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“A minha relação com o Ricardo é muito fácil e muito boa”

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Numa das melhores fases da sua vida, ROBERTA MEDINA fala de trabalho, de si e, pela primeira vez, de RICARDO ACTO
Roberta Medina é provavelmente a pessoa mais “bacana” da televisão portuguesa e aquela que tem mais “atitude” e “carisma”. Aos 32 anos, a jurada de Ídolos vive umas das melhores fases de sempre da sua vida. Para isso, muito contribui a relação de cinco meses com Ricardo Acto, 32 anos.

Sex, 19/11/2010 - 0:00

 Roberta Medina é provavelmente a pessoa mais “bacana” da televisão portuguesa e aquela que tem mais “atitude” e “carisma”. Aos 32 anos, a jurada de Ídolos vive umas das melhores fases de sempre da sua vida. Para isso, muito contribui a relação de cinco meses com Ricardo Acto, 32 anos, um dos membros da equipa de produção do Rock in Rio. Em conversa com a VIP, Roberta confessa que pensou abandonar Portugal no ano passado e revela o que deseja para o seu futuro sentimental.

VIP – Como está a correr a nova aventura no Ídolos?
Roberta Medina – Apesar de ser a segunda vez, existem novidades. Nos castings foi complicado ser tão doce como da primeira vez, porque existe uma comparação com os concorrentes anteriores, a nível de qualidade. A diversão, essa, é a mesma de sempre.

Costuma rever a sua prestação?
Nem fotos vejo. Não gosto de rever. Faço essa análise durante o programa.

Os jurados falam sobre as audiências?
Estamos num programa de televisão. As audiências são fundamentais, mas não quer dizer que seja importante ganhar sempre. Há vários factores que são determinantes, mas se formos sempre líderes, como aconteceu na última edição, é ainda mais divertido. Os números actuais são muito interessantes.

Já teve alguma discussão séria com os membros do júri?
Claro. Com o Manuel Moura dos Santos já discuti várias vezes. Mas não dura mais de dois minutos. Trabalho com o Manuel há séculos e adoro-o de paixão.

É complicado ter o poder de "destruir" o sonho de um adolescente?
Nós não temos o poder de "destruir" o sonho de ninguém. Estamos ali para dar uma opinião e não podemos mentir. O que é cruel é que temos pouco tempo para falar com as pessoas. Elas saem de lá a pensar que estamos errados.

Não gosta muito de se maquilhar…
Não sei (risos). Sinto-me bonita quando estou maquilhada, mas nunca quis ter aquela sensação que se costuma dizer de que “os homens deitam-se com uma mulher e acordam com outra” (risos). Quero que as pessoas estranhem a maquilhagem e não aquilo que sou.

Ser maquilhada antes do directo acaba por ser como brincar às princesas?
Totalmente. Acabo por curtir tudo o que me fazem. É muito "bacana" e acabo por fazer algo que não faria no meu dia-a-dia.

As expressões “bacana”, “atitude” e “carisma” já são a sua imagem de marca?
Sim. As pessoas dizem-me essas expressões na rua (risos).

É uma pessoa “bacana”, com muita “atitude” e “carisma”?
É chato dizer isso de nós próprios (risos)… mas acho que sim. Fui educada para ter atitude e opinião própria. Profissionalmente fui treinada para “matar”. Fui preparada para aguentar muitas coisas. Se não tivesse atitude, não conseguia aguentar.

O Rock in Rio (RiR) regressa em 2012. O que podem esperar os portugueses?
A renovação do grande parque temático que é o RiR e um line up forte. O objectivo é que o RiR seja uma marca global de entretenimento, não apenas vinculada à realização de espectáculos em vários países.

A crise sente-se no evento?
Já se sentiu na edição de 2010, pois o público reduziu um pouco e houve menos patrocinadores. Dependendo da economia, está em aberto a possibilidade de baixar o preço dos bilhetes. Se o RiR fosse no próximo ano os bilhetes seriam mais baratos.

Há diferenças entre a Roberta mediática e aquela que as pessoas não conhecem?
É a mesma Roberta. Mas vivemos várias cenas em diferentes momentos da vida. As pessoas adaptam-se ao ambiente onde estão, mas posso dizer que a Roberta enquanto figura pública é real, até muito mais doce do que no geral, porque não tenho razões para me aborrecer. O que pode ser diferente é a imagem que as pessoas fazem de mim. Tento corresponder ao carinho que me dão, mas não me posso confundir com aquilo que pensam de mim.

