Carla Trafaria
“Passar a ferro é um poderosíssimo anti-stress”

Famosos

A pivô do programa Bom Dia Portugal
é um dos rostos mais queridos das manhãs da RTP

Qui, 06/11/2014 - 0:00

Às 6h30 da manhã, quando muitos de nós estamos a acordar, Carla Trafaria já há muito que está a trabalhar. Entra na RTP às 4h00 para “dizer” Bom Dia Portugal, o programa de informação das manhãs da RTP. A jornalista fala à VIP da sua vida profissional, revelando também um pouco da mulher que é fora dos ecrãs.

VIP – Houve, recentemente, algumas mudanças ao nível da informação na RTP, tendo a Carla passado para as tardes e para apresentação do Grande Jornal, ambos da RTP Informação. Porém, está de regresso ao Bom Dia Portugal. Foi uma decisão da direção ou também uma exigência do público?
Carla Trafaria –
As decisões, sejam em que sentido forem, cabem sempre à direção de Informação. Acredito que também possam ser tomadas em função das “preferências” do público. Afinal, é para ele que trabalhamos e esse é o grande júri do nosso desempenho profissional.

Na Internet é possível encontrar uma petição pública a pedir o seu regresso às manhãs da RTP. Ficou sensibilizada com este carinho dos telespetadores?
Fiquei muito sensibilizada e até um pouco surpreendida com o conhecimento que revelaram ter sobre o meu percurso profissional, que tem já mais de 20 anos. Há também estudos que mostram que o público das manhãs é muito leal e que muitas vezes, mais do que o conteúdo, valoriza a relação de proximidade com os apresentadores.

Faz cinco anos em fevereiro que conduz o Bom Dia Portugal. Já é uma segunda casa?
É, claro. Na realidade, há dez anos que estou no Bom Dia Portugal. Para além das funções de pivô, houve – e continua a haver, sempre que necessário – muitas notícias, reportagens em direto e entrevistas para o Bom Português, a rubrica que comecei a fazer há cinco anos e da qual muito me orgulho.

Soube-lhe bem aquele período em que trabalhou à tarde? Era algo que queria? Em algum momento sentiu que estava acomodada?
Penso que se percebe, pelas características do Bom Dia Portugal, que não é possível estar acomodada. Por isso, nunca agi nem nunca me senti dessa forma, de modo que a mudança não foi a meu pedido. Do ponto de vista pessoal e profissional, acabou por ser interessante testar o meu grau de adaptação a outros formatos.

Estar no ar às 6h30 da manhã implica acordar muito cedo. A que horas toca o seu despertador? Nunca aconteceu deixar-se dormir?
O meu despertador toca, literalmente, a meio da noite. O problema nem reside na hora a que tenho de me levantar, mas sim na hora a que este horário me obriga a ir deitar-me. Sem fazer uma estatística muito rigorosa, penso que, em dez anos, só adormeci duas vezes, e, mesmo assim, apenas mais meia hora. Nestes casos, manda a prudência que haja mais do que um despertador.

Alguma vez chegou a casa ainda a pensar numa notícia que a tenha perturbado?
Claro, em 20 anos, muitas vezes. Há mais de dez anos fiz uma reportagem na ala de pediatria do IPO, uma das meninas internadas tinha uma leucemia e os pais, que não teriam conseguido lidar com a situação, abandonaram-na lá. A doença tinha-a debilitado um pouco, mas continuava com aquela alegria simples das crianças, o que, para nós, é cruel. Ainda não me esqueci.

Considera-se perfeccionista. Leva esse perfeccionismo para outras áreas, como, por exemplo, a lida da casa? É uma “fada do lar”?
Gosto de fazer as coisas bem feitas, mas, como todas as mulheres, também me sinto tentada a fazer várias coisas ao mesmo tempo, o que, às vezes, não é totalmente compatível. Quanto às coisas de casa, gosto de fazer praticamente tudo. Em jeito de brincadeira, até costumo dizer que passar a ferro é um poderosíssimo anti-stress.

Acha que a sua dedicação à profissão a levou a adiar a maternidade?
Acho que as coisas foram acontecendo de forma natural e acabou por não se concretizar.

Foi casada com o seu colega João Tomé de Carvalho, mas voltou a apaixonar-se. O seu namorado lida bem com o facto de trabalhar ao lado do seu ex-marido, que também apresenta o Bom Dia Portugal?
Lida lindamente, sem qualquer problema, até porque não haveria razão para não lidar.

O seu divórcio afetou a relação profissional com o João Tomé de Carvalho?
Em nada, absolutamente. Mantenho com ele uma excelente relação profissional e de amizade.

Imagina a RTP a tornar-se uma TV privada?
Acho que a RTP tem na sua matriz o serviço público de televisão. Uma herança que pode e deve adaptar-se aos novos desafios, mas sem perder a identidade.

Texto: HMC; Fotos: Luís Baltazar; Produção: Manuel Medeiro;
Maquilhagem e cabelos: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L'Oréal Professionnel

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