Diana De Cadaval
“Quero divulgar o património português”

Nacional

Depois de três romances históricos, duquesa escreveu um livro diferente

Dom, 12/07/2015 - 14:30

É duquesa, título que herdou do pai, e é princesa, distinção que ganhou com o casamento. Diana de Cadaval está habituada a ver palácios. E é a própria aristocrata que gere o Palácio Cadaval, uma joia bem no centro da cidade de Évora, que está na sua família há 600 anos. Após três romances históricos, a princesa estreia-se na escrita de um livro sobre casas senhoriais de Portugal. 

VIP – Escreveu três romances históricos, mas desta vez decidiu cortar com a mistura da ficção com a História para experimentar um novo estilo. Gostou de escrever na primeira pessoa?
Diana de Cadaval – Depois dos meus três romances históricos sobre as três princesas de Saboia que foram rainhas de Portugal, este guia sobre palácios e casas foi uma aventura de muitos quilómetros. Foi uma viagem por Portugal de Norte a Sul. Conheci e revi pessoas maravilhosas que dedicaram as suas vidas a proteger, manter e dinamizar o seu património.

O livro fala sobre palácios e casas senhoriais de Portugal. Porquê este tema?
Com o trabalho que os meus pais e eu temos feito ao longo dos anos com o Palácio Cadaval fiquei com vontade de colaborar na promoção do património português num guia. Estas casas fazem parte da História de Portugal. Este guia é para seduzir os portugueses a viverem a experiência e a conhecerem melhor o seu património.

Quais são os seus palácios favoritos?
O Palácio da Ajuda está ligado à minha vida de autora há muito tempo. O meu primeiro romance histórico é sobre a rainha Maria Pia. Para mim é o palácio real mais bonito de Lisboa, o único aberto ao público como museu e que tem a única sala do trono da capital que se pode visitar.

É impossível falar em património e não falar na Casa Cadaval…
A Casa Cadaval tem uma ligação muito presente à História de Portugal e é verdade que há muitas casas e palácios Cadaval no nosso país. Até em Espanha, a câmara municipal de Olivença é um Palácio Cadaval. D. Nuno Álvares Pereira de Melo, primeiro duque de Cadaval era conde de Olivença.

Suponho que seja, para si, um orgulho falar de palácios portugueses e encontrar no livro o seu palácio em Évora…
O Palácio Cadaval está na minha família há mais de 600 anos, construído sobre as ruínas do castelo árabe. Foi na Torre das Cinco Quinas que o duque D. Fernando II foi julgado durante 22 dias antes de ser decapitado na Praça do Giraldo.

Dedica este livro a todas as famílias que lutam por manter estas grandes casas. Manter em boas condições, sem deixar cair ao abandono ou em avançado estado de degradação, estes palácios históricos deve acarretar elevados custos de manutenção?
Dedico este livro a todas as famílias porque sei o trabalho que isso representa. Tenho trabalhado na manutenção e dinamização do Palácio Cadaval há vários anos e sei como é, por vezes, difícil trabalhar com a cultura em Portugal.

Da leitura do livro, fica-se com a ideia de que Portugal, de norte a sul, tem muitas joias escondidas. Este livro é mais um contributo para a divulgação do melhor que há no nosso país?
Este livro é uma forma de divulgação. Quero divulgar o património português e convidar as pessoas a conhecê-lo. 

O seu marido é um príncipe francês. Ele conhece estes palácios? Leva-o a descobrir estas casas? O que é que ele acha, como estrangeiro, do nosso património?
O meu marido adora descobrir e consumir o património português. Adorou conhecer casas e palácios que ainda não tinha visitado. Ele tem um grande respeito pela História e tem-me ajudado muito em Évora. 

Texto: Alberto Madeira Miranda; Fotos: Impala

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