Hugo Gilberto
“Na hora de fazer escolhas a família está primeiro”

Famosos

Jornalista da RTP apresenta em exclusivo à VIP a mulher Marta Morais e os dois filhos

Qui, 10/10/2013 - 23:00

Hugo Gilberto é jornalista e pivô da RTP na área do desporto. Em exclusivo para a VIP apresenta a mulher e os dois filhos, o mais novo com apenas dois meses.

VIP – Conheceram-se na faculdade. O namoro prolongado foi essencial para a construção da relação?
Hugo Gilberto – Conhecemo-nos na Universidade de Coimbra em 1996. Mas só começámos a namorar em 2002, estava eu no Porto e a Marta em Lisboa. Esses primeiros seis anos em que éramos os melhores amigos foram decisivos para virmos a ter a relação que temos hoje.

Depois de tanto tempo juntos (11 anos) ainda se “descobrem” um ao outro?
HG – Pode haver pequenos pormenores de descoberta e isso é saudável. Mas, por regra, somos capazes de acabar as frases um do outro e de comunicar, tranquilamente, através de um olhar.

O que mudou com a chegada do primeiro filho a nível profissional e pessoal?
Marta Morais – Há duas certezas quando nos tornamos pais: a vida passa a ser muito mais difícil, mas muito melhor. Com a ajuda inestimável dos avós conseguimos continuar a ter o nosso tempo, que é fundamental num casamento.

Qual é o segredo para um casamento feliz, com empregos tão exigentes?
HG e MM – Os segredos não se revelam (risos)… Para lá do amor e da paixão, devia ser obrigatório casar com alguém com quem gostamos de conversar. E nós gostamos muito de conversar. Horas a fio. Sobre todos os assuntos. Por exemplo, nós analisamos os telejornais peça a peça. Conversar até sobre o emprego do outro não é frete. Antes pelo contrário. E ter a capacidade de, às vezes, conseguir esquecer o trabalho é muito bom.

Foram novamente pais há pouco mais de dois meses. Decidir ter um segundo filho em plena crise económica não vos “assustou”?
HG e MM – Sempre soubemos que queríamos ter outro filho e como não há previsões credíveis para o fim da crise, achámos que era melhor não esperar mais dez anos! Mais do que a crise económica, o que nos preocupa a sério é eles poderem vir a crescer numa sociedade desigual em que o fosso entre ricos e pobres é cada vez maior. Atenuar essa disparidade, própria do terceiro mundo.

Estar casada com uma figura pública não provoca ciúmes ou inseguranças?
MM – Acredito que possa acontecer, mas no meu caso não. Claro que implica “partilhar” o Hugo, mas eu serei sempre a fã número 1 (risos)!

Como reage quando é reconhecido na rua?
HG – Bem. Muito bem. Seja nas ruas do Porto, de Newark, de Paris ou de Maputo. Falo de Portugal e do estrangeiro por causa da força que a RTP Internacional e a RTP África têm junto dos portugueses espalhados pelo mundo. No caso dos jornalistas, as pessoas reconhecem-nos por boas razões. Porque somos aqueles que aparecem lá em casa e que dizem a verdade sobre o que acontece em Portugal e no Mundo. E ser reconhecido por dizer a verdade é algo que nos deve encher de orgulho.

Quando começou a ser pivô como lidou com o facto de deixar de ser “anónimo”?
HG – Antes disso já não era fácil ser anónimo. A reportagem em direto no desporto (em particular naqueles momentos mais marcantes como finais europeias de futebol, campeonatos do Mundo, campeonatos da Europa ou Jogos Olímpicos) implica enorme exposição mediática. É claro que a apresentação de programas multiplica essa exposição e inviabiliza o anonimato. Mas não sou hipócrita. O reconhecimento público é bom.

O programa Trio d’Ataque tem sido líder de audiências. Como explica o sucesso do projeto?
HG – Desde que o Domingo Desportivo acabou, o Trio D’Ataque é o nome com mais notoriedade no universo dos programas de desporto em Portugal. É uma marca. Um clássico. É o preferido dos portugueses. E este sucesso é também a prova de que sobre futebol pode ter-se uma discussão inteligente, apaixonada e sem gritos.

