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JOÃO MURILLO e RAQUEL PRATES passam dias românticos num safari

Famosos

“É mais fácil esquecermo-nos que somos casados, do que esquecermo-nos de namorar”
Renderam-se ao pôr do sol, aos animais selvagens e às tempestades tropicais, que surpreendem pela força e intensidade com que enchem os céus africanos de cor.

Seg, 02/02/2009 - 0:00

Queriam sentir os cheiros e os sabores da África do Sul, país onde nunca tinham ido. Acabaram por ficar rendidos ao pôr do sol, aos animais selvagens com que fizeram amizade e até às tempestades tropicais, que surpreendem pela força e intensidade com que enchem os céus africanos de cor. Para João Murillo, que nasceu em Nova Lisboa, em Angola, este foi um regresso às raízes que sempre quis partilhar com Raquel Prates. Uma viagem ao Kruger Park que devia ter sido de aventura, mas que acabou por ser mais um destino romântico. Afinal, para este casal, o segredo da felicidade do casamento é namorar sempre e muito.

VIP – Como foi a viagem ao Kruger Park?
João Murillo – Foi fantástico regressar a África, onde nasci. Finalmente, foi possível ultrapassar tantas barreiras emocionais e partilhar a magia dessa terra que me viu nascer. Foi um regresso muito intenso, que só fazia sentido com a Raquel ao meu lado. Nos dias que correm, estarmos perante todas as características daquele continente ajuda-nos a relativizar o supérfluo e a sublimar o mais importante, que é, sem duvida, a beleza do aqui e agora e não o que aconteceu, ou poderá acontecer.
Raquel Prates – Uma viagem que gostaríamos de repetir com a família. Houve uma grande ânsia de aprender… apreender tudo e guardar nas nossas memórias para, na volta, reviver tudo outra vez. Foi tudo… muito!

O que esperavam desta viagem?
JM –
Procuro nunca fazer grandes projecções, pois elas condicionam sempre a qualidade do presente. Sabíamos que regressar a África seria, seguramente, marcante.
RP – Queria encontrar as imagens, os sabores e os cheiros que só conseguia imaginar pelas “estórias” que ouvia do meu marido e de familiares. A minha ansiedade era elevada e posso afiançar que, a partir de agora, temos uma história comum em África. Foi um privilégio poder conhecer aquela terra pelos olhos do João. Algo que guardo dentro de mim e que será impossível reproduzir em palavras.

O que gostaram mais de ver?
JM – Gostei de ver tudo. Particularmente, de ver todos os nascer dos dias; mas, o que me avassalou permanentemente, foi o sentir, sentir muito. Um turbilhão de sentimentos dominados pela emoção de poder partilhar com a Raquel tudo o que vi, cheirei, ouvi e senti, e que me reavivava memórias profundas de infância.
RP – Todos os momentos foram importantes pelo que transmitiram, mas posso revelar algumas experiências, como, por exemplo, a forma que a Shuami (uma elefante fêmea que me transportou num passeio) encontrou de expressar o seu carinho por mim, desde atirar troncos a dividir comida que encontrava na selva. O Jojo (uma ave predadora), que vivia no centro de reabilitação de Moholoholo, estar convencido que era humano e não perceber por que é que eu recusava um pinto morto que me era tão “amavelmente” oferecido.

O que os surpreendeu mais?
JM – O que mais me surpreendeu foi que, 32 anos depois de ter saído daquele continente, as minhas memórias eram precisas, exactas e não estavam sublimadas pela saudade. Quando chegámos, saí do avião e disse à Raquel que cheirava a casa. No regresso, a Raquel, antes de entrar no avião, não dizia até já ao cheiro… mas à casa.
RP – Uma terra que vive para aquele dia. Com todas as coisas boas ou más. O respeito por aquela hora, minuto, segundo. A celebração de estarmos aqui e agora. O valor das coisas “simples”. A noção de espaço e tempo também foi uma novidade para mim. Existe um tempo diferente, provavelmente mais intenso, e um espaço maior, mais vasto.

