Vip
MARTA CRUZ revela as razões que a afastaram da família

Famosos

“A minha ida para o Brasil foi uma fuga”
A filha mais velha de Carlos Cruz prepara o regresso a Portugal e pondera acompanhar o desfecho do processo Casa Pia ao lado do pai

Qua, 04/02/2009 - 0:00

A    pesar do turbilhão que a sua vida passou nos últimos quatro anos, a filha de Carlos Cruz é uma mulher serena e optimista quanto ao futuro. Depois das alegações finais do pai no processo Casa Pia, Marta Cruz diz que o “sr. televisão” está “tranquilo”: “A família que somos mantém-nos calmos.”  Em entrevista exclusiva à VIP, Marta, que está no Brasil, revela que não quer fazer mais moda a tempo inteiro e conta que o maior sonho é trabalhar em TV, ao lado do pai.

VIP – Esteve durante algum tempo em Portugal, mas regressou entretanto ao Brasil. Quais são os seus planos nesta fase?
Marta Cruz – Estive em Portugal a convite do José Gouveia, para fazer relações públicas na discoteca W. Aproveitei e passei o meu aniversário no meu País, o que já não acontecia há quatro anos.

Estava a estudar jornalismo, já se formou?
Não. Estou no terceiro ano, mas quando voltar, vou transferir a matrícula para cá. Tenho propostas, mas só vou aceitar quando estiver definitivamente em Portugal. Sinto que o mercado está mais fechado, mas sou profissional, sei o que valho e tenho muita força de vontade.

E a moda?
É estranho! Não desfilo há quatro anos… Não quero fazer mais moda, só por fazer. Desfiles, fotos, publicidade vou aceitar, mas que seja algo relacionado com o meu nome.

Aceita convites como Marta Cruz figura pública e não como modelo…
Exactamente. Já não me identifico, já não tenho o corpo que tinha, o tempo que tinha…  Agora, quero aproveitar aquilo para que estudei e começar a trabalhar numa coisa que seja para o resto da vida e não efémera, como é a moda.

O seu apelido ficou “manchado”?
Trabalho nunca me faltou. Se me perguntasse isso há quatro anos, responderia com uma certa tristeza ou insegurança. Hoje em dia, digo que sim, o Cruz ajuda em algumas coisas, mas também acredito que tenho talento. Além disso, feliz ou infelizmente, vivemos numa sociedade de cunhas e eu aproveito a minha! Não vale a pena ser-se ingénuo ou hipócrita. Sou filha de uma pessoa conhecida; portanto, o que é que vou fazer?

Foi para o Brasil à procura de algum resguardo, por toda a exposição a que a vossa família ficou sujeita no processo Casa Pia?

Inconscientemente, acho que foi uma forma de me preservar, de dizer “chega! Estou a ficar louca, aqui! Não consigo fazer nada, porque está tudo em cima de mim”. Cansei-me disso e foi a melhor decisão que tomei. Aos 20 anos, vivi a turbulência por que passei, ainda por cima publicamente… Foi difícil, mas foi a melhor decisão que tomei. Passei a ser anónima, o que me ajudou a perceber certas coisas. Fortaleza é uma cidade, mas agora chega de praia; preciso de urbanização, de stress, preciso de Portugal.

Acha que, por força das circunstâncias, levou um “banho” de humildade?

(Acena positivamente com a cabeça) Se não fossem estes quatro anos, ou virava uma pessoa insuportável ou alguém muito fraca, com medo de dar um passo porque toda a gente ia comentar.

Foi também nessa altura que se apaixonou, engravidou e casou com o Alexandre.

Sim. Sempre quis ser mãe cedo. Não posso dizer que tenha acontecido por acontecer… Aconteceu, porque quis ser mãe, tinha plena consciência do que estava a fazer. Foi a melhor coisa que fiz até hoje.

O Alexandre foi a pessoa indicada para ser o pai?

Era alguém que não sabia quem eu era. Estava comigo, por mim. A ida para o Brasil e o meu casamento acabaram por ser uma fuga para os meus problemas e vi no Alexandre a pessoa que queria ter a meu lado.

Quando percebeu que o casamento estava mal?

Todos temos o direito de crescer, evoluir, mudar objectivos e sonhos e nem sempre estamos disponíveis para o outro.

O que é que falhou?
Não posso dizer que tenha falhado… a diferença de culturas começou a fazer-se sentir. As coisas começaram a esfriar, os meus objectivos começaram a ser outros. Se já não me estava a sentir bem, “deixa-me ser feliz e segue o teu caminho”. Houve choque de culturas.

Já está divorciada?
Legalmente, estou separada desde Janeiro de 2008. Mas só agora, passado um ano é que vai ser decretado o divórcio.

A guarda da Yasmin foi o mais difícil de gerir?

Pelo contrário, foi o mais fácil. Independentemente de tudo, o Alexandre é um excelente pai e a Yasmin adora-o.

Como é que lhe explicou a separação?

Disse-lhe que o pai e a mãe já não são namorados, só amigos.

Apesar da separação física, mantém uma relação próxima com o seu pai?
Nem sempre tivemos uma relação assim tão próxima, porque os meus pais se separa- ram. Ficámos mais próximos depois da situação que vivemos, porque quando somos obrigados a afastarmo-nos de uma pessoa faz com que se comece a avaliar tempos perdidos, conversas que queríamos ter tido…

Esse é um aspecto positivo do processo Casa Pia?

Pode cair o mundo, que conseguimos fazer outro só nosso. Agora, vivemos muito uns para os outros. Temos novos valores e obrigações de família que antigamente não nos pareciam tão importantes.

Como é o Carlos Cruz avô?

O meu pai é uma pessoa polivalente e adapta-se à situação que está a viver.

Estamos na fase final do julgamento… Como se sentem?

Só posso dizer que temos muito amor, carinho e atenção uns com os outros. O momento que vivemos, a família que somos, mantém-nos calmos. O resto é conversa. 

Custa-lhe ver o seu pai fora da TV?

Custa-me ver o profissional que o País perdeu. Acredito que, se está fora da TV, é porque quer. Acredito que já tenha tido convites.

Acha que algum dia ele vai voltar à TV?

Não sei… Mas espero que sim, porque o meu grande sonho é trabalhar com o meu pai. Espero que se concretize.

A nível financeiro, a vida do seu pai também mudou.

Nunca fomos pessoas de luxo, de ostentar… Temos o nosso conforto, a nossa família. Financeiramente, não faço ideia.

Qual é o estado de espírito do seu pai, neste momento?

Acho que está calmo e  tranquilo.



Texto: Carla Simone Costa; Fotos: Paulo Lopes; Produção: Manuela Costa; Maquilhagem: Vanda Pimentel com produtos Maybeline; Cabelos: Eduardo Beauté; Agradecimentos: Bubbles Company (Tel.: 213 862 120); Loja Amarela (Amoreiras); Aldo (Tel.: 214 601 555)


 

Siga a Revista VIP no Instagram

Vip