Susana Bento Ramos
“Ser mãe não é uma prioridade e casar não faz parte dos meus planos”

Famosos

Centrada na carreira, jornalista não se imagina vestida de noiva e com filhos

Sex, 23/03/2012 - 0:00

 Em pequena sonhava fazer rádio e era menina de coro. Hoje é jornalista de destaque na TVI. Um caminho traçado pelo destino, mas também pela sua ousadia. É que chegada ao recém-criado canal online ganhou coragem e pediu a Manuela Moura Guedes que a passasse para o generalista. Assim foi, e por lá ficou até passar para o TVI24, o que não considera um passo atrás na carreira. Realizada profissionalmente, Susana Bento Ramos, de 32 anos, não tem como prioridade ser mãe e o casamento não faz parte dos seus planos.

VIP – Como é que uma “menina de coro” que sonhava fazer rádio acaba no jornalismo?
Susana Bento Ramos – Podia ter acabado no jornalismo radiofónico, mas, por ironia do destino, a imprensa e a televisão impuseram-se. Só tive oportunidade de experimentar rádio em 2009/2010 pela mão do Vítor Moura, diretor do extinto RCP. Tinha um programa sobre temas da atualidade com a Felipa Garnel e com a Célia Bernardo. Foi uma experiência muito enriquecedora.

Porque não apostou na rádio?
As oportunidades que foram surgindo no início da minha vida profissional levaram-me para outros caminhos: estive no Diário de Notícias na secção de Artes, colaborei com a revista Exame e trabalhei com o correspondente do Expresso Tony Jenkins quando vivi seis meses em Nova Iorque. A imprensa teve um papel preponderante na minha formação jornalística. Depois veio a televisão, e já lá vão quase 13 anos na TVI.

A sua entrada na TVI dá-se pelo gabinete de relações públicas…
No último ano da faculdade surge a oportunidade de estagiar na TVI. O único departamento que estava a aceitar estagiários era o do Marketing e Relações Públicas. Não era o que pretendia, mas pensei que podia ser uma janela de oportunidade.

E acabou por ser…
Ao fim de um mês, o diretor de Marketing, que conhecia o meu currículo, propôs-me passar para o site da TVI que estava a ser relançado. Fui das primeiras jornalistas do TVI Online. No dia 1 de abril do ano 2000 assino o meu primeiro contrato com a TVI… até parecia mentira! (Risos).

Esteve no online até que teve a “ousadia” de falar com Manuela Moura Guedes. Não teve medo da reação?
A Manuela pertencia à direção de Informação. Era a pessoa indicada para ouvir a minha proposta de mudança de departamento, já que eu ansiava por novos desafios. Devo-lhe a minha entrada na redação da TVI.

Ter conquistado tudo com mérito próprio, sem ajudas, valoriza mais as conquistas profissionais?
A sorte dá muito trabalho! (Risos) De facto, conquistei o meu lugar pela via do mérito. É bom não precisar de “muletas”, deixam-nos sempre “calos” nas mãos.

Sente que chegou muito cedo à apresentação de um dos principais noticiários televisivos?
Penso que não. Segui um percurso natural, etapa por etapa, com trabalho e empenho. Comecei, como disse, por estagiar um mês no departamento de Marketing em dezembro de 1999, seguiram-se três anos na TVI Online, depois finalmente passei para a reportagem na editoria de Sociedade da TVI, até que surgiu o convite para fazer o Diário da Manhã em 2005. Em 2006 passo para o Jornal da Uma, noticiário que encabecei com o Pedro Carvalhas durante mais de três anos. Em 2009 regresso à reportagem e, em outubro, o Júlio Magalhães convida-me para integrar o projeto TVI24 como pivô dos noticiários de fim de semana. Em paralelo abracei o REV TV, o primeiro programa da televisão portuguesa exclusivamente dedicado ao motociclismo. Um projeto pioneiro que me deu imenso gozo. É esta versatilidade de funções que me apaixona no jornalismo.

Passar do canal generalista para o informativo pode ser considerado um passo atrás na carreira?
De todo. Canais dedicados à atualidade informativa, tal como a TVI24, a SIC Notícias ou a RTP Informação, jamais podem ser vistos como canais menores. Neste momento são a grande fonte de informação de uma parte muito significativa de espectadores, basta ver as crescentes audiências do cabo.

Quais as ambições mais próximas para a carreira? Tem metas definidas?
Eu faço aquilo que gosto: não há maior privilégio! As minhas metas passam por um desejo de constante superação, de fazer cada vez melhor o meu trabalho.

Qual o momento mais caricato que viveu a trabalhar?
Já tive vários momentos caricatos à frente da câmara. O que ainda hoje me faz rir como da primeira vez é aquele episódio com o Pedro Carvalhas em que fazemos um autêntico pingue-pongue no ar com a frase “ou pagam ou ficam sem carro”. Está no YouTube. É hilariante!

O meio televisivo é muito competitivo ou existe espaço para amizades verdadeiras?
É tão competitivo quanto outras áreas e há sempre espaço para amizades verdadeiras. No entanto, eu não costumo misturar a minha vida profissional com a minha vida privada.

Mudou radicalmente o visual. Já está habituada?
Habituadíssima! Descobri as mil e uma vantagens do cabelo curto.

Teve uma educação católica. Como foi lidar com tantas regras?
É essencial crescer com regras. As que fazem sentido mantêm-se pela vida fora, as outras ficam naturalmente pelo caminho.

Que memórias guarda da menina do colégio?
Os amigos, os primeiros sonhos e as primeiras “nódoas negras”.

É muito vaidosa?
Quanto baste.

Há muitas diferenças entre a Susana que chega à casa das pessoas e a do dia-a-dia?
Com certeza que há.

Como é no dia-a-dia? Por exemplo, gosta de cozinhar, fazer a lida da casa e outras tarefas domésticas?
Gosto, mas não quer dizer que essas atividades me preencham.

E depois dedica parte do seu tempo livre às motas…
Uso a mota como meio de transporte, sobretudo nesta altura de crise. Não há veículo mais económico, prático e prazeroso.

O que mais gosta de fazer?
Ver bom cinema, bons espetáculos, ler, viajar… tudo em excelente companhia!

Ser mãe faz parte dos seus planos?
Não é uma prioridade.

E casar?
Não faz parte dos meus planos.

A carreira deixa-lhe tempo livre para tudo o que quer na vida pessoal?
Tenho a parte profissional muito bem separada da parte pessoal. Há sempre tempo para tudo, basta saber gerir prioridades.

O que estaria a fazer se não fosse jornalista?
A lamentar-me de não o ter sido!

Texto: Bruno Seruca; Fotos: Bruno Peres; Produção: Romão Correia; Produção de Moda: Luísa Fumaça e Paula Street; Maquilhagem: Madalena Faro Viana; Cabelos: Célia Silva para Lúcia Piloto

Siga a Revista VIP no Instagram