Anjos
“O palco é a nossa Disney World”

Famosos

Com 16 anos de carreira os irmãos Rosado garantem que o melhor ainda está para vir

Sex, 21/11/2014 - 0:00

A celebrar 16 anos de carreira, os Anjos preparam- se para encerrar a tournée acústica no dia 27 de novembro, no Centro Cultural de Belém. Em conversa com a VIP, Nelson e Sérgio Rosado falam do passado, do futuro e também da família. Sem rodeios, os manos Rosado mostram do que são feitos e deixam claro que o melhor dos Anjos ainda está para chegar.

VIP – Estão a poucos dias de atuar no Centro Cultural de Belém. É um palco especial?
Sérgio Rosado –
Sem dúvida que tem uma carga emocional especial. Vamos encerrar a tournée, que já dura há um ano e meio. Os artistas vivem de objetivos e nós temos o desejo de tocar em várias salas. Vamos fechar a tournée em beleza.

Em palco é mais um dia de trabalho ou ainda vibram com cada concerto?
SR –
Os públicos são sempre diferentes. Até mesmo os públicos mais difíceis tornam o concerto especial. Dá-nos gozo mudar a nossa forma de estar para cativar o público. Absorvemos sempre a energia do público e não nos poupamos. Damos tudo de nós. Vivemos a carreira intensamente.
Nelson Rosado – O palco, para nós, é o paraíso. O palco é a nossa Disney World. Subir para o palco é o mesma sensação que uma criança tem quando sabe que vai à Disney World [risos]. Ficam ansiosas com a proximidade desse dia e nós ficamos com o momento de voltarmos a estar em palco.

Este ano e meio de concertos passou por salas mais pequenas e com espetáculos diferentes. Foi uma forma de levarem a música a mais pessoas?
NR –
Claro que sim. Quando gravámos o melhor dos Anjos em acústico, tínhamos o sonho de que fosse quase como dar um concerto em casa das pessoas. Quando vamos a essas salas fantásticas que o nosso País tem, estamos a ir à casa das pessoas. É uma sensação extraordinária. Isto foi uma novidade para nós e o balanço é muito positivo. Algumas pessoas olhavam de lado para nós e diziam que éramos uma banda para concertos elétricos e para tocar em feiras “xpto”. Existia o desafio pessoal de ultrapassar algumas barreiras como esta. As salas estiveram cheias e podemos dizer que correu muito bem. É uma aposta ganha.

O sucesso da tournée calou muitas pessoas?
NR –
Não era, de todo, o nosso objetivo.
SR – Sabemos que no nosso País existe o hábito de colar rótulos. Sentimos isso em muitas salas, que costumam ter projetos alternativos e elitistas. Há espaço para tudo. Podemos dizer que batemos recordes de vendas de algumas salas de casinos, onde já estiveram artistas nacionais e estrangeiros. Continuamos cá com muita força!

O balanço da tournée é positivo. E o da carreira, que já conta com 16 anos, ou com 25 se contarmos com os anos de música amadora?
SR –
Não podia ser mais feliz. É uma carreira com muitos altos e alguns baixos. E nos poucos momentos menos positivos utilizámos o que estava a acontecer para ativar a nossa criatividade. Costumamos dizer que andamos dois anos à frente. Sabemos sempre o que queremos. Continuamos com muita força e energia para fazer mais e melhor.

E como vai ser o futuro?
SR –
As pessoas falam de um novo trabalho e também sentimos essa necessidade. Estamos muito entusiasmados com os temas novos. Estamos atentos ao que vem sendo feito e estamos a decidir a forma como será divulgado o novo trabalho.
NR – Estamos com saudades dos nossos concertos de Verão e de visitar as nossas comunidades no estrangeiro. Contem com uma maior ação nossa nas redes sociais. Queremos fazer mais coisas com rádios em Portugal. Queremos fazer uma tournée elétrica a partir de abril.

Foram a primeira banda a ter um site, a gravar um DVD e a totalidade da banda sonora de uma telenovela. Mais recentemente lançaram uma aplicação para telemóvel. Nunca houve a tentação de se encostarem ao sucesso?
NR –
Poderíamos ficar acomodados, mas as pessoas têm de ter a noção de que não é com uma carreira de 16 anos, tendo passado por alguns managers, produtores e produtoras, que teríamos ter posses suficientes para nos acomodarmos. Isto não é Hollywood, apesar de alguns colegas nossos ostentarem coisas que muitas vezes não possuem. Não podemos ficar à sombra da bananeira. Temos muitos projetos para fazer. Se tiver saúde, vontade e ânimo, nunca irei reformar-me.

É fácil conjugar a carreira com a família?
SR –
Com o tempo, tornou-se mais fácil. No início era mais complicado. Mas nós nunca nos escondemos. E as pessoas respeitam-nos. Agora é fácil. E a nossa carreira está numa fase que nos permite aproveitar mais a companhia da família e acompanhar o crescimento dos filhos.

Imaginam os vossos filhos a seguir a vossa carreira?
NR –
Eu, não!
SR – O Ian toca muito bem piano e guitarra, mas não creio que vá seguir este caminho.

Mas não insiste para ele seguir uma carreira artística?
SR –
Eu e o Nelson somos muito parecidos nisto e temos o exemplo do que os nossos pais fizeram connosco. O que tiver de ser, será. E sou muito sincero: se seguirem este caminho, serei altamente crítico e estarei cá para apoiar.
NR – Existe o peso de ser “filho de” e não é fácil de gerir. Não gostava de estar nesse papel. Eles vão ser o que quiserem e vão ter o meu apoio.

O vosso último álbum tem o vosso melhor em acústico. Já vimos o melhor dos Anjos?
SR –
Acho que não. O melhor ainda está para vir [risos]. Viram uma boa parte do que fazemos. Quem nos conhece sabe que somos perfeccionistas e ambiciosos, sem tirar os pés do chão. Temos a sensação de que conseguimos fazer mais. Este tem sido o nosso pensamento e não irá mudar.

Texto: Bruno Seruca; Fotos: Bruno Peres; Produção: Romão Correia;
Maquilhagem e cabelos: Ana Coelho com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel

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