Miguel Oliveira
“Estou a viver o meu sonho”

Nacional

Antes de começar o campeonato numa nova categoria, o piloto de motociclismo faz um balanço do ano

Sex, 25/12/2015 - 16:30

O piloto de Almada teve, este ano, uma prenda de Natal antecipada, ao conseguir ficar em segundo lugar no campeonato de Moto3 e ascender, numa nova equipa, a Leopard Racing, à categoria seguinte no Mundial de Motociclismo. 

VIP – Qual o balanço que faz da temporada passada? Foi um segundo lugar bem suado…
Miguel Oliveira – Foi uma temporada bastante positiva. Depois do início atribulado, de começar como comecei e acabar em grande, foi um dos fechos mais vitoriosos que se viu na categoria até à data e deixa-me muito orgulhoso.

Para os leigos, quais as diferenças entre esta e a anterior categoria?
A mota passa de 80 quilos para 140, de uma potência de 65 para cerca de 160 cavalos, os pneus têm outro diâmetro, é tudo muito maior e as coisas são mais difíceis, requerem uma adaptação volta a volta. Vai ser, espero eu, uma adaptação boa e relativamente rápida.

Quais as perspetivas para este primeiro ano em Moto 2?
O campeonato começa em março e eu vou entrar como rookie, o que não vai ser fácil, porque a moto é muito diferente daquilo a que estou habituado. Passei muito tempo em categorias de baixa cilindrada, por isso vai ser uma primeira época em que vou ter de aprender com os meus próprios erros, o que custa sempre muito.

Desde os três anos que a sua vida está ligada às motos, desde há cinco a correr em Moto 3, agora em Moto 2… era isto que esperava da sua vida?
Sim, apesar de nunca ter podido fazer um projeto idealizado ano a ano, mas estou a viver o meu sonho e a ter como profissão aquilo de que gosto. Esse era o meu objetivo máximo enquanto pessoa, dedicar-me a isto a 100 por cento.

Como imagina o seu futuro: para sempre em duas rodas, ou vê-se a encostar às boxes um dia e a exercer odontologia? Como está neste momento o seu curso?
Essa é outra coisa em que eu não posso colocar uma data como deadline. Neste momento aquilo que tenho de fazer é continuar a tentar conciliar ao máximo os dois mundos. Cada vez vai ficando mais difícil com o sucesso nas pistas. E vou continuar a correr até poder continuar a lutar por lugares cimeiros. A partir do momento em que não me estiver a divertir e com muitas coisas pelo meio, abandono… Talvez um dia mais tarde se conseguir eu próprio constituir a minha família, ter um filho, poderá ser aí o final, mas vou deixar que as coisas aconteçam…

Este tempo entre o fim do campeonato e o início do seguinte está a ser suficiente para “recarregar baterias” e rever amigos?
As corridas tiram-me muito tempo, mas não deixo de me divertir… Mantenho-me sempre muito ocupado, com muitas coisas. Voltei esta semana a treinar fisicamente, o que ocupa grande parte do meu dia. A minha prioridade é a carreira, não é ir beber café com os amigos… Obviamente que eles entendem esta minha tomada de posição…

Teve, recentemente, jantares com fãs, tanto em Lisboa, como no Porto. Como é que sente o carinho dos fãs?
Sinto sempre a presença dos fãs. Felizmente, por todo o mundo, há sempre uma bandeira portuguesa a apoiar e vejo através da bandeira o apoio de todos os fãs, de todas as pessoas que estão cá em Portugal e se deslocam aos circuitos. A parte dos jantares surgiu da necessidade, em 2011, quando se iniciou o meu clube de fãs, de querermos juntar todos os apoiantes e todas aquelas pessoas que demonstram algum carinho por mim.

É muito assediado pelas fãs femininas?
Este é um mundo de homens! Apesar de haver algumas mulheres que acompanham o circuito, umas porque gostam do desporto, outras porque gostam dos pilotos…

Leia a entrevista completa na edição número 962 da VIP.

Texto: Luís Peniche; Fotos: Bruno Peres; Produção: Romão Correia; Maquilhagem e cabelos: Vanda Pimentel

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