Entrevista
Laura Figueiredo

Famosos

“Eu não sei ser sexy”

Qui, 27/02/2014 - 0:00

Diz que ainda se vê como uma menina, ao mesmo tempo que demonstra ser uma mulher de armas. Aos 18 anos, a vida obrigou-a a crescer rapidamente, devido à morte do pai e ao regresso da mãe e dos irmãos para o Brasil. Embora tenha nascido lá, foi em Portugal que Laura Figueiredo viveu grande parte da sua vida, por isso a decisão de ter ficado em Lisboa. Sozinha, viu-se obrigada a lutar por uma carreira profissional. Começou a trabalhar em publicidade, mas foi como atriz em séries juvenis que ficou conhecida. Foi um saltinho até se ter tornado repórter do Fama Show, da SIC, programa onde esteve durante dois anos. Agora na RTP, a jovem de 27 anos tem a responsabilidade de ser a Repórter V do programa The Voice Portugal, com estreia prevista em março. Um novo desafio que lhe provoca um “friozinho na barriga”.

Talvez porque no mesmo projeto está Mickael Carreira, com quem mantém uma relação discreta há dois anos. Sobre o namoro, Laura é parca em palavras. Quando o tema é o trabalho, tem muito para contar.

Fora dos ecrãs, como é a Laura Figueiredo?
Eu gosto de andar de saltos altos e, de todo esse lado feminino, mas sou muito despachada. O facto de ter três irmãos mais velhos, com quem eu lutava wrestling (risos), fez de mim uma rapariga mais espontânea e maria-rapaz. Os meus amigos costumam dizer: “Tu és one of the guys.” E é verdade, sou mesmo “um dos rapazes”. Sempre gostei de ser assim, de estar à vontade com toda a gente.

No entanto, é uma mulher muito sexy…
Na verdade, eu não sei ser sexy. Conheço o meu corpo, lido bem com ele e sei que tenho formas interessantes, até porque sempre fiz desporto, mas não me vejo como a mulher sensual que a maior parte das pessoas vê. Ainda me vejo muito como uma menina.

Mas já foi capa de uma revista masculina. Se houvesse oportunidade, voltaria a ser?
Acho mais piada fazer isso com 50 anos e poder pensar: “Uau, ainda estou muito bem.” (Risos) Não pretendo manter a imagem de mulher sensual porque não é só isso que eu sou. Ter começado na representação fez-me ganhar noção de que o meu corpo é o meu instrumento de trabalho e que, se eu tiver de me despir, dispo-me. Mas na apresentação não preciso disso e é essa diferença que quero mostrar ao público.

Seja como atriz ou como apresentadora, vai ser sempre uma figura pública e isso requer alguns cuidados…
Eu adoro fazer desporto e vou ao ginásio porque gosto. Se não tiver tempo de ir não vou, mas aquilo que me vai acontecer é exatamente o oposto do que acontece à maioria das pessoas: vou emagrecer. Ou seja, eu não preciso de ir ao ginásio para ficar fit, vou porque me sabe bem, mais a nível psicológico do que físico.

Então não tem nenhum segredo de beleza?
Água fria. É uma coisa supernatural que não dá trabalho nenhum e eu noto as diferenças.

É ambiciosa?
Eu sou, acima de tudo, muito exigente comigo. Em cada projeto que faço quero fazer sempre melhor e acho que isso faz com que outros projetos surjam. Mas é um defeito meu. Eu consigo tolerar uma má pessoa, mas não consigo tolerar um mau profissional. E acabo por ser pior comigo. Não sou daquelas pessoas que não se consegue ver na televisão e que acha tudo horrível, mas sou muito exigente e perfeccionista.

Laura, o Mickael Carreira, seu namorado, também integra o projeto The Voice Portugal, como mentor. Vocês têm trabalhado juntos?
Nós já estivemos todos juntos, todos os mentores e apresentadores. Eu acho a equipa maravilhosa. Está a ser uma etapa interessante da minha vida porque estou a conhecer melhor pessoas que já admirava há anos. Houve aquele impacto de serem cinco apresentadores e as pessoas acharem um exagero, mas eu penso que vai ser interessante e temos todos um papel definido. Também acho que os mentores vão ser o foco do programa, além dos concorrentes. Somos uma equipa improvável e acho que vamos andar todos às “turras”, mas de uma forma muito positiva.

Têm trabalhado juntos então?
Estivemos todos na apresentação oficial e depois tivemos uma reunião na RTP. O ambiente é maravilho e isso é superimportante.

A Laura e o Micael sempre tiveram uma relação muito discreta. Acha que vai ser possível manter essa discrição?
A minha relação com os mentores vai ser falar com todos de forma igual. Eu sou fã de todos. É evidente que tenho os meus favoritos, mas não me fica bem dizer isso e não me vai perguntar quais são (risos). Quando admiramos as pessoas com quem trabalhamos tudo surge naturalmente.

Não quer falar sobre a sua relação?
(Silêncio)…

Quem é o principal alicerce na sua vida?
Como não tenho a minha família cá, porque estão no Brasil, acabei por me refugiar muito em mim mesma. Aprendi comigo própria a gerir as minhas ansiedade, os meus medos e o meu cansaço. Os meus amigos, a família dos meus amigos, as pessoas que me são próximas são o meu apoio.

Saiu de casa com 19 anos. Em que medida isso influenciou a sua vida?
No fundo, foi uma sucessão de acontecimentos. O meu pai faleceu quando eu tinha 18 anos e eu fui viver sozinha com 19 porque a minha mãe é brasileira, quis voltar para lá e eu quis ficar. Mas acho que só me fez bem. Se calhar, se fosse hoje, não tomaria a mesma decisão, mas na altura pa-receu-me o mais certo e estou bem.

Não sentiu arrependimentos?
Senti. Mas também sou muito otimista e estava a trabalhar e a organizar a minha vida e correu tudo bem. Tudo depende das pessoas. Eu estava bem preparada e sabia qual era o caminho certo e o errado. Acho que isso fez a diferença. O meu pai morreu com 76 anos e a educação que ele me deu foi a maior herança que me deixou.

Qual é o seu maior sonho?
Eu não digo que não tenho sonhos, porque toda a gente tem, mas acho que a vida me fez ser mais terra a terra. Não deixo de sonhar com princesas e fadas ou de acreditar na magia e no “felizes para sempre”, mas não vivo em função disso.

Casar e ter filhos faz parte dos planos?
Claro que sim.

Num futuro próximo?
Não sei. Vou sentir quando chegar o momento. Acredito que será assim porque, quando estamos bem, as coisas acontecem. E eu estou tão bem…

É uma mulher feliz e completa?
Estou mais completa agora que voltei a trabalhar. Mas considero-me uma pessoa feliz. Bastante feliz até

Texto: Laura Ribeiro Santos ; Foto: José Manuel Marques

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