Fernanda Serrano
Recebe visita especial em sessão de autógrafos

Famosos

Aos 29 anos, Cátia Marques luta contra um linfoma de Hodgkin, de nível II

Qua, 12/06/2013 - 23:00

A ideia de Fernanda Serrano, quando decidiu escrever o livro Também Há Finais Felizes – obra onde conta como viveu o flagelo do cancro da mama –, era “alertar médicos e pacientes” para o problema da negligência médica e não servir de exemplo de coragem para outros doentes oncológicos. Porém, é mais como modelo de força e determinação que as pessoas têm encarado não só essa fase da vida da atriz, mas também o livro que escreveu, para contar a sua história. Isso mesmo se comprovou, mais uma vez, na sessão de autógrafos que deu na Feira do Livro, em Lisboa, no primeiro fim de semana de junho. A rodeá-la estavam muitos curiosos e fãs, mas não só.
Entre os admiradores da atriz estava, careca e com o livro da cara da TVI na mão, Cátia Marques, técnica comercial da TAP, a quem foi diagnosticado um linfoma de Hodgkin, de nível II, aos 29 anos. “Foi um encontro muito emotivo, que vou recordar para sempre”, disse a jovem à VIP. Afinal, ela identifica-se com Fernanda Serrano em vários aspectos da doença que as une e, por isso, revela com orgulho: “Depois de uma grande amiga minha me ter oferecido o livro da Fernanda, eu li-o em três horas. Devorei-o (risos). Enquanto não acabei de o ler, não descansei”, conta. Porquê? “Eu identifico-me em imensa coisa com a Fernanda. Para começar, o meu filho tem três anos e chama-se Santiago, como um dos dela; quando rapei o cabelo, o meu filho encarou a situação da mesma forma que os dela. Explicámos-lhe que a mamã tinha bichinhos na cabeça e tentámos desmistificar a situação, pedindo-lhe para ser ele a cortar-me o cabelo. Ele, depois, estranhou, mas agora já me pede para eu lhe cortar o dele, porque quer ficar parecido comigo”, conta.

Com uma grande vontade de viver, Cátia diz que, no seu caso, o linfoma de que padece também foi diagnosticado de forma tardia, depois de muitas queixas e idas a vários hospitais. “Desde novembro que eu tinha muita tosse e sentia um grande peso no peito. Fui várias vezes às urgências, em diferentes hospitais, e diagnosticaram-me coisas como ataques de ansiedade ou faringite”, recorda. “A sorte”, continua, “foi que o meu nódulo do pescoço saltou para fora”. Com mais esta queixa, e depois de vários exames, lá lhe foi diagnosticado o linfoma, bem como uma massa grande no peito, na zona do pulmão. “Ainda perguntei como é que nunca tinham detetado isso e o que me responderam foi que o diagnóstico que me faziam tinha sempre a ver com os sintomas que eu apresentava, na altura em que entrava no hospital.”

Assim, desde finais de janeiro que Cátia Marques está a fazer quimioterapia. “Vão ser oito meses de tratamentos mas, em princípio, não vou precisar de ser operada”, sorri, e adianta que é mesmo verdade o que Fernanda Serranos escreve no livro: “Os tratamentos têm um cheiro que, quem faz quimioterapia, nunca vai esquecer. Fica entranhado em nós e nunca mais sai.”

Por toda a força que o livro da atriz lhe transmitiu, Cátia não quis perder a oportunidade de dar os parabéns a Fernanda pela sua coragem. “Agradeci-lhe imenso o facto de ela ter escrito o livro. Disse-lhe que ela é um exemplo, que é uma força da natureza. Ela olhou-me nos olhos, deu-me um abraço imenso e desejou-me muita força. Disse-me que eu era muito nova e que tinha de me pôr boa, para ter mais putos”, ri. Afinal, tudo o que Cátia Marques espera é que, no fim desta tempestade, surja a bonança e, com ela, a possibilidade de dar uma irmã a Santiago.

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Tito Calado

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