Gary Dourdan
“Metia-me em muitas confusões”

Famosos

Em Portugal, o ator, da série CSI, revela que os pais o inscreveram em Artes para o afastar dos problemas

Qui, 25/04/2013 - 23:00

Gary Dourdan atingiu a fama mundial no papel do agente Warrick Brown, na série CSI: Crime Scene Investigation. Após uma breve visita a Portugal, o ator, músico e compositor está de volta ao nosso país para dar a conhecer o seu projeto musical, Sugar Free. O artista irá ainda atuar na festa do primeiro aniversário do Lisboa Fontecruz Hotel, no dia 24 de abril. A VIP esteve à conversa com Gary Dourdan e ficou a conhecer os sonhos do homem que aprecia as mulheres portuguesas e que quer erradicar o racismo.

VIP – Porque escolheu ser ator?
Gary Dourdan – Quando era mais novo metia-­-me em muitas confusões. Algo que ainda não mudou (risos). Dava muitas dores de cabeça aos meus pais e eles decidiram inscrever-me numa escola de artes. Quando temos aquela idade e somos obrigados a usar collants aprendemos a ser humildes e isso afasta-te dos problemas. Não pensava que fosse fazer vida disto. Pensava apenas que me ia manter afastado dos problemas.

Começa a fazer teatro e em 1991 faz parte da série A Different World. Nessa altura pensou que iria construir uma carreira?
Essa série marca o início do meu percurso em televisão. Não pensava que fosse a minha vida. A minha imagem era muito diferente das pessoas da área. Na altura usava rastas até meio das costas. Ninguém na televisão tinha essa imagem. Nunca pensei que faria carreira, até porque também tentei a moda e não deu certo porque era muito diferente. Até que depois de um trabalho surge outro e depois desse mais um. Na altura tinha uma banda e deixei Nova Iorque para ser ator. Ganhava mais dinheiro a representar.

Sei que tem novos projetos em cinema…
Acabei de gravar alguns episódios da série Mistresses. Também filmei Five Thirteen, que será apresentado em Cannes este ano. E dentro de poucas semanas estarei em Nova Orleães, nos EUA, para gravar um drama. Estou muito empolgado.

Ainda tem um projeto chamado Mother Tongue que pretende aproximar as pessoas…
É uma ideia que já tem sete anos. Tenho gravado entrevistas com diferentes artistas que me dizem o que pensam do mundo quando viajam. Uma das razões que me levou a criar este programa foi a guerra no Iraque. Muitos norte-americanos têm uma visão muito limitada sobre diferentes culturas. Pensam que o mundo acontece apenas dentro dos limites dos EUA.

E vai criar uma fundação com esse nome…
Sim. A Mother Tongue Foundation estará ligada às Artes. Vai ter vários programas e também pretende combater o racismo e a violência doméstica. Acreditamos que podemos fazer muita coisa pela educação das crianças. Os mais novos podem pegar num instrumento em vez de uma arma.

Porquê esta aposta agora na música?
Porque tenho mais tempo. A minha família tem um historial musical. Cresci a ir a concertos e ensaios. Também nunca pensei fazer disso vida, mas agora tenho tempo. Quando estava a gravar CSI costumava ter instrumentos na minha roulotte para me entreter nas pausas.

O que pode esperar da sua música quem só o conhecem enquanto ator?
Quem realmente sou! Enquanto ator, as pessoas conhecem os papéis que represento. Com a música podem conhecer-me melhor.

Conhece algum artista português com quem gostasse de trabalhar?
Já fui aos fados e tenho conhecido alguns artistas. Gostava de gravar algo em Portugal e até de cantar em português. Acho que nos podemos expressar melhor em português do que em inglês.

A sua família tem uma grande influência no seu trabalho?
A minha família inspira-me e ajudou-me a ser aquilo que sou. Há duas semanas arranjei a sala de costura da minha mãe e ofereci-lhe máquinas novas. Disse-lhe que quando ela está a criar eu também estou. É assim que a influência funciona na nossa família. É tudo natural.

O que pensa das mulheres portuguesas?
São muito naturais. Gosto das mulheres portuguesas, porque gostam de se divertir, mas são muito educadas. É bom ver uma mulher ser uma mulher. Isso é importante para mim. Em Los Angeles muitos podem parecer naturais e bons, mas é apenas uma imagem superficial. E as portuguesas também sabem cozinhar (risos).

As mulheres têm um grande apreço por si. Como lida com o assédio feminino?
Dou muitos abraços (risos).

Tem uma imagem forte. Gosta de moda?
A minha indústria vive da imagem. A verdade é que é um jogo de que faço parte. Mas preocupo­–me muito com moda. Prefiro uma cidade a uma aldeia. Gosto de ter o meu toque pessoal. Não gosto de parecer que saí de uma loja e que vou estar igual a todas as pessoas.

O que pretende realizar no futuro?
Quero ter um papel na erradicação do racismo. E quero acabar com a fome no mundo. Acho que conseguimos. Temos os meios. Quero fazer parte disso. Além do mais, quero tocar música, fazer filmes e viajar. Não me tenho saído mal. E quero manter-me neste momento. Alguém disse que o nosso ego faz com que seja impossível viver o momento. Só nos deixa pensar no futuro e no passado, mas eu quero viver no momento.

Texto: Bruno Seruca; Fotos: Paulo Lopes; Produção: Manuel Medeiro

Siga a Revista VIP no Instagram