Maria João Bahia
MARIA JOÃO BAHIA vinga no mercado nacional e internacional das jóias

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“Sou uma designer moderna”, diz a joalheira
Maria João Bahia, um nome e uma marca com mais de 25 anos no mundo das jóias, vinga no mercado nacional e internacional e não se arrepende de ter trocado o curso de Direito pela oficina.

Qui, 26/11/2009 - 0:00

O encanto pelo mundo da joalharia falou mais alto ao iniciae um estágio na oficina portuense de Manuel Alcino, quando estudava Direito. Deixou o curso e criou a sua marca. Participou em feiras internacionais em Nova Iorque, Finlândia, Madrid, Bruxelas, Paris, Amesterdão, Londres, Copenhaga, Brasil e Japão. Além das jóias, Maria João Bahia dedica-se à criação de troféus e linhas de acessórios em porcelana, cristal e pele.

VIP Jóias – Arrepende-se de ter trocado Direito pelo mundo das jóias?
Maria João Bahia – Gostei muito de frequentar a faculdade, mas Direito não era uma paixão. O que realmente me entusiasmava era a joalharia. A parte técnica, todo o trabalho de oficina, era e continua a ser, para mim muito fascinante.
O que mais a inspira no processo de criação?
A criação é o resultado das minhas vivências, das minhas dúvidas, das minhas procuras. Não tenho nada em particular que me inspire. A criação de um objecto é o resultado ou de uma conversa com um cliente, no caso de uma encomenda, ou então o resultado de uma pesquisa.
Como se define enquanto designer?
Defino-me como uma designer actual, que vive numa época em que a mulher tem de desempenhar variadas funções ao mesmo tempo, em que a jóia tem que acompanhar esta versatilidade. O meu objectivo é criar jóias que tenham vida própria, para poderem ser um complemento activo da personalidade. Têm de ter alma. Por isso, defino-me como uma designer moderna, atenta às necessidades da mulher, atenta à época em que vivo. Crio jóias que tenham história.  
Em tempos de crise ainda se investe na compra de jóias?
Em momentos de instabilidade é mais que sabido que se investe nos metais nobres e nas pedras preciosas. É um investimento seguro, mas há uma diferença entre investir em jóias e investir em jóias de autor. A jóia de autor deve ser vista para além de uma jóia onde só está incorporado o valor das matérias-primas, mas também, o valor de uma obra de arte. A execução de uma jóia de autor é completamente diferente de uma jóia industrial. São trabalhos mais pormenorizados, executados segundo outros critérios. Logo, o seu valor final não deve ser o mesmo. Neste contexto é importante que, ao analisar-se uma jóia de autor, seja facilmente identificável o seu criador.
Com mais de 25 anos de profissão, como actualiza o seu trabalho?
É importante procurar novas soluções, novos conceitos. É preciso ser-se criativo, dinâmico, inovador e coerente. O mercado, os clientes, seja em que momento for, são sempre os nossos maiores juizes.
Além de jóias também cria troféus. Há diferenças no processo de criação?
Para mim não existe qualquer diferença. Criar é dar forma a uma ideia, é materializar um pensamento. Os objectivos é que são diferentes.
Que jóia a Maria João Bahia designer criaria a pensar na Maria João Bahia cliente?
Tem havido ao longo destes anos imensas jóias e objectos que têm sido criados tendo por base essa premissa. A jóia é um objecto muito simbólico, muito misterioso, que tem uma grande carga emocional. Para mim, a jóia é o objecto por excelência para marcar momentos importantes na vida. Por isso, para muitos desses momentos eu tenho criado jóias que adoro usar. Sempre que as uso elas reavivam a minha memória.
Que balanço faz de 25 anos de carreira?
Estou há cinco anos a trabalhar num prédio fantástico, no centro de Lisboa. Tenho óptimos colaboradores. Consegui ter o meu lugar no mercado da joalharia. Tenho desenvolvido trabalhos em várias áreas além das jóias, objectos e troféus, também no teatro, na porcelana, no cristal e nas peles. O mais importante é que tenho tido da parte do mercado um óptimo juízo do meu trabalho. É importante salientar que eu devo ser a única joalharia que não vende nenhum artigo que não seja trabalhado, desenhado, ou feito aqui. Não vendo relógios, nem vendo outras marcas. Conseguir ter e manter o meu espaço no mundo da joalharia é, por si só, maravilhoso. Para o futuro tenho imensos projectos, não só na área da internacionalização, como na área da expansão. Mas de momento quero agradecer a todos os meus clientes por continuarem a acreditar no meu trabalho e mantenho a certeza de que os próximos 25 anos vão ser ainda melhores.

Texto: Rita Tilly; Fotos: Bruno Peres; Produção: Zita Lopes; Maquilhagem e cabelos: Tita Costa com produtos maybelline

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