Dá cerca de 120 consultas por dia e o sucesso da sua dieta já chegou a Espanha. Ágata Roquette, 31 anos, é a nutricionista da moda. Tem dois livros publicados e o terceiro está a ser preparado. A Dieta dos 31 Dias é o último editado e partiu muito da sua experiência pessoal.
VIP – Este livro é uma experiência muito sua.
Ágata Roquette – Sim, eu revelo mais ou menos o que faço nas consultas, que é também o plano alimentar que faço a mim mesma.
Tudo começou porque queria casar?
Sim, quis perder 20 quilos para casar. Cheguei a ter 90 quilos. Eu era muito magra porque fazia patinagem de competição – treinava quatro horas por dia e tinha campeonatos aos fins de semana. Quando deixei de competir, continuei a comer o que comia. Engordei logo uns 17 quilos. Andava no 12.º ano, uma altura crucial nos estudos.
O seu problema com o peso incentivou- a a seguir Nutrição?
Eu queria Medicina Dentária, mas não tinha nota. Entrei em Nutrição, que era a segunda opção, mas foi mais porque nenhuma das outras opções me agradava. O facto de ter engordado deixou-me psicologicamente afetada e desenvolvi distúrbios alimentares. Sofri de bulimia nervosa.
Como é que chegou a esse estado?
Comia compulsivamente e depois sentia-me mal. Então, vomitava porque queria ser magra.
Isso para uma adolescente é traumático…
Sim, se fosse hoje, se eu voltasse a pesar 90 quilos, não me ia incomodar tanto. Já estou casada, já tenho filhos. Acho que foi muito má a idade em que isso me aconteceu.
Mas o que é que pensava na altura? Que era gorda e ia ficar sozinha para sempre?
Não, porque tinha namorado. Aliás, casei-me com ele. Mas sim, era uma questão de autoestima. Acho que é mais fácil ser sempre gordinha do que ser magra e engordar.
Como é que perdeu peso?
Quando o meu marido me pediu em casamento, em dezembro, senti que queria casar magrinha. Até porque não havia vestidos de casamento para mim. Isso custou-me muito. Como o casamento era só em setembro, tive tempo para emagrecer. Sempre fiz uma coisa que é completamente errada e que hoje esforço-me por ensinar aos meus doentes: comia muito pouco às refeições, o que significava que, pouco tempo depois, estava cheia de fome. Percebi, então, que isso não funcionava.
Como é que a família viveu esse período consigo?
A minha mãe sofreu um bocadinho. O meu marido andava sempre atrás de mim, a controlar- me, a ver se eu vomitava. Ele foi um grande pilar para mim. Ele adorava-me, nunca me chamou gorda. Hoje, sei que devia ter consultado um psicólogo, mas não o fiz. Atualmente, já não faz dieta, mas continua a ter cuidado com a alimentação.
É fácil levar a família a comer bem, também?
Sim, troco o arroz deles por legumes para mim. A minha família é a minha vida e eu faço tudo pelos meus filhos (Rodrigo, de quatro anos, e António, de dois). Ainda quero ter uma menina, mas não já. Agora, quero aproveitar o sucesso.
Mudava alguma coisa na sua vida?
Não mudava nada. Adoro a vida que tenho. Tinha de passar por tudo aquilo para ser quem sou hoje.
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