gostava, porque acho importante. No meu tempo não era importante porque brincava na rua, com muitas crianças, mas hoje em dia as crianças vivem muito sozinhas dentro do apartamento, só com os pais. Acho o infantário muito importante a nível da socialização, do desenvolvimento, da motricidade. Por isso, penso nisso por volta dos dois, três anos, e digo “penso” porque, quando somos mães, mudamos a nossa convicção sobre as coisas. Por agora, a minha ideia é essa.

  
Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Paulo Lopes; Produção: Sónia Reis; Maquilhagem: Vanda Pimentel, com Produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel.

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