Marta Melro
“Sempre me fez muita confusão não ter a minha independência”

Nacional

Aos 31 anos, é uma das mais belas atrizes nacionais e quer ir sempre mais longe na carreira

Sex, 10/06/2016 - 14:58

Estreou-se em televisão na segunda série de verão de Morangos com Açúcar, em 2004 e, daí para cá, nunca mais parou, tendo demonstrado o seu talento interpretativo e, também, a sua beleza natural e espontânea, em inúmeros papéis, do pequeno ao grande ecrã, passando pelas tábuas de muitos palcos. Agora, dá vida a Rafaela Mestre, em A Única Mulher, a sócia de Rita Pereira no Estúdio Sete e no site de call-girls. Uma empresária bem sucedida, segura de si como a atriz que lhe dá vida. Aos 31 anos, recentemente completados, vive eternamente apaixonada e a um ritmo diabólico: não consegue estar parada nem um bocadinho…

VIP – Desde 2004 até hoje, já lá vão mais de meia dúzia de telenovelas, faz parte do elenco fixo de A Única Mulher, integrou diversas séries de televisão, participou numa curta metragem e numa peça de teatro, num reality show… O que se segue? Não consegue estar parada?
Marta Melro – Eu não gosto de estar parada, de todo. Mesmo quando não estamos a fazer telenovelas, as pessoas têm a ideia de que estamos afastados ou que estamos parados, mas não, ou estamos a fazer teatro ou outros projetos. Simultaneamente com as telenovelas estive a fazer teatro, coisa que eu vou tentar não voltar a fazer, porque é muito desgastante. Nós dizemos sempre isso, que nunca mais vamos voltar a fazer uma peça de teatro quando estamos a fazer telenovelas, mas caímos sempre no mesmo erro.

Mas sempre ouvi dizer que o bichinho do teatro nunca mais sai de dentro do ator…
Mas eu quero muito voltar a fazer teatro! Só que teatro em simultâneo com novela é muito desgastante. E eu, como sou perfeccionista e gosto sempre de fazer o meu melhor… é complicado! E quando se entra em digressão com a peça, ainda é mais complicado. Que é o caso das peças que tenho feito, temos estado sempre em digressão; houve uma delas que esteve em tournée durante dois anos e meio…

Esta inquietude, de fazer sempre mais, faz parte de si como pessoa?
Sempre fez, desde muito novinha! Felizmente os meus pais tinham condições para me proporcionar uma vida confortável, mas sempre me fez muita confusão não ter a minha independência. Com 14, 15 anos comecei a dar explicações, a fazer desporto ao mesmo tempo, trabalhava no jornal da escola, na rádio da escola, na associação de estudantes, nunca consegui estar parada… Achava que o tempo tinha de ser útil. Sempre sofri de insónias desde miúda, porque achava que o sono me estava a roubar tempo útil de ação. Há tanta coisa para fazer e quando se é adolescente, pré-adulto, ainda se tem mais essa sensação de que há tanta coisa para fazer, existe essa ansiedade, essa necessidade de preencher todos os bocadinhos com coisas. Sempre tive uma vontade gigante de aprender, podia ser a ler um livro, a ver um documentário, podia estar a conhecer alguém que me ensinasse alguma coisa. Isso foi desde sempre… e continua!

Surpreendeu tudo e todos quando acabou o namoro com Filipe Cunha e, pouco depois, começou uma relação com Ricardo de Sá. Os dois, é impossível não reparar pelas vossas páginas de Facebook, estão irremediavelmente e completamente apaixonados… Como é que é a vossa relação?
Não gostaria de entrar em grandes pormenores, mas não entraria na hipocrisia de não falar nisso, até porque é público e nós assumimo-lo sem pudores. Trabalhar com a pessoa com quem estou não é algo que me faça confusão. Ironia das ironias, até nos cruzamos bastante na novela A Única Mulher. Na história, é muito engraçado porque sou eu que sirvo de Cupido para a personagem dele. Eu sirvo em algumas situações de Cupido para a personagem dele e ele para a minha. O que é muito irónico. Chegamos a casa os dois juntos, depois de termos estado a fazer cenas em que provocamos a aproximação da outra personagem. Rimos imenso, divertimo-nos com isso, mas faz parte do nosso trabalho.

Não é estranho namorar e viver com alguém que tem a mesma vida profissional? Levam o trabalho para casa?
Conseguimos separar as coisas completamente. E o que levamos para casa é positivo, acho que é bom termos alguém com quem partilhamos a nossa paixão. No caso dos dois, é uma grande paixão, mais do que um emprego. Portanto, não é algo que nos distancie, muito pelo contrário. Temos posturas diferentes de trabalho, ele trabalha muito mais no imediato, eu faço uma preparação, não com muita antecedência, mas faço alguma preparação, mais em termos emocionais do que propriamente de texto. E ele é um bocadinho mais desligado. Às vezes, discutimos o processo de fazer as cenas e concordamos em discordar, o que é saudável.