A Marta trabalha na mesma área, embora com funções diferentes. Ela é muito crítica em relação ao seu trabalho?
HG – A Marta hoje já não é jornalista embora continue ligada à comunicação. Quanto à forma como olha para o meu trabalho posso dizer que é quase como ter um crítico (profissional) de televisão cá em casa. Capaz de um elogio rasgado e incapaz de não detetar a menor das falhas. Só não fala de penáltis, golos ou fora-de-jogo. Não percebe nada de futebol!

Como gere a sua vida familiar tendo uma profissão tão desgastante?
HG – Com a consciência pesada por roubar muitas horas à família. Quer pelo tempo que passo fora de casa, quer pelo tempo que passo ao telemóvel que começa a tocar às oito da manhã e só se cala depois da meia-noite. Na hora de fazer grandes escolhas, a família está em primeiro lugar.

Que tipo de pai é? E a Marta, é “mãe-galinha”?
HG – Sou um pai muito preocupado. Os filhos são um tesouro demasiado precioso para nos darmos a esse luxo de vivermos tranquilos.
MM – Acho que não sou “mãe-galinha”. Gosto deles de uma forma avassaladora e digo-lhes isso todos os dias, mas não os quero debaixo das minhas “asas”, quero ensinar-lhes a voar alto.
Que valores tentam transmitir aos vossos filhos?
HG – A amizade. A solidariedade. A perceção da justiça social. A consciência tranquila. A lealdade.

Quem é mais severo na educação?
HG – A mãe, claramente.
Estão sempre de acordo com as decisões que tomam no que se refere aos filhos?
HG – Nem sempre estamos de acordo. Mas somos incapazes de dar o mínimo sinal de desacordo à frente do Diogo (com o Guilherme também será assim). Se os filhos sentirem que podem jogar com as divisões entre os pais, vão abusar.

Quando conseguem dedicar-se um ao outro, que programas gostam mais de fazer?
HG – Sempre que podemos, gostamos de viajar. A última viagem a dois foi a Barcelona. E também ir ao cinema. Antes de o Diogo nascer, íamos ao cinema quase todas as semanas. Almoçar numa esplanada junto ao Douro – e há dezenas no Porto que valem a pena. Jantar na Baixa…

É um homem romântico?
HG – Muito. Há mais de dez anos que trato a Marta com diminutivos. Mimo-a muito.

O Diogo já reconhece o pai na televisão?
HG – Há quase dois anos que já reconhece o pai na televisão e agora até já faz comentários durante dois ou três minutos. Mas continua a preferir o Faísca Mcqueen, o Mickey, o Thomas ou o Noddy!
E se ele quiser ser jogador de futebol ou jornalista, vai apoiar a sua decisão?
HG – Vou apoiá-lo em qualquer escolha ou sonho. Mas, jornalista já chega um cá em casa. E jogador de futebol também não será grande ideia se ele sair ao pai: o que lhe sobrava em vontade, faltava-lhe em jeito.

Qual foi a palavra ou frase mais bonita que já ouviu por parte do seu filho?
HG – Há algumas semanas estive vários dias em Belfast e em Boston, como enviado especial da RTP aos jogos da seleção. E falei com o Diogo ao telefone que me disse: “Papá! Estou a tomar conta da mamã e do Guilherme. Não te preocupes.” Ouvir isto a milhares de quilómetros desperta um turbilhão de emoções.

O Hugo tem uma forte ligação com a sua família. É o seu grande pilar?
HG – Os meus pais são a minha referência. Devo-lhes quase tudo. A generosidade da minha mãe e a dedicação total aos filhos (e aos netos) não tem e nunca teve limites. O meu pai também nunca nos falha. E é um homem exemplar. Daqueles sem mácula. Que quase já não existem. O meu irmão é o outro pilar da família. Na última década passei a contar também com a família da Marta. Tenho uma ótima relação com o meu sogro. Infelizmente, já não fui a tempo de conhecer a minha sogra. Mas a memória que a Marta tem da mãe é tão forte, que é como se a conhecesse…

Texto: Cintia Valente; Fotos: Luís Baltazar; Produção: Nucha; Maquilhagem e cabelos: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L'Oréal Professionnel

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