Agatha Ruiz De La Prada
“Para mim, trabalhar significa liberdade”, diz AGATHA RUIZ DE LA PRADA

Famosos

Oriunda de uma família aristocrata, a estilista quis conquistar a independência
Em Portugal para apresentar pelo oitavo ano consecutivo a campanha Poupança BES Júnior, que lhe inspirou um novo mealheiro, Agatha Ruiz de la Prada falou em exclusivo à VIP do mundo que a rodeia, onde o negro é cor proibida.

Sex, 09/12/2011 - 0:00

Em Portugal para apresentar pelo oitavo ano consecutivo a campanha Poupança BES Júnior, que lhe inspirou um novo mealheiro, Agatha Ruiz de la Prada falou em exclusivo à VIP do mundo que a rodeia, onde o negro é cor proibida. Filha de um arquiteto e de uma aristocrata catalã, é mãe de dois filhos – Tristán, de 24 anos, e Cósima, 21 – da relação de sempre com Pedro Ramírez, diretor do jornal El Mundo, e admite que os filhos tiveram uma vida muito facilitada, defendendo sempre o valor do trabalho.

VIP – Vem muito a Portugal, aproveita para conhecer melhor quando vem cá?
Agatha Ruiz de la Prada – Sim, desta vez não dá mesmo para passear porque logo tenho um jantar muito importante em minha casa, mas já vim cá imensas vezes, até porque cerca de 80% da minha produção é feita cá e tento sempre conhecer melhor.

Veio apresentar uma campanha de poupança. Identifica-se com estes valores, os de educar para poupar?
Sim, identifico-me muito com isto. Muita gente tem medo da falar de dinheiro em casa, à frente dos filhos, mas acho que isso faz parte da educação e da educação que só os pais podem dar. As crianças têm de entender como se ganha dinheiro, como se compram coisas, isso é muito importante.

Transmite aos seus filhos estes valores?
Sim. A minha filha tinha isso muito bem definido até há dois ou três anos, mas espero que volte a entender. Os meus filhos tiveram uma vida demasiado fácil e acho isso muito mau. Acho ótimo as crianças terem algumas dificuldades porque acabam por ser pessoas mais desenrascadas para resolver problemas económicos e não só. Gostava de ser mais dura, mas a verdade é que é muito difícil. É fácil quando são mais novos, mas depois torna-se cada vez mais complicado.

Pediam muitos presentes no Natal?
Os meus filhos sempre souberam que não podiam pedir.

Como é o Natal em sua casa?
Na minha família, ao contrário da maioria das casas de Espanha, sempre demos mais importância à noite de Natal e não ao Dia de Reis. Tentamos sempre passar o Natal em família, apesar de ser uma época muito difícil porque é a altura do ano em que tenho mais trabalho. Tento acompanhar todas as fases da produção e na época de Natal tento estar sempre na minha loja e ajudar, porque esta época é muito difícil para os funcionários, há mesmo muito trabalho.

Quando soube que esta seria a sua vida?
Acho que tive sorte. Eu venho de uma família onde poucos trabalhavam e eu sempre fiz muita questão de o fazer, porque para mim trabalhar significava liberdade. Acho que hoje em dia há muita gente da geração dos meus filhos que viu os pais trabalharem e não dá a devida importância ao valor disso.

Queria que eles seguissem as suas pisadas?
Quando se começa a trabalhar, dá-se muita importância a isso e ao sucesso e é natural querermos que os nossos filhos tenham sucesso. Eles estão a entrar nessa época difícil, o início da vida laboral. Eu gostava que eles encontrassem uma carreira de que gostem muito; se não encontrarem, acho que o meu estúdio é o sítio mais divertido do mundo. Mas eles ainda estão na fase em que estão a tentar encontrar-se.

Com a idade deles a Agatha já se tinha “encontrado”, começou muito jovem…
Sim, aos 20 anos fiz o meu primeiro desfile internacional, mas é porque tive muita sorte e porque sempre adorei trabalhar. Eu desejo que chegue a segunda-feira para ir trabalhar. Quando fui mãe, levava-os para todo o lado.

Vê o mundo da cor das suas roupas?
Acho que é muito importante rodearmo­-nos de um mundo colorido e otimista, porque nos ajuda a ser mais felizes. O negro está proibido na minha vida.

Agora que os seus filhos são mais velhos voltou a ter mais tempo para si, para o seu companheiro?
Sim. Apesar de ter muita vontade de ter um neto, porque adoro crianças, adoro estar nesta fase com mais tempo para mim. E com o meu companheiro (com quem nunca casei) estou o tempo suficiente. Se estivermos demasiado tempo com o nosso companheiro acaba por ser desgastante. Estamos juntos há muito tempo. Se estivéssemos todo o dia juntos se calhar já nos tínhamos separado há muito tempo.

Já foi candidata eleitoral pelos Verdes, gostava de ter intervenção política?
Intervenho no que posso. Não sei se algum dia terei um papel mais interventivo, mas tento mudar coisas. Acho que com pequenas coisas podemos fazer grandes mudanças. Candidatei-me porque me interessam muito os temas do Ambiente e da Ecologia, acho que são problemas fundamentais.

Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Jorge Firmino

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