Foi a vossa primeira vez na África do Sul. Tiveram oportunidade de conhecer um pouco da cultura local?
JM – Não houve muito tempo para isso; o que ficámos a saber foi através das conversas com os guias. Mas há um factor que se destaca em toda a África, que é a intensidade com que as pessoas vivem todos os momentos e, apesar das dificuldades, há sempre espaço e tempo para os sorrisos.


SUSTOS NA NOITE AFRICANA

Tiveram oportunidade de estar muito perto de vários animais selvagens. Apanharam algum susto?

JM – Eu sou muito protector e, embora não tenha apanhado nenhum susto, estive sempre alerta para que a Raquel não se assustasse. Houve apenas uma situação com os rinocerontes, mas sabíamos que estavam no habitat deles e que tínhamos que ter todo o respeito por isso. O único susto que a Raquel, verdadeiramente, apanhou foi uma noite de tempestade africana, daquelas que  impõem respeito e mostram a nossa frágil condição, perante a força da natureza.
RP – Estar de costas para um casal de rinocerontes para tirar uma fotografia, não é uma situação agradável. O pior foi quando ouvimos o som da gravilha no chão e nos atrapalhámos porque o João me puxou para se colocar entre mim e eles, para me proteger. Mas mais assustador é assistir a uma trovoada africana, como eu nunca achei que fosse possível existir. Essas imagens ficaram fotograficamente registadas na minha memória, por causa da violência e da coloração. É algo passível de ser entendido, unicamente, por alguém que tenha assistido.

Aconselharam-vos a ter algumas precauções no parque?

JM – Há uma série de regras a cumprir e elas foram-nos transmitidas, mas nada daquilo era novo para mim, pois recordava-me bem das nossas viagens em Angola e dos riscos que se correm.
RP – Claro que sim. Obrigatórias. Como nunca sair do veículo, não interferir, de forma alguma, no <P><I>habitat<P>, nomeadamente, não fazer barulho. Para além da sensibilização de que não estamos a visitar um Zoo.

Podemos considerar o Kruger Park um destino romântico?

RP – O mais possível. Há poucas coisas mais românticas do que a certeza de que cada instante que vivemos é único e irrepetível. Algo que o Kruger nos relembra.
JM – O romantismo está em nós e não nos destinos. Para um casal apaixonado, todos os locais são românticos.

São casados. Ainda costumam namorar?
RP – Claro! Tudo faremos para ser sempre assim.
JM – Só faria sentido casar se fosse para namorar sempre. Acho que é mais fácil esquecermo-nos que somos casados, do que esquecermo-nos de namorar.(risos)
Quem é o mais romântico?
JM – Nós tentamos combater a necessidade que há de quantificar e comparar. Não há um mais romântico do que outro: somos os dois românticos de maneiras e formas diferentes, mas somos pessoas que se completam e co-habitam em harmonia.
RP – O João consegue encontrar romantismo nos detalhes mais imprevisíveis. Ele tem uma forma singular de interagir com o mundo que o rodeia, que me apaixona.


ANO MARCADO POR PROCESSO COM ANA RIBEIRO


Que balanço fazem do ano de 2008?
JM – Foi um ano cheio de segundos, minutos, horas, dias que passámos abraçados a usufruir daquilo que a vida tem para nos dar.
RP – Foi um ano bom, dedicado ao projecto que temos vindo a construir diariamente.

Não deve ter sido um ano fácil, sobretudo por causa do processo de Ana Ribeiro contra o João…
O que o ano trouxe de difícil foi termos perdido pessoas que amávamos muito e que tinham o mesmo sentimento por nós. O processo da Ana Ribeiro é, em primeiro lugar, uma questão de consciência e isso nunca foi um problema para nós; depois, uma questão de justiça, que ainda está a decorrer e por isso vamos aguardar.

