Sara Calisto
Junta os seus dois amores

Famosos

“Não podia estar mais realizada”

Sex, 07/02/2014 - 0:00

Estreou-se no pequeno ecrã aos quatro anos, na RT P, mas a menina transformou-se agora numa bela mulher, com uma vocação há muito escolhida. Aos 21 anos, Sara Calisto estuda Medicina Veterinária, um curso ditado pela paixão inata por animais. Conseguiu juntar o melhor dos dois mundos na S IC Mulher onde apresenta o programa Pets, que idealizou. Ao lado do seu melhor amigo, Boiing, um jack russel que lhe foi oferecido na primeira temporada do programa, apresenta agora a terceira série, que estreia em fevereiro.

VIP – Antes de mais, que balanço faz das duas primeiras temporadas do Pets?
Sara Calisto – É muito positivo. E ra um programa completamente novo, podia ter corrido muito bem ou muito mal, não sabíamos qual seria a aceitação, ainda para mais sendo um programa criado por nós, com uma apresentadora que ninguém conhece. A verdade é que as críticas têm sido muito positivas e é muito bom poder mostrar o lado que eu mais amo.

Como surgiu a ideia para o programa?
Surgiu de uma ida ao veterinário com o meu gato, há cerca de três anos. Numa das consultas, o doutor da clínica disse-me que era pena não haver nenhum programa sobre animais. Falei com a minha irmã, que é a minha agente e tem a produtora, e começámos a pensar naquilo que gostaríamos de ver enquanto espectadoras. Foram surgindo as rubricas, fizemos o programa piloto, e tentámos vender o programa. E tenho de agradecer às pessoas que acreditaram neste projeto.

Os animais fazem parte da sua vida?
Desde sempre que sou apaixonada por animais, quando era pequena corria para os animais. E u nunca quis ser outra coisa. As minhas amigas queriam ser bailarinas ou escritoras, e eu sempre quis ser veterinária, sempre foi o meu sonho. Costumo dizer que, quanto mais conheço as pessoas, mais gosto de animais e, às vezes, sou um pouco criticada por isso, mas tal não quer dizer que eu não goste de pessoas, até porque quem me conhece sabe que sou muito apegada aos meus amigos, à minha família e às pessoas em geral. S e calhar, por isso, desiludome muito. E acho que quando aprendermos como eles se entregam, quando formos tão bons ao ponto de conseguirmos receber tudo o que têm para dar, vamos ser melhores pessoas.

Começou com o Lol, agora está com o Boiing, é mais fácil apresentar com o seu cão?
Sim, porque, quando começámos, o Boiing tinha mês e meio, era muito pequenino. Fizemos a primeira série com o Lol, mas foi muito complicado porque o Lol não era meu, tinha de o privar de estar com dono, ainda para mais o dono era de Elvas, teve de vir para minha casa, estava habituado ao campo, nem sabia andar de tela, foi difícil… agora faço com o meu cão e o programa passou a chamar-se Pets & Boiing.

Como é ele enquanto co-apresentador ?
É um cão, tem vontade própria e é muito teimoso, o que traz alguns imprevistos. Ele é muito sociável. Portanto, o contacto com os outros animais e com as pessoas é muito fácil. E ele adora porque é mais um dia que passa com a dona. Ele anda sempre comigo, nunca está sozinho em casa, por isso, para ele é normal. Claro que há alguns imprevistos caninos, mas tem corrido bem.

Levá-lo para todo o lado não traz limitações,? É-lhe travada a entrada em muitos sítios?
Sim, aliás é das coisas que mais me custa. Faço um dia normal com o meu cão, estudo em esplanadas, por exemplo, muito por causa dele, e é triste começar a ficar frio e eu ter de ir para outro sítio porque o meu cão não pode entrar. Devia haver zonas onde pudessem entrar animais. Eu não posso deixá-lo no carro, porque é perigoso, pode ser roubado, e sinto-me muito limitada.

Têm uma relação muito cúmplice?
Ele veio para mim muito pequenino, eu adoro este cão, ele é o meu melhor amigo. Quem conhece a Sara conhece o Boiing, há uma cumplicidade murito grande e acho que é o ponto forte do programa, é notar-se que somos apaixonados um pelo outro.

