Cati Freitas
“Levarei a minha voz onde me queiram”

Famosos

A cantora e compositora inicia uma tour a solo com o disco de estreia, Dentro

Qui, 05/03/2015 - 0:00

O álbum Dentro marca a estreia de Cati Freitas numa carreira a solo. Os sons da música popular brasileira, os ritmos de Cabo Verde e o jazz são as sonoridades que acompanham o trabalho da cantora bracarense. A sua primeira tour acaba de arrancar e o próximo concerto é no dia 6 de março, no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra.
 
VIP – Está a arrancar com uma tour a solo pela primeira vez. Que emoções está a viver?
Cati Freitas – A ansiedade de “enterrar” os meus pés no palco e o destilar dos sentimentos a cada concerto. Preciso de crescer no palco a todos os níveis. É lá que eu vejo as pessoas, se gostam ou 
não, se entendem a minha proposta.
 
Esta é a concretização de um sonho?
Digamos que é a concretização de um sonho que, a dada altura da minha vida, se transforma em vocação. 
 
Quando e como é que percebeu que era a cantar que queria percorrer a vida?
Foi quando pisei o palco pela primeira vez, há 12 anos, em televisão, para uma plateia cheia de gente. Já antes o sentia, mas a partir daquele momento passei de menina sonhadora que cantarolava quando ia buscar o pão, para a menina-mulher na realidade dos aplausos, do palco e da música. Realidade essa que se fazia necessária para ser mais feliz. 
 
O seu disco de estreia chama-se Dentro. O que tinha a Cati dentro de si que precisava de mostrar ao público ?
(Sorriso) Penso que ainda procuro isso dentro de mim. Será uma procura constante esse autoconhecimento como pessoa, artista, qual a energia e mensagem que passarei de mim para os outros. Escolhi este nome para o disco pois a vontade de o fazer uniu-se a uma necessidade de recolha interior e afastamento das sonoridades que me envolviam naquela altura, em projetos com os quais trabalhava. Mas o desejo de cantar e levar a voz é o que sinto na alma, cantar as várias fases interiores que vou passando. 
 
Inspirou-se na música popular brasileira e nos ritmos de Cabo Verde, sendo que o jazz  acompanha o disco. Porquê esta sonoridade?
Quando comecei a procurar o repertório, os estilos musicais que mais mexiam comigo eram estes três. Sabia que queria ritmo, mensagem, interpretação, sentimento, uma sonoridade acústica quente e elegante, e, ainda assim, chegar ao povo. 
 
Vinicius de Moraes e Chico Buarque assinam alguns temas, mas há três originais seus: Maldizer, Alma Nua e Menina Vida É Flor. É mais fácil ou difícil interpretar as suas canções?
Acho que interpretar canções exige uma cumplicidade entre mim, a mensagem e a música e o que quero transmitir. A forma como eu canto uma música minha, como autora, ou outra, como intérprete, vem do coração. Sinto um pequeno aumento da responsabilidade quando é um tema de um outro compositor, por ter a noção de que é o “filho” de alguém que preciso de cuidar como se fosse minha. 
 
É natural de Braga, mas é para o Mundo que quer cantar. Até onde gostava de levar a sua voz?
Costumo dizer que a minha sonoridade é: “música portuguesa voltada para o Mundo”. Eu deixo-me levar pelos sons e pelas diferentes cores dos vários lugares e raízes. Levarei a minha voz onde quer que me queiram. Seja qual for a distância geográfica, eu estarei lá!
 
À exceção de um tema em espanhol, o disco é todo cantado em português. Equaciona poder vir a cantar em inglês? Não seria mais fácil para poder conquistar novos públicos?
Nunca senti essa necessidade e sim o contrário. O cantar em português é importante e o mais natural para mim, mas não descarto a possibilidade de um dia o fazer num ou noutro tema.  
 
 
Texto: Helena Magna Costa; Fotos: Luís Baltazar; Produção: Nucha; Maquilhagem e cabelos: Ana Coelho com produtos Maybelline e L'Oréal Professionnel

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