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“O maior luxo é termos tempo para gastar com os que amamos”, diz VICKY FERNANDES

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Consultora de imagem apresenta o livro “A Arte de Saber Vestir”
“A Arte de Saber Vestir” fecha uma triologia que promete levar as mulheres a gostarem mais de si, já que as ensina a saberem vestir-se e a comportar nas mais diversas situações. Um livro onde Vicky Fernandes dá várias dicas que aprendeu por sua conta e risco.

Qui, 11/08/2011 - 23:00

 “A Arte de Saber Vestir” fecha uma triologia que promete levar as mulheres a gostarem mais de si, já que as ensina a saberem vestir-se e a comportar nas mais diversas situações. Um livro onde Vicky Fernandes dá várias dicas que aprendeu por sua conta e risco. Conheça um pouco mais da escritora que em pequena se maravilhava com as roupas e com os sapatos da mãe e que se perdia no sótão da casa da avó junto dos baús de roupa com as quais se tornava “protagonista de histórias fabulosas”.

VIP – Como surge este livro?
Vicky Fernandes
– Esta resolução de regressar à escrita com mais um livro, surge devido ao sucesso dos meus outros dois livros, com acrescida responsabilidade dos leitores e da minha editora.

Saber vestir é uma arte?
Sem dúvida e como qualquer arte exige jeito e gosto, mas sobretudo aprendizagem para adquirir os devidos conhecimentos.

Como adquiriu essa arte?
Observando, ouvindo e lendo livros como o que escrevi. Pode nascer-se seja onde for, podemos ser uma das poucas pessoas ícones da moda com sentido único e intrínseco de estética. Mas A Arte de Saber Vestir, vai sempre exigir um pouco de prática, até obter bons resultados, começando por um autoconhecimento, que requer reflexão.

Escreve que “como todas as meninas foi nos sapatos de salto alto da mãe que começou esta aventura”. Como era enquanto menina adolescente?
Era igual a tantas outras, muito feminina, sensível à beleza, que espreitava e admirava os rituais domésticos, dos jantares especiais e as roupas das pessoas crescidas. E sempre que podia maravilhava-me com as gavetas e o guarda-roupa da mãe e da avó.

Roubava” a maquilhagem e as roupas à sua mãe?
Adorava experimentar a roupa, os sapatos e especialmente os chapéus e as mantilhas de renda que na época as senhoras levavam para cobrir a cabeça na missa.

Alguma situação mais engraçada ou caricata que possa partilhar connosco?
Eu e as minhas primas gostávamos de nos perder no sótão da casa da minha avó. Abrir os baús e vestir as peças de roupa que encontrávamos, tornando-nos verdadeiras protagonistas de histórias fabulosas.

Escreve também que há certas fotos de antigamente onde não gosta de se ver…
Não é não gostar de me ver. Faz parte do crescimento da maioria das meninas, eu era demasiado magrinha e alta.

Qual foi a moda a que pior se adaptou?
Sempre gostei de moda. Não tive uma má época, adaptei me bem aos anos 60 (já de raspão) com as mini-saias, as socas e as calças à boca-de-sino.

Quando a abordam na rua que tipo de conselhos lhe pedem?
Pedem-me os mais variados conselhos, desde o que vestir em variadíssimas ocasiões até questões comportamentais e pessoais.

Gasta muito dinheiro em roupa e acessórios?
Nunca fui de gastar muito dinheiro em roupa, já em acessórios confesso que me perco um pouco, mas sempre fui muito comedida. Não é gastando muito dinheiro que se atinge os objectivos de elegância e de estilo, muito pelo contrário. Mas perco a cabeça com um bom casaco ou uma boa mala.

Descreva-nos o seu armário.
Como explico no livro, o nosso armário deve estar bem organizado. Esta é a regra número um na definição de um guarda-roupa equilibrado. Ter um armário bem arrumado, com as peças separadas por comprimento ou cores e as caixas bem etiquetadas. A ideia é ter tudo bem visível para facilitar na hora de escolher o que vestir.

Hoje vivemos uma crise. Que dicas tem para quem quer ter estilo low cost?
Com crise ou sem ela saber comprar é uma arte. As mulheres com mais estilo e elegância não são as que compram mais, nem as mais ricas, são até ironicamente as com menos posses. São aquelas que se conhecem bem, que reflectem antes de comprar, que não seguem cegamente a moda e sabem misturar o mais barato com o caro.

Diz, baseando-se num estudo, que a imagem chega a ser mais importante que a inteligência. Acredita mesmo nisto?
O que eu digo é que nas sociedades globais, voltadas para o mediatismo, a imagem passou a ser (quase) tão importante como o talento ou a capacidade intelectual, independentemente de estar certo ou errado, a verdade é que as primeiras impressões contam duma forma inquestionável. Há estudos norte-americanos que comprovam que a credibilidade do indivíduo depende principalmente do seu aspecto, da forma como se exprime e só depois vem o conteúdo da mensagem.

Uma sociedade que se baseia no valor da imagem ao invés das capacidades pessoais não corre o risco de ser uma sociedade fraca ou falsa?
Quer queiramos quer não vivemos numa sociedade demasiadamente hedonista, que vive de aparências (onde os media têm uma grande dose de culpa). Não que eu esteja de acordo, até pelo contrário, mas a aparência tem um peso implacável no julgamento das pessoas e muitas vezes fala mais alto que o diploma ou talento. E sobre isto não tenhamos a menor dúvida. Não há um político, empresário ou actor de sucesso que não o saiba e que não use a sua imagem para atingir os objectivos e o sucesso.

A Vicky é o exemplo perfeito que uma mulher que é profissional e mãe pode ser elegante e ter tempo para cuidar de si. Quanto tempo demora a arranjar-se?
Sou muito rápida a arranjar-me, devido a saber exactamente o que quero e a ter conseguido autodisciplinar-me.

Como é que gere a vida profissional com a pessoal?
O projecto profissional é importante se apoiado no projecto familiar. Como todas as mulheres que trabalham, giro a minha vida profissional com a dificuldade da falta de tempo, com muita pena minha de não possuir o dom da ubiquidade. Mas não dispenso de uns minutos só para mim.

Aliás, disse que ter tempo para os que ama é o seu maior luxo e que agora quer ter mais tempo para se dedicar à família.
É o sonho de todos os humanos. O nosso maior luxo é mesmo o tempo, ter tempo para gastar com quem amamos.

O seu filho e marido pedem-lhe dicas?
Sim, vamos muitas vezes juntos às compras, gosto particularmente de escolher as gravatas do meu marido.

Eles deixam-na escolher as roupas que vestem?
Não.

O seu filho tem 23 anos e ainda vive consigo. Com que idade a Vicky passou a ser independente?
Logo aos 20 anos. Os meus pais sempre me deram o maior sentido de responsabilidade e confiança, que fez de mim o que sou.

Como mãe o que teme mais?
Preocupa-me muito o futuro desta nova geração, de facto as dificuldades de hoje em dia irão agravar a situação profissional de muitos jovens com grandes capacidades, que este país teima em não ajudar.

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Paulo Lopes; Maquilhagem e Cabelos: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L'Oréal Professionel

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