Escreveu um dos mais marcantes romances históricos do ano – Isabel I e o seu Médico Português – e diz não querer ficar por aqui. A jornalista que viveu em Macau e até já trabalhou no Canal Parlamento diz-se disposta a arriscar, uma vez mais, numa nova faceta da sua vida.
VIP – Como é que uma pessoa que se diz desorganizada, escreve um romance histórico de 512 páginas?
Isabel Machado – Demorei dez meses e quase enlouqueci. Tinha uma questão de honra: entregar o trabalho no dia marcado. Consegui, mas não foi fácil, até porque um desorganizado tem sempre mais trabalho que as outras pessoas.
Dedica-o ao seu pai…
Tinha de ser. Foi ele quem me transmitiu este gosto pela História. Ao contrário dos pais dos meus amigos, que falavam de quase nada, o meu pai estava sempre a falar sobre História ou Política comigo e com o meu irmão. Com ele aprendi a ter um gosto especial pelos livros, pelo conhecimento.
Tem duas filhas. Fez por lhes transmitir esse gosto que herdou do seu pai pela História, pelo conhecimento?
O mais possível. Elas nasceram em Macau, para onde fui depois de me casar, e desde que eram pequeninas tive a preocupação de que elas percebessem qual o significado que aquele território tinha para a nossa identidade enquanto povo.
Voltou em 2000, depois de Macau ter passado para a administração chinesa…
Verdade. Foi um ano mais complicado, mas embora seja profundamente europeia, adorei o tempo que lá estive.
Acredita no ideal europeu?
Nunca fomos unidos, como os conflitos e os genocídios nos Balcãs provaram, mas acredito profundamente na Europa.
Teve uma vida preenchida com várias atividades… Gosta de arriscar?
Sim… Arrisco muito e tenho poucos medos. Os únicos que tenho, aliás, são medos físicos, de colocar a vida em risco. Embora não pareça, porque tenho este ar arrumadinho (risos), gosto de me aventurar…
Falou das suas filhas. É mãe-galinha?
Não, não sou. Dou-lhes muita liberdade, embora depois goste daquela proximidade mais física, dos beijinhos e dos abraços.
São duas mulheres independentes e que se adaptam facilmente?
Sem dúvida. Não conheço quem o consiga fazer melhor que elas. Não lhes interessa de onde vêm, o que fazem…
A Isabel também é assim…
Sim, sou é verdade. Odeio o preconceito, embora muitas vezes seja muito vítima dele. Tenho este ar arranjado e em Portugal dá a sensação que a maquilhagem é incompatível com a inteligência. As pessoas compartimentam muito as coisas. E por vezes essa discriminação vem das alas mais progressistas…
A Isabel, no entanto, define-se como uma conservadora…
Sim, no que diz respeito a alguns valores fundamentais, como a família. Mesmo tendo passado por um divórcio que aconteceu por vontade minha, sou a maior defensora do casamento. Acredito na instituição, incluindo quando é entre duas pessoas do mesmo sexo. Sou completamente a favor do casamento homossexual e até a adoção é algo que acho que devia ser mais discutida. Lá está a minha parte mais progressista…
Texto: Miguel Cardoso; Fotos: Bruno Peres
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