Madalena Alberto
“Posso orgulhar-me de já ter feito muita coisa”

Famosos

A atriz e cantora é uma das estrelas dos musicais londrinos de West End. A portuguesa sonha ainda trabalhar na Broadway

Sex, 22/02/2013 - 0:00

 O nome Madalena Alberto pode não ser reconhecido no imediato pelos portugueses. No entanto, a multifacetada artista é uma das estrelas dos musicais londrinos de West End. O seu currículo inclui participações em grandes produções como Os Miseráveis. A portuguesa encontra-se esta semana no nosso país e falou à VIP.

VIP – Vive há dez anos em Londres. O que significam estes pequenos regressos a Portugal?
Madalena Alberto – Tento vir a Portugal com frequência. Sempre que tenho férias ou algum tempo livre, venho para cá. Também gosto de viver em Londres e de trabalhar lá, mas nada substitui a família e os grandes amigos. Aqui é a minha casa.

Entretanto, os anos foram passando e tem trabalhado muito…
Faço um balanço positivo destes anos. Enquanto estudei, aprendi muito, mas foi depois dos estudos que percebi como é que as coisas funcionavam. E sem sorte não vamos a lado nenhum. Tive a sorte de arranjar um agente no final do curso. Comecei a ir a audições e a participar em espetáculos.
Posso orgulhar­ me de já ter feito muita coisa.

Mas os musicais não eram um dos seus sonhos.
Antes de ir para Londres não sonhava fazer musicais, nem sabia que cantava.

Mas queria ser atriz?
Sim. Mas não tinha confiança nenhuma nisso, porque achava que não tinha jeito. Em Londres fiz muita dança e aprendi a cantar e a representar. Apercebi­ me do quanto gostava de comunicar através da voz. E segui esse caminho.

É difícil ser artista noutro país?
Ser estrangeira tem sido uma mais-valia. Tenho um sotaque muito americano e muitas pessoas julgam que sou americana. Normalmente, faço papéis mediterrânicos ou americanos. E sei que consegui muitos papéis por ser estrangeira. Ser artista é muito difícil. É preciso ter sorte. Pensava que quanto mais se trabalhava, mais fácil ficava, mas não. Quanto mais degraus subo, mais estreitos eles ficam.

Como assim?
Estou num patamar em que não posso aceitar certos trabalhos, porque não são bons para a minha evolução, mas neste patamar existem muitas pessoas com mais nome do que eu e com maior experiência. É difícil. Temos de gostar de lutar.

Já fez muita coisa. Recorda­ se de algum projeto em particular?
Todos eles me ofereceram algo diferente e foram uma preparação para o seguinte. Tenho um carinho muito grande por todos. Mas acho que aquele que mais se destaca é Os Miseráveis. Foi a maior produção que fiz até hoje. Estamos a falar de milhões de euros. É um espetáculo maior do que todos os que lá estão em Londres.

Se dependesse de si, o futuro continuava a ser em Londres?
Não imagino vir para Portugal permanentemente. Mas não excluo participar em projetos que sejam feitos cá. E também gostava de tentar Nova Iorque.

O que a impede de tentar?
O visto. E isso é algo que não depende de mim. Já tive propostas de trabalho para lá, mas tive sempre o problema do visto.
No dia 22 de fevereiro vai atuar no espetáculo O Melhor dos Musicais, no Coliseu dos Recreios.
O Nuno Feist tinha a ambição de trazer a Portugal o John Owen­ Jones, que é uma grande estrela do West End. É um grupo de pessoas apaixonadas pelo tema e vamos estar acompanhados por uma orquestra de 60 pessoas. Vai ser épico.

E estará a fazer de Edith Piaf no Curve Theatre, em Leicester.
É uma história incrível e um papel de sonho. Vou adorar. Não tenho muito tempo para ensaios porque ligaram­ me à última hora, mas vai correr bem.

E ainda tem um EP…
Chama­ se Heart Condition. São quatro temas que gravei e que estão à venda no iTunes e no meu site.

Consegue ter tempo para os amigos e essas coisas?
Em Portugal é uma prioridade. Em Londres é mais complicado.

Quer ser mãe?
Ser mãe é um fantasma para as mulheres artistas e ambiciosas. Gostava muito de ser mãe. Se acontecer, será magnífico, mas se não acontecer, será magnífico na mesma. A acontecer, terá de ser no momento certo.

Mas tem medo de ter de escolher entre ser mãe e um projeto?
Acho que isso só pode ser equacionado na altura. Neste momento, sou uma rapariga livre e procuro os projetos.

Texto: Bruno Seruca; Fotos: Luís Baltazar; Produção: Elisabete Guerreiro; Maquilhagem e cabelos: Vanda Pimentel com Produtos Maybelline e L´Oréal Professionnel

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