Já recorreu? Como está o processo?
Já recorri e estamos a aguardar a decisão do Tribunal da Relação.

Esquecerem o assunto está fora de questão?
O assunto ainda não está concluído. Todas as coisas que nos acontecem devem ser devidamente analisadas e devemos retirar delas toda a aprendizagem que podemos;, foi isso que fizemos, é isso que fazemos e é isso que tencionamos ser capazes de fazer no futuro.

Como é que a Raquel viveu este período?

Como vivo todos os outros… ao lado da pessoa com quem quero partilhar todos os momentos da minha vida.

E os amigos? Apoiaram-no ou preferiram desaparecer, como alguns fazem nos momentos mais difíceis?

JM – Os amigos apoiaram incondicionalmente, são as pessoas que melhor me conhecem. Se, por acaso, alguém desapareceu, não era amigo e não me conhecia.

Uma situação destas, em tribunal, aproxima um casal?

JM – Quando um casal, para além do amor, tem um profundo respeito pelo projecto que está a construir, todas as situações o aproximam, quer na bonança, quer nas adversidades.

Hoje estão mais apaixonados do que nunca?

JM – Hoje… continuamos apaixonados.(risos)
RP – Sempre.

Só falta um filho para celebrar o vosso amor. Não está nos planos?
JM – Faz parte dos nossos planos e acontecerá quando ele entender que deve aparecer. Já tem um feitio determinado.(risos)

A Raquel não sonha ser mãe?
Temos muita vontade de ser pais, sem a pressão de o sermos de uma forma planeada.

Como se imaginam como pais?
JM – Atentos, babados, amantes, curiosos, protectores e com a preocupação de preparar um filho para o Mundo. Para que ele seja inteiro, responsável e livre.
RP – Conscientes que temos muito para aprender e que essa aprendizagem será constante.


2009 CHEIO DE PROJECTOS DE ARTE

A nível profissional estão um bocado desaparecidos. Há projectos para 2009?
JM – Tenho estado a desenvolver um trabalho que passa, nesta fase, por sair mais vezes de Portugal. Mas, em 2009, vai haver uma exposição em Lisboa, num sítio ainda por definir, muito provavelmente uma outra no Porto e vai ser lançado o meu site oficial, para além de outros projectos, não só nas artes plásticas, como na escrita.
RP- Estou a lançar um novo conceito, o Artelection. Algo que vai revolucionar o conceito de coleccionador de arte em Portugal e que, na altura própria, terei todo o gosto em divulgar.

A Raquel desistiu da TV ou a TV desistiu de si?
Só posso responder pela minha parte. Tive algumas propostas, mas não as considerei suficientemente aliciantes para abdicar do meu projecto actual. A televisão, hoje em dia, é gerida numa ditadura de números que sacrifica muitas vezes a qualidade. É necessário uma revolução ao nível das mentalidades. Aceitaria um projecto motivador, dinâmico e que me cativasse, mas isso, até agora, não aconteceu.

Gostava de voltar?

Se os requisitos que enumerei estivessem preenchidos, gostava.

Não ser cara de um programa de televisão tem repercussões nos seus trabalhos de publicidade?

Não serei a melhor pessoa para responder a essa pergunta. O que posso dizer sobre esse assunto é que as propostas da Hugo Boss e da Bvlgari surgiram num momento em que estava afastada da televisão.

Recordo-me que, há uns tempos, se disse que a Hugo Boss ia deixar de ter contrato consigo. Como ficou esta situação?
Tanto a Bvlgari como a Hugo Boss mudaram a sua política internacional de embaixadores. A partir deste ano, deixou de existir esse tipo de representação, em todo o mundo. Continuo com uma relação privilegiada com ambas as marcas, mas já sem o vínculo contratual que a elas me ligava.



Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Ilídio Teixeira; Agradecimentos: VAviagens; Pestana Hotéis – Pestana Kruger Lodge; Hugo Boss; Espaço Rouge; Dior; Luxottica

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