A sua família é muito conhecida. Nunca teve a tentação de viver na sombra do apelido?
Acho que é mais o outro lado. A minha assinatura é só Roberta. Sempre quis ser eu, independentemente do pacote que vem junto. Mas nunca reneguei o meu nome nem escondi a família. O meu tio foi político muitos anos e era de direita numa altura em que a diferença entre direita e esquerda era muito forte. Em pequena, na altura da escola, não falavam comigo por causa do apelido. Tentei ser sempre eu para que o impacto do apelido não fosse tão forte. Mas agradeço tudo o que herdei. Não tenho dúvidas de que aquilo que sou hoje tem origem na minha família. Tenho um grande orgulho nela. Não quero estar na sombra nem quero fazer sombra porque somos mais fortes juntos.

O seu pai foi raptado quando era criança. Vive com o medo de que lhe possa acontecer o mesmo?
Todas as pessoas que crescem no Rio de Janeiro vivem com esse medo (risos). Até ao sequestro do meu pai tínhamos segurança e a partir daí deixámos de ter. Quando se vive numa cidade que tem mais factos violentos achamos que aquilo pode acontecer. Por exemplo, no Rio de Janeiro há muitos assaltos enquanto se espera que o portão da garagem abra. Aqui, vivo numa zona calma, mas enquanto o portão abre olho para os lados.

Nunca tinha vindo a Portugal até 2003. O que a levou a ficar por cá?
Acima de tudo, a qualidade de vida. Uma sociedade mais madura onde existem limites básicos de saúde e onde as diferenças sociais são menores. Isto traz uma qualidade de vida que é facilmente compreendida por quem já viveu em locais diferentes. Há um equilíbrio maior entre a vida profissional e pessoal. Em economias mais competitivas há um stress muito maior. Mas se tivesse isto tudo e não tivesse grandes amigos não tinha ficado.

Já teve vontade de regressar ao Brasil?
No ano passado existiu um momento de dúvida. Estive três meses no Brasil para decidir se ficava lá ou voltava a Portugal. Decidi que queria ter casa em Portugal, pois sempre vivi numa casa alugada. Foi uma decisão feliz.

Tem a sua primeira casa em Portugal. A sua independência faz com que queira tratar de tudo sozinha?
Não, toda a gente participa (risos). A minha casa tem de ser um lugar muito feliz e com muita vida. Cada pedaço da casa é pensado na reacção que as pessoas vão ter quando olharem para lá. Quero uma casa onde as pessoas queiram estar sempre.

Continua a achar que é uma mulher complicada?
Boa pergunta (risos). Descobri que somos todos complicados. Acho que a ideia de ser complicada está relacionada com a minha exigência de ser fácil. Dizia muito isso por causa dos namoros. Entendo que sou uma namorada fácil, mas tenho as minhas dúvidas e inseguranças. Profissionalmente sei que sou muito forte, mas pessoalmente não quero ser tão forte. No dia-a-dia não quero ser sempre forte, estar sempre certa e estar sempre a tomar decisões. Neste ambiente é que achava ser mais complicada. Agora que encontrei uma pessoa mais fácil, acho que as coisas são também mais fáceis (risos).

Disse que o dia mais importante da sua vida foi quando aprendeu a amar…
Amar não é complicado, mas acho que é uma dádiva porque é algo que não planeamos. O amor que nos alimenta a alma não está só numa pessoa, mas em saber olhar para o mundo e estar em constante alerta para não nos acostumarmos com as coisas. Dentro do amor que já conhecemos, que é o amor familiar e dos amigos, quando olhamos para alguém e sentimos algo sem saber explicar… isso é muito bom. A falta de licença do amor é muito bonita. É bom saber que isto existe e sentir que existe. A vida é outra e a partir daí a prioridade das coisas muda.

Amar alguém muda a forma como vemos os restantes amores de que falou?
Quando nos apaixonamos não! Ficamos ceguinhos e vemos a vida num tom cor-de-rosa meio fosco (risos). Quando amamos alguém é diferente, clareia. De repente tudo fica definido.

