Os momentos que ficam na história de Portugal
50 anos, 3 papas e 5 visitas

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Fátima recebe esta sexta-feira, dia 12 de maio, a visita do papa Francisco. Na história, estão as visitas que começaram há 50 anos

Qui, 11/05/2017 - 19:49

1967 – 13 de maio – Paulo VI

É a primeira visita de um papa a Fátima. Paulo VI visitou a Cova da Iria nas comemorações dos 50 anos do aparecimento de Nossa Senhora.

O papa aterrou na base aérea de Monte Real, num “Caravelle”, ou “Caravela”, da TAP, que, por um dia, foi o avião pontifício ou papal.

Há 50 anos, tratou-se de uma visita pastoral e não oficial. Tendo acontecido num período de tensão nas relações entre Portugal e o Vaticano, após a visita papal à Índia.

António de Oliveira Salazar, na altura presidente do Conselho, e o Governo não gostaram que Paulo VI tivesse visitado a Índia em 1964, três anos após a invasão de Goa, Damão e Diu pelo Estado indiano. Por essa razão, consideraram a vinda a Portugal um “insulto à nação portuguesa”.

Foram milhares os devotos que viajaram até Fátima para ver o papa. Os aplausos ouviram-se em toda a estrada que liga Monte Real a Fátima. No próprio santuário, foram outros tantos milhares.

“Fátima foi uma ponte de passagem para o céu”, lia-se no Diário de Notícias de 14 de maio de 1967.

 

 

1982 – 12 a 15 de maio – João Paulo II

A primeira visita de João Paulo II fica marcada pelo agradecimento pela “proteção maternal” da “Nossa Senhora”, que lhe “conservou a vida” no atentado do ano anterior, na Praça de São Pedro, em Roma. “Um chamamento especial” foi assim que João Paulo II explicou o desejo de estar em Fátima.

“Venho hoje aqui porque exatamente neste mesmo dia do mês, no ano passado, se dava, na Praça de São Pedro, em Roma, o atentado à vida do papa, que misteriosamente coincidia com o aniversário da primeira aparição em Fátima, a 13 de maio de 1917”, afirmou.

Nesta visita, registou-se uma tentativa de atentado. Desta vez, pelo padre Juan Khron, antigo discípulo espanhol do arcebispo ultraconservador francês Marcel Lefébvre, que atentou contra João Paulo II, acusando-o de trair a Igreja. O papa escapou ileso.

 

1991 – 10 a 13 de maio – João Paulo II

Nove anos depois, João Paulo II regressa a Fátima, para a segunda visita a Portugal. Além da Cova da Iria, passou por Lisboa, Açores e Madeira.

Mário Soares, na altura Presidente da República, chamou a atenção do papa para a situação em Timor-Leste. Desde 1975 que o país vivia sob ocupação militar indonésia, desde 1975. “O povo timorense é vítima de grave violação das normas de direito internacional”, disse.

Como resposta ao pedido do Presidente, João Paulo II afirmou que “todos os dias” rezava pelos timorenses.

 

2000 – 12 e 13 de maio – João Paulo II

É a terceira de João Paulo II à terra dos três pastorinhos. Já doente e prestes a completar 80 anos veio a Portugal pela última vez.

Na época havia uma grande expectativa sobre a revelação do terceiro segredo de Fátima, numa visita em que os pastorinhos Jacinta e Francisco foram beatificados.

Por sua vez, Lúcia sorriu quando foi aclamada pela multidão.

O terceiro segredo de Fátima “previa” o atentado contra João Paulo II, a 12 de Maio de 1981, de acordo com o Cardeal Sodano, então secretário de Estado do Vaticano.

 

2010 – 11 a 14 de maio – Bento XVI

É a primeira e única visita de Bento XVI a Fátima. O papa rezou uma missa na Praça do Comércio, em Lisboa, que juntou cerca de 500 mil pessoas. Seguidamente rumou a Fátima.

O cardeal Joseph Ratzinger celebrou, ainda, uma missa no Porto, na Praça da Liberdade.

“A maior perseguição à Igreja” não vem de “inimigos de fora, mas nasce do pecado da Igreja.” Esta foi a sua mensagem logo no voo de Roma para Lisboa.

Comentando os escândalos de pedofilia que tinha afetado a imagem da hierarquia católica, o papa concluiu: “A Igreja tem uma profunda necessidade de reaprender a penitência, aceitar a purificação e implorar perdão”, disse, referindo-se também à “necessidade de justiça” neste processo.

 

2017 – 12 e 13 de maio – Francisco

Às 14h00 irá partir do aeroporto de Roma/ Fiucimino para a Base Aérea de Monte Real, num avião da Alitália. Marcelo Rebelo de Sousa dará as boas-vindas a Francisco às 16h20, numa cerimónia privada.

Às 17h15, o papa desloca-se para o Clube Desportivo de Fátima, Campo João Paulo II. Uma hora depois visita a Capelinha das Aparições e faz a Oração do Santo Padre.

Já à noite, às 21h30, inicia-se a procissão das velas com uma saudação aos peregrinos e a recitação do Santo Rosário.

No dia 13, o dia de Francisco começa às 9h10 com o encontro com o primeiro-ministro. Durante a manhã visita a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima e preside a Santa Missa no Recinto do Santuário.

Às 14h45 despede-se de Portugal na Base Aérea de Monte Real.  

 

 

Fotos: Arquivo Impala e arquivo RTP

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