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Fátima Martins garante à VIP que o pai do falecido cantor
é o progenitor do seu filho. António Milton está cético

Qui, 11/07/2013 - 23:00

"Tenho a certeza absoluta de que ele é o pai do Bruno.” É com esta afirmação que Fátima Martins garante à VIP que António Milton, pai de Angélico, é o progenitor do seu único filho, Bruno Miguel Martins, nascido a 1 de maio de 1977 e registado com pai incógnito. Tudo começou em Angola na década de 70, altura em que Fátima Martins terá namorado com o pai de Angélico e ficado grávida.

 

 “Andei um ano e tal com ele [António Milton Angélico] em Angola. E ngravidei aos 14 anos. Disse-lhe que estava grávida e vim para Portugal ter com os meus pais. Passado um ano, os pais dele vieram duas vezes a casa dos meus tios, em Birre, ver o bebé e ficaram de mandar uma certidão. Até hoje, não mandaram nada”, conta.

“Naquela época não era como hoje, não havia telefones, não havia telemóveis, não havia nada. E sperei. Perdi o contacto e nunca mais soube de nada. Como não tinha como entrar em contacto, ficou assim. Só descobri quando o Angélico morreu. Quando vi a foto do Tomito [alcunha de António Milton em Angola]”, acrescenta. A sua irmã, Elisabete, corrobora esta informação. “Foi preciso morrer alguém para a minha irmã descobrir o pai do Bruno. A minha irmã encontrou o pai do filho nas revistas.”

Depois, Fátima Martins diz ter revelado toda a verdade a Bruno. “Contei ao meu filho, mostrei-lhe as revistas todas. E le achou- -se parecido com o pai. E le quer resolver as coisas sem recorrer a nada judicial.” Desde essa altura que tanto Fátima Martins, de 50 anos, como a sua irmã, Elisabete, de 44, têm, alegadamente, desenvolvido esforços para chegar à fala com António Milton. Muitos desses contactos terão sido desenvolvidos através do irmão de Milton, Arlindo Milton Angélico, com quem terão entrado em contacto há alguns meses.

“A minha irmã falou-me da existência de um médico do hospital de Cascais que é tio do Angélico e fomos lá. Primeiro, fiz-lhe umas perguntas, disse-lhe onde é que morava em Angola, falei-lhe da casa e ele disse que sim, que eram eles. Passado uns tempos voltei lá e levei as fotografias do meu filho”, afirma Fátima.

A VIP entrou em contacto, telefonicamente e por mensagem, com o médico, mas não obteve uma reação.

O primeiro encontro

Depois deste contacto com o tio de Angélico não ter dado frutos, Fátima e Elisabete deslocaram-se à casa dos pais de Angélico, na Margem Sul, tendo sido bem sucedidas à segunda tentativa, como a VIP testemunhou. No dia 22 de junho, Fátima e Elisabete bateram à porta da moradia onde moram os progenitores do cantor.

António Milton abriu a porta e ficou alguns minutos à conversa com as duas irmãs. Contactado pela VIP, António Milton Angélico confirma o encontro com Fátima Martins à porta da sua casa, mas diz que foi apanhado de surpresa.

“Estou em Angola há quase 40 anos. De repente, chega aqui uma pessoa ao pé de mim e diz-me que tenho um filho. N ão são assuntos para resolver no momento. N ão sabia que tinha um filho. A pessoa nasceu em Portugal, não nasceu em Angola”, diz. “Há cerca de 40 anos quantas meninas eu não conheci. Tinha 20 anos. Como me vou lembrar agora de todas? E se agora todas me aparecerem com uma situação dessa natureza? Vou aconselhar as pessoas a ponderarem muito bem isto. Um assunto destes tem de ser resolvido em condições”, acrescenta.

“Fiquei com o número da senhora. Vou averiguar a situação ponderadamente, com sentimento, se as coisas forem feitas a bem. A bem, tenho prazer que as coisas fiquem resolvidas”, diz ainda. “Poderia já ter pegado neste assunto, mas estou numa fase complicada, isto pode ser uma coisa que me traga felicidade. Agora, se começar a ver chantagem, a parte emocional desaparece. Passa a ser uma guerra”, afirma continuando: “Eu não percebo como é que alguém que estava grávida veio para Portugal e a família não foi à minha procura. Não é assim que as coisas funcionam? A família tem de fazer um controlo. Como é que, na altura, os familiares não foram à minha procura para averiguar responsabilidades? Tenho a certeza que não fui contactado. Tem aqui uma coisa estranha. Nunca vi essa pessoa. Até pode ser minha conhecida, mas não tenho memória. Quarenta anos modificam muito uma pessoa. Este é um caso de grande incómodo”, revelou.

“Ninguém está preparado para receber uma notícia destas. Mas terei orgulho em encaminhar as coisas a bem, se não sentir exploração. Agora, não é só porque me bateram à porta que vou logo dizer que sim. Não tenho que acreditar logo”, acrescentou.

Contudo, Fátima Martins garante que António Milton a reconheceu no encontro à porta da moradia. “Reconheceu-me e disse-me que entrava em contacto comigo em agosto”, afirma, dizendo que apenas procura dar ao filho o nome do pai. “Criei o meu filho até hoje e a única coisa que eu quero é o nome de pai para ele. Não quero mais nada dele. Já passaram 36 anos, é o mínimo. Ele não tem nome de pai e, hoje em dia, toda a gente tem de ter. Portanto, ele tem de ter”, garante.

Fátima defende ainda que não contactou Milton Angélico mais cedo porque apenas sabia o nome dele. “Como é que eu ia contactá- lo se apenas sabia o nome? Não sabia mais nada dele?”, questiona. Elisabete, por seu lado, recorda os problemas que Bruno viveu quando era adolescente. “O meu sobrinho sempre teve problemas na escola por não ter pai. Se a minha irmã tem a certeza de que ele é o pai, não temos problemas e avançaremos com isto.”

Bruno Miguel, que atualmente mora no Porto, quer conhecer o progenitor, garante a mãe, mas não quer aparecer publicamente. “O meu filho não quer aparecer nas revistas. não quer nada. O meu filho só quer que eu ande para a frente e que lhe dê o nome”, diz, revelando que o filho nunca chegou a conhecer pessoalmente Angélico. A VIP não conseguiu chegar à fala com Bruno Miguel.

Dois anos sem Angélico

Foi há dois anos que Angélico Vieira morreu. O cantor sofreu um aparatoso acidente na A1, em Estarreja, na madrugada de 25 de junho de 2011, e viria a falecer três dias depois, no Hospital de São João, no Porto.

O despiste do BMW que conduzia provocou outra vítima mortal, Hélio Filipe, e deixou Armanda Leite com ferimentos graves, de que ainda hoje tem sequelas. Hugo Silva também ia na viatura, mas sobreviveu ileso. Desde essa altura que os pais do cantor, Filomena Vieir a e António Milton, vivem em sofrimento.

A mãe do cantor, que só tinha aquele filho, é a mais fragilizada e tem contado com o apoio de António Milton, que desde a tragédia vive em Almada com Filomena. Em tribunal, ainda decorrem processos judiciais sobre este acidente.

Texto: Ricardina Batista; Fotos: Liliana Silva e Impala

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