Bernardo Sassetti
Mistério um ano depois

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Morte do músico no Guincho continua em investigação

Qui, 23/05/2013 - 23:00

Um ano depois da morte do virtuoso pianista, as causas da tragédia ainda estão a ser investigadas. Apesar de tudo apontar para que o que se passou na falésia da Praia do Abano, no Guincho, tenha sido uma fatalidade, o caso ainda está em inquérito. “Não está arquivado. Ainda não conseguiram apurar as causas”, garantiu uma advogada contactada pela VIP, que consultou o processo, que se encontra “no Quarto Juízo Criminal, Atos Jurisdicionais” do Tribunal de Cascais.

Carlos do Carmo, que privou de perto com Bernardo Sassetti e com ele desenvolveu uma relação tanto profissional como de amizade, disse à VIP não ter conhecimento da fase em que se encontra a investigação. “Quanto a isso, não faço ideia, porque não tenho tido qualquer relacionamento com a família. O que sei, e que é concreto, é que não está cá e que tem, tinha, duas lindas meninas”, disse o fadista, não poupando elogios ao homem e ao artista: “Sinto muito a falta do Bernardo, a dois níveis: a nível humano, porque foi uma pessoa com quem criei um imenso afeto, foi uma coisa muito impactante entre nós os dois e deixou em mim um imenso vazio, quase impossível de preencher; e a nível artístico, porque era um artista superior. Isto que lhe digo não tem qualquer sentimento a título póstumo, falo como se ele estivesse connosco. Era uma pessoa de grande talento, educação, cultura e um ser modesto. Não era pretensioso, era modesto e isso era tocante. Era um homem com os pés na terra, que não abusava do dom que lhe foi concedido.” O fadista, que gravou com o pianista o CD Carlos do Carmo/Bernardo Sassetti, diz que nunca o esquece nos seus espetáculos: “Levo­ o comigo, sempre! Nos meus concertos canto sempre uma canção que gravei com ele e o público sente que é um momento de grande emoção. Quando digo o nome dele há sempre um aplauso sentido, de reconhecimento. Sinto muito a falta dele.”

Bernardo Sassetti morreu a 10 de maio, vítima de uma queda de uma falésia perto da Praia do Abano, em Cascais. De acordo com o que o jornal SOL noticiou na altura, o alerta foi dado por um pescador às 15h05. “Um pescador amador que, àquela hora, se encontrava naquela escarpa, com cerca de 20 metros de altura, terá assistido a tudo e chamou o 112. ‘Entrou aqui completamente transtornado, estava pálido. Dizia que viu o homem (Sassetti) atirar­ se do rochedo’”, escrevia o SOL, na altura. O Ministério Público abriu um inquérito para apurar as circunstâncias da morte, deixando em aberto os cenários de queda acidental ou ato suicida.

O pianista tinha 41 anos e era casado com Beatriz Batarda, com quem tinha duas filhas, Leonor e Maria.

Texto: Carla Simone Costa com Luís Gamboa; Fotos: Impala e DR

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