José Cid e Gabriela Carrascalão
Um casal unido pela arte e… por uma história de amor insólita

Nacional

O cantor apoia a mulher, que viveu de perto a guerra em Timor-Leste, e encontrou na pintura a sua expressão de liberdade

Dom, 26/07/2015 - 16:00

Bisneta da última rainha de Timor, do reino Valilale, Maria Gabriela Carrascalão, foi Miss Timor, em 1972, jornalista e é uma conceituada pintora. A sua vida está marcada pela tragédia. A artista sofreu muito com a guerra em Timor, onde assistiu ao massacre da sua família e amigos e acabou por se refugiar na Austrália, país que a acolheu e onde veio a conhecer José Cid, com quem se casou em 2013.

 

Os dois encontraram-se em em 1983, em Melbourne, na Austrália, quando José Cid fez uma digressão naquela país. Maria Gabriela Carrascalão era jornalista e tinha um programa na rádio.

 

Foi amor à primeira vista e os dois mantiveram uma relação que terminou devido à distância. Três décadas depois, reencontraram-se e nunca mais se largaram.

 

O cantor acaba de lançar a sua biografia, José Cid O Lado B de Um Provocador, de Miguel Gonçalves, editado pela Casa das Letras, onde conta como conheceu a pintora, fala da tórrida relação que mantiveram nos anos 80 e do reencontro, que culminou com a revelação de um segredo que permaneceu guardado durante 31 anos: o nascimento do filho de ambos.

 

“Da curta relação amorosa que ambos tiveram, resultou uma gravidez, tendo o bebé nascido muito prematuramente (com apenas seis meses e pouco de gestação). Era um menino, que haveria de falecer, na incubadora do hospital, menos de quarenta e oito horas após o parto. O nascimento prematuro da criança, agravado por problemas cardíacos graves, ditaram a morte do filho varão de Cid”, relata o autor da obra e acrescenta: “Não obstante a amargura, deu ao menino, quando questionada pelo padre na hora do batismo, o nome de José Cid Manuel Carrascalão. Se fosse vivo, completaria, em 2015, 31 anos.

 

O cantor lamenta a morte do filho “assumindo que gostaria mesmo muito de o ter na sua companhia”.

 

O casal recebeu a VIP na casa de Mogofores, na Bairrada, onde a pintora falou da sua obra.

 

Quando é que começou a pintar?

Pinto desde sempre. Desde muito pequenina. Ainda não andava na escola e já fazia desenhos. Tinha uma caixa de lápis de cor (só com cinco cores) que me foi dada por uma amiga dos meus pais. Por sinal madrinha de uma das minhas irmãs. E quando não tinha lápis de cor desenhava numa ardósia.

 

Em que se inspira para pintar?

A inspiração depende do meu estado de espírito. Sou uma pessoa muito reservada. E a pintura é uma forma de expressar tudo o que me vai na alma. Os bons e os maus momentos da vida, da minha e dos que me rodeiam, são, muitas vezes, temas das minhas telas. As cores, essas, são do sul e transmitem esse sentir.

 

Quem são os seus pintores preferidos?

Salvador Dali, sem dúvida nenhuma, e o pintor australiano Arthur Boyd. Dos pintores portugueses gosto imenso do trabalho de Júlio Pomar, Paula Rego e Gil Teixeira Lopes.

 

Texto: Carla Vidal Dias; Fotos: Bruno Peres; Produção: Manuel Medeiros; Cabelos e maquilhagem: Vanda Pimentel

 

Leia a entrevista na íntegra na sua revista VIP n.º940, nas bancas

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