Vip
“O objetivo é que haja mais criadores”

Famosos

DIOGO GASPAR saúda a parceria entre o Museu da Presidência da República e o concurso Joias VIP
A 8.ª edição do concurso Joias VIP, realizada este ano em parceria com o Museu da Presidência da República, pretende promover e premiar a criatividade e os novos talentos na área da joalharia. O seu diretor, Diogo Gaspar, abriu as portas do espaço museológico.

Ter, 03/01/2012 - 0:00

 A 8.ª edição do concurso Joias VIP, realizada este ano em parceria com o Museu da Presidência da República, pretende promover e premiar a criatividade e os novos talentos na área da joalharia. O seu diretor, Diogo Gaspar, abriu as portas do espaço museológico. Em entrevista à VIP, explica o que motivou esta parceria, fruto de uma partilha de valores e de expectativas quanto ao futuro da joalharia nacional. O museu havia já organizado uma exposição de joias nas antigas jaulas do Pátio dos Bichos do Palácio de Belém, tendo como temática “Os Símbolos Nacionais”. Já o concurso Joias VIP 2011 está subordinado ao tema “Portugal”.

VIP – Como é que o Museu da Presidência da República olha para esta parceria? Quais são as expectativas?
Diogo Gaspar – Esta parceria nasce de um projeto que o museu tinha iniciado há já alguns anos, quando promoveu a edição de um concurso especial, dirigido a jovens artistas que quisessem trabalhar no domínio da joalharia e da ourivesaria no tema dos símbolos nacionais, a bandeira e o hino. Foi uma iniciativa que visou juntar vários intervenientes: jovens, joalheiros, artistas plásticos. No fundo, tentar trazer à presidência um olhar diferente sobre os símbolos nacionais. A partir daí, passei a fazer parte do júri que avalia o concurso Joias VIP e entendemos, na última edição, que devíamos diversificar a forma como o concurso deveria ser feito. Por um lado, abri-lo a uma nova geração, e por outro, fazer com que os intervenientes trabalhassem o tema “Portugal”.

Qual é o objetivo fundamental desta parceria e desta iniciativa?
Descobrir novos criadores, reorganizar um pouco o concurso, dar-lhe um enquadramento institucional, se assim pudermos dizer, e torná-lo mais próximo das pessoas. Apresentámos o concurso junto de importantes escolas que trabalham no domínio da joalharia e das artes, para que conseguissem trazer os seus alunos, os seus professores, pessoas com quem trabalham habitualmente, para junto do museu e do concurso, fazendo-lhes perceber que não é um concurso de elite, mas um concurso que tenta promover a criatividade e os jovens criadores.

Pensa que esta nova geração poderá trazer valor acrescentado?
O que nos pareceu é que há hoje mais valor do que ontem, e há uma maior transversalidade. Uma das coisas que deixámos patente é que poderia haver combinação entre criativos, artesãos e joalheiros, tentando reunir pessoas das várias disciplinas artísticas. Parece-nos que essa transversalidade que se abre no domínio das artes plásticas pode catapultar para a área da joalharia novos valores, até mesmo para pessoas que nunca pegaram num pedaço de ouro. O objetivo é que haja mais criadores a apresentar peças e mais pessoas a concorrer, renovando um pouco o concurso e o seu objetivo.

Há apenas dois símbolos nacionais, mas, em termos de simbologia, numa definição mais abrangente, Portugal é um tema muito rico e muito vasto…
Sim. Convém salientar que existem apenas dois símbolos nacionais. A bandeira e o hino. Depois, existem alguns elementos que podem ser retirados da literatura, da paisagem, da geografia, da Natureza, da própria gastronomia, e serem utilizados como ícones que representem Portugal ou a portugalidade. Isso é que me parece que, explorado de uma forma criativa, pode produzir uma diversidade e uma riqueza enorme de peças, todas elas particularmente simbólicas e representativas do Portugal de hoje. Penso que este conceito de Portugal deve ser entendido nessa perspetiva. O que existe de melhor no nosso País, ou até o que existe de que não nos orgulhemos tanto mas que também nos caracterize, e que possa ser representado, ou que possa ter transportado para este mundo da joalharia de uma forma não só material, mas também simbólica.

Enquanto diretor, tem tentado alargar as fronteiras do museu além do Palácio de Belém? Acha que tem tido sucesso?
Um dos objetivos estratégicos foi que este espaço, contido dentro do Palácio de Belém, seja apenas a ponta do icebergue. O nosso objetivo foi trabalhar as temáticas que se relacionam com o tema “Presidentes da República” e tratá-los de uma forma alargada, diversificada e muito abrangente. Tendo isso em conta, procuramos estabelecer parcerias com inúmeras autarquias, instituições públicas e privadas e particulares. Penso que esta prática de sair do espaço do museu para o exterior aproxima-nos das populações, abrem-se de outra forma as portas do palácio, como também se estabelece esta aproximação entre o cidadão e o Presidente da República. Temos aumentado o número de visitantes, os espólios, e temos recebido mais propostas de parcerias.

Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Bruno Peres; Produção: Marco António; Maquilhagem: Tita Costa com produtos Maybelline e L’Oréal Professionnel

Siga a Revista VIP no Instagram

Vip