Ana Marques
Lança livro sobre a gravidez de risco que viveu

Quem a vê feliz com as filhas gémeas Francisca e Laura, de cinco anos, não imagina que Ana Marques esteve às portas da morte no último trimestre da gravidez. Uma pré-eclâmpsia atirou-a para 33 dias de internamento na Maternidade Alfredo da Costa. A apresentadora da SIC torna agora públicos esses dias em As Minhas Gémeas, o seu primeiro livro, escrito com muito amor e humor.

VIP – Como surge a oportunidade de escrever este livro que, ainda por cima, é tão íntimo?
Ana Marques – Este livro surge da oportunidade de fazer outro livro. O Manuel Fonseca (editor da Guerra e Paz) convidou-me para escrever um livro. Ele não sabia da minha passagem pela Maternidade Alfredo da Costa e eu contei-lhe algumas coisas, que costumava contar aos meus amigos. Como conto os episódios com sentido de humor, ele, de repente, parou e disse: “Esse é que vai ser o teu primeiro livro!”

Gostou da ideia?
Eu hesitei, porque não sou escritora. Tinha as histórias na cabeça, mas uma coisa é contá -las e pôr as pessoas a rir, outra coisa é escrevê- las. Esse foi o desafio mais difícil. Basicamente, o livro é uma escrita muito próxima da minha oralidade, porque era isso que não queríamos perder.

Quem ler este livro vai ficar a saber o quê?
Eu conto no livro a clausura forçada que vivi no último trimestre da minha gravidez. Entrar pela urgência, sabendo que ia ser internada, é um impacto quase semelhante a ser preso.

Quanto tempo esteve nesse estado?
Várias semanas. Foram 33 dias. Eu entrei às 31 semanas e as gémeas nasceram às 35. Foram praticamente quatro semanas antes de elas nascerem e, depois, após o parto, fiquei lá porque descompensei.

Houve alguma explicação para o que lhe aconteceu?
As explicações podem ser muitas. Uma delas pode ter a ver com o facto de uma gravidez de gémeos ser uma gravidez de risco. Eventualmente também o facto de eu ter 37 anos quando engravidei, mas também há miúdas novas a quem isto acontece. Perguntam-me, muitas vezes, se eu sou hipertensa. Não, eu sempre tive a tensão muito baixa. Há doenças que são de gestação, como a diabetes gestacional. A pré-eclâmpsia é uma delas e é a pior.

O livro chama-se As Minhas Gémeas. Porquê?
Muitas pessoas me perguntam e, de facto, este não é um livro sobre as minhas filhas. O título deve- se ao facto de as minhas gémeas terem nascido e ter corrido tudo bem. O nascimento das minhas gémeas foi um triunfo.

Era um desejo ser mãe?
Era um desejo e já o cumpri tarde, quase aos 40 anos, mas acho que foi muito a tempo e que foi no tempo certo. Teoricamente, eu gostava de voltar a ser mãe, mas mesmo que isto me tivesse acontecido aos 27, em vez de aos 37, tendo eu duas filhas tão maravilhosas e tendo tudo corrido tão bem – graças a Deus – há que saber ler os sinais do Criador. Depois do que eu passei, se Deus me deu estas filhas maravilhosas, não vale a pena forçar a natureza.

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: José Manuel Marques; Produção: Romão Correia;
Cabelo e Maquilhagem: Vanda Pimentel, com produtos Maybelline e L’Oreal Professionnel

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