Em A Única Mulher, o Ricardo está neste momento a frequentar aulas de preparação para o parto, pois vai ser pai… Alguma coincidência com a vossa realidade? Já pensaram nisso?
Para já, estamos a pensar aumentar a família mas com quatro patas… Somos os dois apaixonadíssimos por animais e isso é uma coisa que temos muita vontade de fazer. Para breve… Os animais são a melhor coisa, quando ainda não se tem filhos e se projeta esse carinho. Desde muito menina que sempre tive animais e eles sempre foram tratados como filhos. Tinha um verdadeiro jardim zoológico em casa e não ter agora animais é um vazio.

E aquilo que toda a gente quer saber: casamento, está nos vossos planos? Para quando?
Não planifico a minha vida com base em situações de papéis assinados, é a mesma coisa de ir assinar um contrato amanhã, ou depois de amanhã… não é por aí que coordeno a minha vida.

Com uma vida super-preenchida, com horários de gravações absolutamente de loucos, que cuidados tem com a sua saúde no dia a dia?
Há uma coisa que eu preciso de fazer com muita frequência, com o qual as minhas colegas brincam e gozam: tenho uma grande necessidade de ingerir snacks e afins! Como muitos chocolates, como muitas batatas fritas, preciso disso, junto com os meus cafés, são um estímulo para o meu dia a dia. A grande preocupação que tenho, que é verdadeiramente fundamental, é dormir. Preciso muito de dormir! Mesmo que sejam poucas horas de cada vez, tento que sejam boas horas de descanso, de qualidade. Não consigo trabalhar de cabeça cansada. Faço mini-sestas durante os  períodos de descanso, e tenho sorte porque consigo adormecer com facilidade… No nosso trabalho, como não é seguido, temos a facilidade de conseguir introduzir no meio das cenas pequenos períodos de descanso. E, às vezes, aqueles 15 minutinhos fazem toda a diferença…

Cuidados de beleza: quais os imprescindíveis e os que mais gosta?
Abençoada seja a maquilhagem! Eu não faço desporto há 12 anos, fui atleta de competição durante muitos anos e, se calhar, foi o que me valeu até agora… Tenho cuidados para não emagrecer, daí a brincadeira de comer algumas coisinhas fora do normal. E, por isso, é que as minhas colegas me rogam pragas a toda a hora… Tenho que ter esses cuidados em termos de alimentação. E tenho sempre o cuidado de chegar a casa e tirar a maquilhagem, porque nós temos sempre camadas e camadas de pós. Tenho o cuidado de me desmaquilhar e pôr um bom creme hidratante. Comecei muito cedo a maquilhar-me, porque tenho irmãs mais velhas e sempre gostei de me pintar. Muito novinha, pintava os lábios com guache vermelho, porque não havia outra coisa. Eu achava que ficava o máximo, na altura. Comecei a usar base e maquilhagem muito cedo. Não reajo mal à maquilhagem, só que obviamente tenho de a tirar ao fim do dia, até por uma questão de conforto. Basta-me lacrimejar para o rímel e o eyeliner se esborratarem todos, até porque faço uma personagem extremamente pomposa, coisa que nunca tinha feito (normalmente as minhas personagens quase não tinham maquilhagem, não tinham todo o show of que esta Rafaela tem. A Rafaela tem muito acessório…

E o futuro, o que é que vai trazer, em termos profissionais e pessoais?
Esta novela tem sido tão intensa que duvido que passe no imediato pela cabeça de alguém já outra coisa qualquer. Nós pensamos muito é em descanso. Preciso muito de descansar mas queria, depois de acabar este projeto, dedicar-me a algo que me permitisse um tempo de preparação. Gostava de voltar a fazer teatro, de voltar a fazer cinema, não me importava nada de continuar a fazer televisão, coisa que eu adoro. Adoro fazer telenovela, amo aquele ritmo. A verdade é que me queixo de vez em quando mas adoro esse ritmo. Gostava muito de fazer cinema ou uma série, fazer um trabalho mais curto e mais intenso…

Venham de lá esses convites…
Eu defendo que a nossa carreira é feita dos “nãos” e não tenho problemas em não fazer aquilo que não acho que seja benéfico para o meu crescimento em termos de atriz. Mas isso também não tem acontecido muito, antes pelo contrário… 

Texto: Luís Peniche; Fotos: Bruno Peres; Produção: Zita Lopes; Cabelo e maquilhagem: Vanda Pimentel com produtos Kioma e L’Oréal Professionnel

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