Tony Carreira
“Não me senti nada afectado com as acusações de plágio”

Famosos

‘O Homem Que Sou’ marca o regresso do “Rei” da música ligeira
Vale-lhe o carinho das fãs, que, afirma, não têm problemas em mostrar que gostam dele.

Seg, 26/01/2009 - 0:00

A vida não tem sido fácil para o artista que mais discos vende em Portugal. As acusações de plágio que lhe foram feitas em 2008 marcaram o ano de um cantor que se mostra agastado com a imagem que a “sua” música ligeira ainda vai tendo. Vale-lhe o carinho das fãs, que, afirma, não têm problemas em mostrar que gostam dele. E da sua música, claro

VIP – O seu último trabalho alcançou a incrível marca de 7 platinas. O novo, O Homem Que Sou, o seu 14.º ainda agora saiu, mas deve ser disco para igualar o registo… Sente essa pressão?
Tony Carreira – Não, não a sinto, mas sei que ela está cá. Tento abstrair-me. Agora, sei que, se amanhã, lançasse um disco que fosse apenas platina, seria apontado a dedo por muito boa gente…

Não estamos em época de grandes despesas. Será normal que os seus fãs também sintam a tão propalada crise…
Claro. Entendo perfeitamente que uma pessoa dê prioridade a outras coisas do que a um disco, meu ou de outra pessoa qualquer. Mas, no meu caso, acredito que tenho um público magnífico…

A sua carreira tem sido de uma ascensão extraordinária. Consegue discernir a altura em que arrancou rumo a toda esta fama?
Qualquer viragem foi sempre feita através dos concertos. A primeira foi no Olimpia, em Paris, em 2000. E depois em 2003, com o primeiro espectáculo no Pavilhão Atlântico.
Qualquer um desses momentos foi marcante também pelo risco que corri. Sempre defendi que os espectáculos ao vivo tinham que ser bons espectáculo, com banda, sem playbacks… verdadeiros. Felizmente, o público fez questão de marcar presença.

Há quem defenda que fazer um concerto completamente lotado no Olimpia é bem mais fácil do que encher um Coliseu de Lisboa, por exemplo…
Isso é uma ideia completamente errada. Ainda há, em Portugal, muitos preconceitos em relação à música ligeira.

Por que é que acha que isso acontece?
É absurdo transmitir-se a ideia de que a música ligeira só funciona fora do país, o que é totalmente mentira. Aliás, o único país do mundo onde a música ligeira portuguesa é discriminada, é, precisamente, em Portugal. Principalmente, por aquela gente que tem a mania que percebe tudo e que gostam de pensar pelos outros…

Acha que ainda é vista como um produto menor?
Tenho a certeza. O que é totalmente injusto. Para qualquer pessoa, dentro do mesmo género musical, há coisas que se acham boas e outras que se acham más. E isto é válido para qualquer pessoa e qual género. Excepto a música ligeira, que é sempre má, no seu todo.

Tem uma solução para essa questão?

Eu próprio, como consumidor de música, e também como comprador de discos, acho que em Portugal há <P><I>rock<P> bom e mau. Tal como acontece na música ligeira… Quem não quiser ver esta verdade, está de má fé… Não podemos ter vergonha de assumirmos que Portugal, à semelhança de todos os países do mundo, também há música ligeira. E boa!

Pode saber-se qual o último álbum que comprou?
Claro… Se a memória não ma atraiçoa foi o novo dos AC/DC…

Ora aí está uma revelação que vai surpreender muito boa gente…
Possivelmente… (risos) Mas posso acrescentar que o penúltimo foi o do Luís Miguel. Outro estilo completamente diferente. Mas ambos têm boa música dentro dos seus respectivos géneros.

Sei que não gosta de falar deste assunto, mas não posso deixar de lhe perguntar se se sentiu pressionado na elaboração deste novo disco, depois das acusações de plágio que lhe foram feitas…
Nada. Estou totalmente tranquilo em relação a isso. Não me afectou em nada. Rigorosamente em nada.


Texto: Miguel Cardoso; Fotos: Impala



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