Saúde
Osteoporose afeta 150 milhões de pessoas

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Metade das mulheres pós-menopáusicas sofre desta patologia

Qui, 19/03/2015 - 0:00

A osteoporose é uma doença esquelética sistémica caracterizada por uma massa óssea baixa e pela deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, contribuindo para a fragilidade e determinando um aumento do risco de fratura após pequenos traumatismos, ou até espontaneamente. 
Na estrutura do osso existem trabéculas ósseas (tecido esponjoso) e uma estrutura periférica (osso cortical), formando um conjunto de suporte. 
 
A osteoporose afeta mais frequentemente as mulheres do que os homens, mas é um problema global que atinge 150 milhões de pessoas. 
 
Cerca de 50% das mulheres pós-menopáusicas sofrem desta patologia. As idades compreendidas entre os 45 e 60 anos apresentam diminuição da qualidade de vida com a chegada da menopausa (osteoporose, doenças cardiovasculares, etc.).
A osteoporose afeta três em cada cinco mulheres com mais de 50 anos.
As fraturas mais frequentes são na coluna, antebraço, fémur, costelas e bacia. As da anca são acompanhadas de acentuada mortalidade (20%).
 
Na coluna são frequentemente assintomáticas, sendo detetadas nas radiografias (achatamentos com deformação da vértebra). Na acumulação destas deformações vertebrais conduz a cifose da coluna, diminuindo a mobilidade torácica e contribuindo para insuficiência respiratória e infeções pulmonares mais frequentes. 
 
Devemos pensar em osteoporose sempre que um doente apresenta fraturas após pequenos traumatismos, estando, até então, assintomático (período pré-clínico).
 
Os fatores de risco incluem: * Mulher pós-menopáusica; * Menopausa Precoce; * Baixa Estatura; * Sedentarismo; * Pouca ingestão de laticínios; * História familiar de osteoporose.
Durante muitos anos foram as radiografias ósseas o único meio de diagnóstico da osteoporose, o que induz em erros de análise, dada a subjetividade da análise. Nos últimos anos existe um consenso amplo de que a densitometria óssea (DEXA) constitui a melhor técnica de avaliação do estado da densidade mineral óssea. A fonte é estável, a exatidão e a precisão são elevadas. Este método permite também avaliar a evolução da doença e o resultado do tratamento instituído. Existe também avaliação laboratorial reservada a situações de osteoporose secundária a outras doenças subjacentes. 
 
No entanto, é possível a prevenção da perda de massa óssea no adulto, nomeadamente através do exercício físico, da ingestão adequada de cálcio e suplemento de vitamina D, diminuição do consumo de álcool, chá, café e tabaco, e, na mulher em fase pós-menopáusica, através da terapêutica hormonal.
A importância da terapêutica farmacológica no tratamento da osteoporose é indiscutível. No entanto, é possível realizar intervenções úteis com medidas não farmacológicas, orientadas para a correção dos défices nutricionais e modificação dos estilos de vida nocivos para o osso, para evitar as quedas e para minimizar a intensidade do impacto. Devem ser asseguradas ingestões adequadas de cálcio e vitamina D. 
 
Agentes farmacológicos: 
1.º – Terapêutica Hormonal de substituição:
Os estrogénios atuam diretamente sobre o osso através dos seus recetores, diminuindo a taxa de remodelação e a perda de massa óssea. Indiretamente, facilitam a absorção intestinal de cálcio, diminuindo também a sua exerção renal. Existem, no entanto, efeitos secundários indesejáveis como retenção hídrica (edemas), aumento do risco do cancro da mama e aumento de riscos cardiovasculares, de trombose venosa e de embolismo pulmonar.    
2º – Moduladores dos recetores estrogénicos:
     São fármacos que se unem aos recetores dos estrogénios. O raloxifeno é o indicado no tratamento da osteoporose, particularmente vertebral, apresentando uma ação agonista sobre o osso, com a vantagem de redução do risco do cancro da mama invasivo. 
3º – Bifosfonatos: 
     Análogos ao pirofosfato de cálcio com a capacidade de inibirem a reabsorção óssea. A administração oral exige algum rigor das normas de ingestão, nomeadamente o tempo de jejum (30 minutos).
 
David Martins Médico – Diretor Clínico Adjunto 

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