Rita Frazão
“Luto por aquilo que quero”

Famosos

A atriz diz que a maternidade a mudou: deixou de ser impulsiva e cresceu. Mesmo assim, define-se como uma guerreira

Sex, 25/01/2013 - 0:00

 É a rececionista Lúcia da novela Dancin’ Days, da SIC. Rita Frazão esteve à conversa com a VIP e apresentou-nos o seu lado rebelde – que a levou três anos a viver em Londres – e o lado maternal. É mãe de David, oito anos, fruto de uma relação passada, e é no dia-a-dia com o menino que a atriz diz ter o papel da sua vida.

VIP – Como está a ser interpretar a Lúcia?
Rita Frazão – A Lúcia é uma personagem que tem vindo a crescer. É aparentemente discreta, mas mais tarde irá revelar-se. É surpreendente até para mim, porque como os guiões vão sendo escritos durante as gravações, estou a conhecer uma Lúcia diferente. É bom para mim enquanto atriz.

Há alguma coisa sua na Lúcia?
Claro, o material de trabalho de um ator é muito a experiência de vida e aquilo que absorve do exterior. Neste caso não há quase nada. É uma personagem relativamente simples, é discreta e nunca se intromete. Também acho que sou discreta, enquanto pessoa.

Está a gostar de viver esta Lúcia?
É um trabalho e nós atores queremos é trabalhar. Parar é mau. Primeiro por causa de pagar as contas ao fim do mês; depois porque se não trabalharmos estagnamos. E é bom porque aprendemos a trabalhar com as outras pessoas e há atores muito bons em Dancin’ Days.

Com quem tem aprendido mais?
Com o Guilherme Filipe, o meu patrão na novela. É um excelente ator e é muito generoso.

O que é que lhe apetecia fazer agora?
Apetece-me não parar. Tenho dois projetos para teatro. Um drama e uma comédia. O drama vai estrear a 30 de janeiro, no Teatro Turim, em Benfica, e fica lá uma semana. A comédia vai ser no Teatro Independente de Oeiras, mas só em maio.

Portanto, acaba a novela em fevereiro e não tem férias?
Talvez no verão. Se não parar também não faz mal. Férias nesta profissão é estar desempregada.

Isso não a assustou quando decidiu ser atriz?
Quando era mais nova, pensava que ser atriz não me ia deixar sequer tempo para ter vida familiar. Isso levou-me a andar dois anos a tirar Comunicação Social antes de resolver verdadeiramente investir na carreira de atriz e fui para o conservatório. Só nessa altura é que me apercebi e questionei se seria capaz de viver de trocos. E claro que consigo, porque para fazer aquilo que me realiza eu estou disposta a arriscar. Tem corrido bem e eu tenho feito outros trabalhos também. Sou guerreira e luto por aquilo que quero.

É neste contexto que tirou o curso de personal trainer?
Sim, foi um desses desvios. Não tenho trabalho, vou fazer o quê? Fiz um curso de cardiofitness e trabalhei na área durante um tempo até aparecer uma proposta na área da representação.

Hoje consegue ir ao ginásio só por piada?
Claro. Mas não tenho saudades de dar aulas. Compenso a minha faceta de professora dando aulas de representação. Dou workshops no TIO a pessoas dos oito aos oitenta anos que não sejam atores. Eu sou a que aprendo mais a dar aulas.

Que diferenças sente entre a Rita de hoje da Rita que era há, digamos, dez anos?
Acho que com a idade perdemos o lado impulsivo. Sempre fui muito impulsiva: decidia, fazia. Agora penso mais, amadureço as ideias.

Será por ser mãe?
Acho que ser mãe nos modifica bastante, sobretudo as noções de perigo, de proteção. Já não és só tu no mundo, tens alguém que precisa de ti. Acho que amadureci. Sempre fui um bocado criança e adoro brincar, por isso escolhi ser atriz.

Então deve fartar-se de brincar com o David?
Brincamos muito. Ele tem oito anos, é muito tímido e não gosta nada de fazer teatro.

Gostava que ele fosse ator?
Quero que ele seja aquilo que o fizer feliz. Nem penso nisso. Levei-o apenas a fazer um casting. Eu fui fazer um casting para uma publicidade, ele tinha ano e meio e eu não tinha ninguém com quem o deixar. Levei-o comigo e como precisavam de um bebé, ele fez o casting. Mas não ficou e ainda bem, porque isto já é tão duro para os adultos… Deixo-o brincar enquanto pode.

Ele vê-a na televisão?
Sim e vai ver as minhas peças de teatro quando são infantis. É uma coisa que sempre o acompanhou, portanto não é muito eufórico em relação à minha profissão.

Ser mãe é o papel da sua vida?
Acho que sim. É um papel que me realiza bastante. Aliás, por ele, para ter uma vida estável, eu considerava mudar de vida e deixar de ser atriz. Espero não ter que o fazer.

Já teve uma experiência fora, esteve a estudar três anos em Londres, gostava de voltar a emigrar?
Agora não, quero dar o melhor ao meu filho em Portugal. Uma das coisas que eu fiz há dez anos, quando fui para Londres, foi ir para lá só com o curso que queria fazer pensado e mais nada. Hoje não poderia fazer isso. Emigrar e começar do zero com um filho não pode ser.

Era muito aventureira na altura?
Muito mais do que sou agora. Ainda sou, mas antes andava sempre de mochila às costas.

Arrepende-se de alguma coisa que tenha feito?
Nada. Antes de tudo é preciso viver a vida. Eu quando voltei de Londres juntei-me, resolvi ter uma família, ser mãe e assentar. Ainda pensámos em casar, mas acabámos por nos separar antes disso. Ainda durou seis anos. Foi bom enquanto durou.

E agora casar e ter mais filhos está nos planos?
Sim, quando encontrar o homem certo. Tal como ter filhos. Quero ter mais, mas não agora. Um dia, quem sabe?

Tem namorado?
Não, estou solteira. Não tenho namorado, mas hei de ter (risos).

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Paulo Lopes; Produção: Romão Correia; Maquilhagem e Cabelos: Ana Coelho com produtos Maybelinne e L'Oréal Professionell

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