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O Natal em família de CÂNDIDO BARBOSA

Famosos

“Gosto de cumprir as tradições”
Para Cândido Barbosa, este vai ser um Natal muito especial. Pela primeira vez, o cilcista vai celebrá-lo na companhia dos gémeos Rita e Diogo, de dez anos, filhos do anterior casamento. Soraia, a sua nova companheira, e Lara, de sete anos, filha desta, juntar-se-ão a esta festa.

Dom, 05/12/2010 - 0:00

Para Cândido Barbosa, este vai ser um Natal muito especial. Pela primeira vez, o cilcista vai celebrá-lo  na companhia dos gémeos Rita e Diogo, de dez anos, filhos do anterior casamento. Soraia, a sua nova companheira, e Lara, de sete anos, filha desta, juntar-se-ão a esta festa, onde a tradição ainda é muito respeitada. Por imposição dos mais pequenos, a mesma só é quebrada na abertura dos presentes, que foi antecipada para logo a seguir à ceia.
 
VIP – Quais são as suas tradições de Natal?
Cândido Barbosa – É partilhar com a família aqueles momentos que guardo na memória desde criança. O meu pai é de uma família de 11 irmãos e lembro-me da dificuldade que o meu avô tinha para reunir toda a gente. Isso obrigava a dividir a festa pelas noites de Natal e Ano Novo. Manter esse espírito de Natal e a união da família, dá-me sempre muito prazer.
 
Como eram os Natais da sua infância?
Eram sempre dias felizes. À noite juntávamo-nos todos à mesa e íamos para a cama sempre a pensar nas prendas que receberíamos no dia seguinte. Sentia sempre alguma ansiedade e acordava mais cedo. Éramos três irmãos e o que acordasse primeiro ia chamar os outros. Tinha também um tio que construía um presépio em casa dos meus avós, passávamos muito tempo à volta dele. E sentia-me um privilegiado, porque, por fazer anos no dia 31, recebia sempre dois presentes.
 
Houve algum Natal que o tenha marcado para sempre?
O Natal mais infeliz da minha vida e que nunca esqueci, foi um em que recebi meia dúzia de pares de meias, quando o que mais desejava era um brinquedo. Sentei­–me junto ao sapatinho, que tinha deixado no fogão, triste e cabisbaixo. Não havia nada que me alegrasse. Tinha talvez dez anos, era o mais velho dos irmãos e a minha mãe achou que já era grande demais para receber brinquedos.
 
O que gosta mais de receber e de dar?
Gosto de receber, sobretudo, o carinho das pessoas. De resto, em termos de presentes propriamente ditos, tudo é bem aceite. Gosto de dar aquilo que me parece que vai ser útil a quem recebe. No geral, às crianças gosto de dar brinquedos e aos  adultos ofereço livros.
 
E costuma satisfazer os pedidos das cartas ao Pai Natal?
Não gosto de contrariar os desejos das crianças, mas nem sempre o que pedem é razoável e tento oferecer-lhes aquilo que é útil e pedagógico.
 
Até que idade acreditou no Pai Natal?
Até muito tarde, até aos dez ou 11 anos.
 
O que não dispensa na ceia de Natal?
Gosto de cumprir as tradições que me foram transmitidas pelos meus familiares e por isso não dispenso o bacalhau cozido com batatas. E ao almoço do dia seguinte, o farrapo velho. São pratos que nestes dias têm um sabor muito especial.
 
Deixa-se contagiar pela febre consumista que envolve esta quadra?
Não muito. Procuro ser comedido e transmitir isso aos meus filhos.
 
Compra os presentes a tempo ou guarda tudo para os últimos dias?
Gosto de programar tudo com antecedência, detesto confusões.
 
A magia natalícia fá-lo sentir-se mais tolerante e solidário?
Acabo sempre por ficar um pouco mais sensibilizado com o sofrimento dos outros e, nalguns casos, até chocado, com certas situações com que me deparo quando aceito convites para visitar hospitais e instituições.
 
Participa em todas as iniciativas de solidariedade?
Felizmente sou convidado para muitas acções desse género e procuro participar em todas. É nessas alturas que me sinto mais sensibilizado e obrigado a pensar de uma forma diferente em relação à vida.
 
O que é que o entristece no Natal?
Fico triste quando visito instituições e me deparo com pessoas que não podem ter um Natal igual ao dos outros.
 
Ao ciclismo e às responsabilidades empresarias, na Quintinha do Cândido, juntou-se também a actividade de vereador do Desporto, na câmara de Paredes. Como concilia tudo isto?
Tento gerir o meu tempo o melhor possível, o que nem sempre é fácil. Tenho consciência de que estou em fim de carreira, mas ainda consegui neste ano ser o ciclista mais vitorioso e isso deixa-me muito feliz. Por vezes não tenho tempo para as minhas pequenas coisas.
 
A família tem sido prejudicada por isso?
Hoje aproveito o tempo de uma forma mais eficaz e mais intensa e quando estou com os meus filhos é mesmo para estar com eles a tempo inteiro.
 
Ainda não foi desta que ganhou a Volta a Portugal. Ainda está a tempo de o fazer?
Reconheço que é cada vez mais difícil e que já não é o meu objectivo principal. As minhas capacidades físicas e genéticas são o que são e muitas ocasiões houve em que consegui superar-me a mim próprio. Mas pare quando parar, nunca deixarei o ciclismo com qualquer sentimento de frustração.
 
Como é que os gémeos Diogo e Rita receberam a nova "irmã" Lara e a Soraia, a sua nova companheira?
Bastante bem. A Lara convive mais com o Diogo, que passa duas semanas por mês comigo, e por isso a relação entre ambos é mais intensa do que com a Rita. Brincam muito e raramente se zangam. No que se refere à Soraia, a relação é muito boa. A Rita começa a ver nela um exemplo e uma ajuda importante para os estudos. O mesmo se passa com o Diogo, que encontrou nela uma boa amiga, que conversa e brinca muito com ele.
 
O Diogo e a Rita aceitaram bem o divórcio dos pais?
Não, não aceitaram. Não conheço nenhum casal divorciado cujos filhos tenham aceitado bem a separação. As coisas concretizaram-se, foram-se mentalizando e adaptando, mas aceitarem que eu pudesse constituir uma nova família não foi fácil para eles.
 
Texto: Teixeira Lopes; Fotos: Rui Renato 

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