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JOAQUÍN CORTÉS volta a Portugal com o espectáculo dos seus 20 anos de carreira

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“Só me falta fazer uma dança com o fado”
O bailarino volta a Portugal nos próximos dias 6 e 7 de Dezembro para apresentar Calé, o espectáculo que marca os 20 anos de carreira. Na semana em que o flamenco se tornou Património Cultural da Humanidade pela Unesco, Joaquín Cortés falou à VIP do orgulho em ser cigano e diz que quando deixar de estar nervoso antes de subir ao palco deixa de dançar.

Dom, 28/11/2010 - 0:00

 

O bailarino volta a Portugal nos próximos dias 6 e 7 de Dezembro para apresentar Calé, o espectáculo que marca os 20 anos de carreira. Na semana em que o flamenco se tornou Património Cultural da Humanidade pela Unesco, Joaquín Cortés falou à VIP do orgulho em ser cigano e diz que quando deixar de estar nervoso antes de subir ao palco deixa de dançar.

 

VIP – Tem ideia de quantas vezes esteve no nosso país?

Joaquín Cortés – Muitíssimas! Sou muito acarinhado e respeitam-me pelo que faço. Sinto-me muito confortável aqui, o público entende a minha filosofia e a minha forma de interpretar a música e a dança.

 

Fale-me deste novo espectáculo, Calé.

É um resumo de 20 anos como criativo. Calé significa "cigano" em romani e é um resumo de todas as minha obras. Podem esperar muito improviso, muito flamenco, dança moderna e clássica. A nível da música, misturo clássica, com gospel, jazz, salsa, flamenco… Só me falta fazer uma dança com o fado, mas hei-de fazer.

 

Portugal tem uma comunidade cigana grande e ainda um pouco discriminada.

O problema existe em toda a Europa e não só em Portugal. Como embaixador do povo romani no Parlamento Europeu falei sobre isso, mas mudar mentalidades leva muitos anos. É um processo lento, mas antes de morrer espero poder ver essa mudança na sociedade mundial. Defendo os nossos direitos, mas também sei que temos de mudar. Agora, a sociedade também tem de estender a mão e ajudar os romanis a integrarem-se. Sou cigano e vou a qualquer país e sou admirado e bem tratado. Pode ser que se consiga isso com as próximas gerações.

 

Que balanço faz da sua carreira?

Vinte anos como criativo, 30 como bailarino. Comecei muito novo, mas a dança é a minha forma de sentir e de viver.

 

A paixão é a mesma?

Sim, porque está dentro de mim. Tenho paixão, gosto de dançar, de música, vivo a cem por cento e deixo-me levar.

 

E os nervos?

Esses cinco minutos de nervos são importantes, porque é sinal que se está vivo. Acho que, no dia em que subir a um palco e não sentir nervos, significa que está na hora de deixar de dançar.

 

É verdade que vai ter de reconhecer legalmente o filho da sua ex-assistente?

Não quero falar sobre isso. É passado.

 

E sobre a sua condenação a um ano de prisão por desviar 700 mil euros?

Isso está solucionado. Não me preocupa. Quando se é uma figura pública há muita gente que se quer aproveitar disso. Não me preocupa nada. Nunca irei preso. São notícias que a Imprensa espanhola lançou. Se fosse verdade já estava preso e estou aqui.

 

Esse é o pior lado de ser famoso?

Quando se é conhecido no mundo, há sempre alguém que quer tirar benefícios disso e passa informações enganosas. O melhor é ter a consciência tranquila. Há sempre gente que não gosta de nos ver triunfar. No meu caso, continuo a trabalhar e a fazer o que gosto e não vou renunciar a tudo isso porque falam mal de mim. Por muita gente que fale bem, há sempre quem fale mal. É a vida!

 

Texto: Carla Simone Costa; Fotos: Jorge Firmino 

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