Quando pensaram no programa já sabia que ia estudar Medicina Veterinária, mas já tinha o “bichinho” da representação, da televisão?
Eu nunca tinha apresentado nenhum programa, não sabia como pegar no microfone, como se falava para a câmara; na primeira série estive um bocadinho a apalpar terreno, mas a televisão faz parte da minha vida desde os quatro anos, quando participei no Cruzamentos, na RTP. A minha irmã, que é nove anos mais velha, estava numa agência e na brincadeira inscrevi-me também, porque somos inseparáveis desde sempre. Fui chamada para um casting, na altura nem sabia ler, e foi uma experiência engraçada. Depois disso, participei em vários projetos, como O Diário de Maria ou A Minha Família É Uma Animação… E depois as Docemania… Eu tinha-me distanciado um bocadinho da representação porque, às vezes, é complicado conciliar a escola com as gravações, e fui fazendo coisas muito pontuais, como catálogos. Eu na altura cantava no coro do colégio, um dia estava num trabalho de promoção e desafiaram-me a fazer um casting para as Docemania, à aventura, e acabei por integrar o grupo durante cerca de um ano. Foi uma experiência da qual não me arrependo. Não sei se voltaria a fazê-lo… quer dizer, sim, voltaria a fazê-lo, mas talvez com mais maturidade.

O projeto não correu bem?
Foi uma fase difícil da minha vida, mas eu não sou ingrata e tenho muito a agradecer pela experiência que me proporcionaram, se não tivesse integrado as Docemania não podia dizer à boca cheia que pisei o palco do Pavilhão Atlântico! Portanto, não me arrependo, mas acho que, se fosse hoje, eu seria uma Sara completamente diferente, mais madura, menos insegura. A “bebé” que eles apanharam já não seria a mesma!

Qual foi o problema, uma luta de egos?
Trabalhar com mulheres é muito difícil, o Boiing é muito mais fácil de lidar! Há muitos interesses, há muita vontade de toda a gente aparecer e eu não sei jogar como gente grande, acho que foi isso que me faltou, e perdi o jogo! Mas estou muito melhor, é a área onde me sinto completamente à vontade, não podia estar mais realizada, isto é um “bombom” para mim, é o que mais gosto de fazer.

Disse que era inseparável da sua irmã. A família é importante?
A família é a minha base ao longo de tudo o que faço. Fico muito assustada quando vejo miúdos dizer que o seu sonho é aparecer na televisão, eu só penso “espero que tenhas uma boa família, como eu tenho”. Porque é tão difícil, é um mundo tão complicado, é muito importante termos uma base sólida em casa, para não perder o chão. Eu sei o que quero, para mim o curso está em primeiro lugar, nunca me deslumbro muito. Mas a verdade é que quando chegamos a uma agência somos tão deslumbrados, vendem-nos tudo como se tudo fosse muito fácil e se não fosse a minha família sempre apoiar-me eu não seria o que sou hoje.

Se o curso está em primeiro lugar, significa que a Sara será médica veterinária e não apresentadora?
Sem dúvida. Para mim, é muito importante conseguir conciliar o Pets com a faculdade. Apesar de ser muito difícil, porque é um curso de Medicina, é muito trabalhoso e exige um grande esforço da minha parte, mas vamos ter uma veterinária que gosta de fazer televisão e não uma apresentadora que estudou Veterinária. Enquanto puder conciliar as duas, ótimo, porque adoro; mas se algum dia tiver que optar escolherei o curso, porque é o que me dá estabilidade. Até porque no futuro, a longo prazo, sabemos que em televisão, quando o peito começar a descair, as rugas começarem a aparecer, fomos mais uma cara bonita que passou.

Sobra pouco tempo para o resto da sua vida, para hobbies, para os amigos?
Sim, quando não estou a gravar, estou a estudar. Saio das aulas a correr, gravo sábados e domingos. Tenho uns amigos fantásticos, e tenho conhecido pessoas fantásticas, que me ajudam. A Margarida, uma das minhas melhores amigas da faculdade, partilha apontamentos comigo porque percebe que não tenho tempo, sem me cobrar. Os professores gostam bastante, até porque é um programa que não me tira a credibilidade, porque é um programa muito interessante, com pés e cabeça.

A falta de tempo foi uma das causas para o fim do seu namoro? Mantinha um relacionamento à distância há algum tempo?
Tinha… estou bem. A falta de tempo dificulta muito qualquer relação, seja de amizade, seja de amor. Porque não somos elásticos. Eu tento desdobrar-me ao máximo, mas não é fácil, portanto, tenho-me distanciado um bocadinho das pessoas com quem não estou diariamente. Em relação às pessoas que estavam mais longe, se calhar, não pego tanto no telefone. Tem sido difícil, mas as pessoas que gostam realmente de mim percebem e ficam orgulhosas.

Portanto, não tem pressa de encontrar alguém que venha preencher a sua vida?
Não, estou muito preenchida. Quando nos sentimos realizados não temos essa necessidade. E procurar não serve de nada: quando tiver de aparecer, aparece.

Texto: Elizabete Agostinho; Fotos: Bruno Peres; Produção: Manuel Medeiro; Maquilhagem e Cabelos: Vanda Pimentel com produtos Maybelline e L'Oréal Professionnel

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