Rui Maria Pêgo
“Não era por ser gay que o escrevia”

Nacional

Um ano depois da publicação polémica, humorista volta a escrever mensagem marcante

Qui, 13/04/2017 - 15:29

Há um ano, Rui Maria Pêgo escrevia uma publicação sobre o massacre cometido numa discoteca gay de Orlando, nos Estados Unidos. Agora, volta a referir-se à mensagem que deu muito que falar.

 

Na altura, a frase escrita pelo humorista – “coincide gostar de meninos” – foi noticiada por toda a imprensa nacional. Esta quarta-feira, Rui volta a falar sobre o “ódio” e “o regime que usa a psicopatia como slogan”.

 

Leia seguidamente a mensagem.

 

“Sobre a existência do campo, um porta-voz da presidência da Chechénia diz: “Não se pode prender ou perseguir pessoas que não existem aqui, Se tais pessoas existissem na Chechénia, as autoridades não teriam que se preocupar, porque as próprias famílias tratariam de enviá-los para sítios de onde já não pudessem voltar”. Há quase um ano escrevi um post sobre como o ódio nos ia levar a todos para dentro de um forno. Uns primeiro do que outros, é certo.

 

Na Chechénia, república satélite russa onde a sociedade é ultra conservadora, a luta pode parecer inglória. Como é que se muda um regime que usa a psicopatia como slogan? É provável que um post meu, ou teu, ou do teu irmão – porque afinal todos até temos um amigo que é, não é? – caia perdido num feed interminável de lamentações e chamadas de atenção e cães a caçarem likes.

 

Foi o que achei na altura quando fiz um texto sobre o atentado de Orlando, Flórida que teve um reach de 1,5 milhões de pessoas. Na altura, acrescentei que não era por ser gay que o escrevia, mas porque ninguém, seja de que tamanho, raça, orientação sexual, política ou alimentar, seja que coisa for (!), deve ser atirado ao chão, humilhado, quebrado, invadido, torturado ou morto. Não era sobre mim. Era sobre o acontecimento.

 

Interessa-me pouco se a reação foi outra, se se falou de mim ou do que quero e gosto – embora tenha visto tanto amor, obrigado por isso. Tocou-se no ponto que queria: houve uma discussão sobre um tema que parece estar assimilado pela sociedade, mas não está. E o tema não é só a homossexualidade. É também a diferença.

 

Neste momento, neste mundo, homens e mulheres estão ser enviados/as e assassinados/as por serem qualquer coisa ou suspeitar-se de que são qualquer coisa. Podiam ser ideias. Neste caso, as pessoas com quem querem viver amor. Dir-me-ão: “Isso acontece todos os dias, de mil maneiras diferentes, nos 4 cantos do mundo”. Verdade”.

 

Depois do texto, Rui Maria Pêgo fez questão de deixar várias petições que pede aos amigos e seguidores que assinem várias petições. Confira o “post”.

 

 

Fotos: Impala e D.R.

 

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