Já amou muitas vezes?
Amo todos os dias e muito (risos). A minha família, amigos e o Bambu, o meu cachorro.

Não tem paciência para namorar à toa…
É chato namorar à toa, não consigo. Nunca fui de namorar só para namorar e para não estar sozinha. Adoro estar sozinha. Para namorar tem de valer a pena.

Mas tem paciência para a sedução e conquista que antecede o namoro?
A sedução é fundamental. Conversar, dar-se a conhecer… é fundamental, mas não são precisos 35 jantares para começar a dizer que se quer algo com alguém (risos). Costumo brincar a dizer que os portugueses são assim. É fundamental existir conquista.

Namora com Ricardo Acto há cinco meses. É romântica?
É melhor perguntar isso a ele (risos). Não sei se sou romântica, mas sou muito carinhosa. Adoro que o meu namorado seja (risos). Mas não preciso de jantares à luz das velas e de declarações de amor.

Qual a maior loucura que fez por amor?
Namorei uma pessoa quando morava em Los Angeles. Estive lá quatro meses e regressei ao Brasil. Até àquela relação sempre me preocupei com o que o meu pai pensava. Quis regressar a L.A. e foi a primeira vez que não perguntei ao meu pai se concordava, apenas falei com ele e ele acabou por me oferecer a viagem.

É independente e assumiu que gosta de estar sozinha. Como lida com a invasão do seu espaço e intimidade, algo que acontece nas relações amorosas?
Tal como gosto de estar sozinha também gosto de estar acompanhada. Quando estou acompanhada é porque quero. Por isso, é muito fácil e muito bom. A minha relação com o Ricardo é muito fácil e muito boa. Ele tem a vida dele e tem de querer sair com os amigos porque também gosto de sair com as minhas amigas. Existe o eu, o ele e o nós. Isto é fundamental e não pode existir só o nós. Por isso é que está a dar certo.

É fácil encontrar alguém que compreenda o que acabou de dizer e ainda lidar com o seu mediatismo?
Não foi (risos). Tive relações em que as pessoas estranhavam uma dessas coisas. É preciso encontrar alguém que valorize a sua independência e o facto de ser uma boa profissional em vez de se assustar com isso.

É difícil amá-la?
Não. Tenho sido feliz. Há pessoas que não querem lidar com o mediatismo porque não é sempre bom. Durante muito tempo não quis ser mediática. Se morasse no Brasil não faria tudo o que faço aqui porque é um mercado muito mais cruel e agressivo.

Na sua vida amorosa vai dedicar um capítulo ao casamento?
Espero que sim, apesar do vestido branco nunca ter feito parte do meu imaginário. Os meus pais viveram 28 anos juntos e não foram casados. Não me faz diferença nenhuma. Gosto de me divertir e quando decidir celebrar vai ser uma festa, mas não vai ter de ser uma cerimónia com padre. Quero uma relação feliz e é muito "bacana" ter um porto seguro, um ninho onde regressamos e nos abastecemos.

Essa festa será dupla, em Portugal e no Brasil?
Espero que sejam muitas (risos). Brasil, Portugal e muitas festas por ano (risos).
Sendo muito ligada à família, ainda não sentiu o apelo de iniciar a sua própria família?
Não planeei ser mãe e continuo a não planear. Acho que faz parte do meu caminho e acho que vai acontecer, mas não sou daquelas mulheres que querem ser mães de qualquer jeito. Acho que será uma experiência muito bonita que irá acontecer com a maior naturalidade do mundo quando decidir viver com alguém.

As coisas não programadas têm mais encanto, é isso?
Não. Tem a ver comigo. Há pessoas que valorizam a cerimónia do casamento, a formalização, o padre. Respeito isso, mas a minha personalidade é assim e quero que seja assim. Acho que um pedido de casamento ia deixar-me desconcertada (risos).

O que lhe tira o sorriso?
A injustiça e as diferenças sociais.

O que mais a irrita é ganhar peso?
Sim. Altera-me o humor. Dá muito trabalho emagrecer (risos).

Tem medo de envelhecer e que o avançar da idade lhe retire o espírito divertido que tem?
Está escrito nas estrelas que quanto mais velha for mais criança vou ser. Espero não ter medo de envelhecer.

Texto: Bruno Seruca; Fotos: Paulo Lopes

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