Os Aurora
Prometem trazer frescura ao mundo da música

Tirando Eduardo, 17 anos, e João, 18 – que concorreram ao Factor X, da SIC, já como um duo – estes quatro rapazes não se conheciam. Paulo Ventura, o mentor dos grupos, agregou-os a David e Tiago, ambos de 18 anos, e não se arrependeu.

Os Aurora foram expulsos do talent show este domingo, mas surpreenderam pelo talento e pelas escolhas musicais. Cantam sempre em português e isso já lhes assegurou a conquista de muitas fãs. Quer dizer, serem quatro meninos bonitos também ajuda. Mas eles garantem não quererem ser uma boy band.

VIP – Todos vocês tinham expectativas diferentes para este concurso, uma vez que concorreram com outros grupo ou a título individual. Como foi verem-se num grupo desconhecido?
João – Foi um bocado assustador, no início, porque não esperávamos que isso acontecesse. Avisaram-nos que podíamos ser separados e juntos com outras pessoas. Quando o Paulo Ventura me disse, a mim e ao Edu, que tinha uma ideia, pensei que nos ia separar. Mas não, juntou-nos ao David. Lembro-me que ficámos a olhar para ele, desconfiados. Mas depois conhecemos melhor o David e gostámos. Primeiro, ficámos três.
Tiago – O casting dos jovens com o Paulo Junqueiro foi mais tarde, logo, eu fui o último a entrar.

Já conseguiram criar amizade entre vocês?
David – Isso é o mais importante e acho que o conseguimos desde o início. Na primeira música, como tínhamos acabado de ser agregados, não tivemos muito tempo para a preparar. Por isso, tivemos de nos unir logo, para fazermos as nossas coisas. Hoje somos um grupo bastante unido e acho que isso se nota nas nossas atuações. E no nosso dia-a-dia também, porque estamos muitas vezes juntos.

Mas por força do programa, ou porque já não dispensam a companhia uns dos outros?
T – Porque nos damos bem, sim. Esse é o grande segredo para que as coisas funcionem. Nós en-tendemo-nos, já sabemos o que cada um é capaz de fazer. Quando preparamos um arranjo musical já sabemos com o que podemos contar.

Será que podem falar um pouco do que destacam de cada um?
D – Eu quero falar do Edu, porque ele é talvez o membro mais aplicado, mais esforçado. Em termos vocais é o que tem maior amplitude
T – Nós chamamos-lhe o Maestro, mas ele não gosta (risos).
J – O Tiago é um Jimi Hendrix que anda aí. Ele surpreendeu-me bastante. Toca muito bem guitarra. E dedica-se muito às coisas.
T – Sempre me senti mais instrumentista do que cantor. O João é a pessoa mais descontraída do mundo. Nada se passa, ele vive num espaço muito próprio. Isso é bom, porque quando estamos mais stressados com o trabalho ele diz piadas e anima-nos. Quanto ao trabalho, tem uma voz muito certinha e às vezes surpreende-nos. Ainda no outro dia foi cantar para o meio do público e ninguém estava à espera.
Eduardo – Eu falo sobre o David e ele é um chato (risos). Não, ele é o primeiro a dizer que temos de ensaiar. Tem ótimas ideias harmónicas e isso contribui para o nosso sucesso.

Estão preparados para uma carreira depois do programa?
T – Esse é o nosso objetivo. Já estamos juntos há muito tempo e não queremos deitar tudo a perder.

Como é que os vossos pais reagiram quando lhes disseram que queriam entrar neste programa e que querem ser cantores?
D – Quando nos inscrevemos, eles não pensavam que chegássemos tão longe. Por exemplo, no meu caso, foram amigos meus e do meu irmão que nos inscreveram e nos deram força. A família está a adorar. Eles gostam de me ver feliz e vêm todos os domingos às galas para nos apoiar. Lidam bem com a situação.

É difícil estar longe de casa?
T – Sim. Mas esta é uma oportunidade que aparece uma vez na vida, dura pouco tempo e temos de aproveitar a experiência ao máximo. A família compreende. Apesar de não termos muito tempo, também conseguimos estar alguns dias da semana com eles.
E – É difícil estar longe da família, mas estamos a lutar por um sonho e eles apoiam-me sempre. Aliás, os meus pais são os meus maiores fãs.

A nível musical como é que se definem?
D – Nós queremos cantar em português, como temos feito até aqui. Gostamos disso. Estamos em Portugal e devemos valorizar a nossa língua.
O facto de serem o único grupo no concurso a cantar em português pode estar a ajudar?
E – Sim, porque as pessoas identificam-se e conseguem perceber a letra. Mas nós não cantamos em português para cativar o público, cantamos porque gostamos de cantar em português.
Qual é o artista ou banda que gostavam de interpretar ainda no Factor X?
D – Rui Veloso. Melhor ainda era cantar com ele.
E – Iremos cantar (risos).
T – Seríamos o Quinteto Aurora (risos).

O que me leva a outra pergunta: gostam do nome Aurora?
D – Fomos nós que sugerimos o nome. As pessoas associam Aurora a nome de mulher, mas para nós a palavra tem outro fundamento.
E – O motivo por que escolhemos Aurora tem a ver com juventude. É o que nós somos, jovens. E também porque queremos trazer algo de novo a Portugal.

Como estão a lidar com a fama e com os fãs?
E – Ainda há pouco nos reconheceram no café. Temos de dividir a vida pessoal da profissional.
J – É espetacular. É sinal de que estamos a fazer um bom trabalho e só nos dá coragem para continuar.

A vossa vida mudou muito?
E – Em relação a viagens, mudou. Aprendemos muito, ganhámos novas amizades, evoluímos em termos de mentalidade. Está a ser espetacular.
D – Eu mudei muito. Quando estava com o meu irmão, era muito malandro a ensaiar, distraía-me muito. Agora, esta experiência fez-me trabalhar mais, dar mais ideias.
O sonho leva-vos até onde?
E – Independentemente do que acontecer queremos continuar com os Aurora. Esperamos conseguir ter uma carreira musical.

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Luís Baltazar; Produção: Zita Lopes/Elisabete Guerreiro; Cabelo e Maquilhagem:Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L’Oreal Professionnel

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