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JAMES MORRISON gosta de desfrutar dos pequenos prazeres da vida

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Quando não está em digressão
Por norma e segundo a opinião do cantor, as pessoas agem como loucas quando andam na estrada. Fora dessas situações, ele considera-se um hippie que aprecia um bom cigarro e uma boa cerveja

Sex, 27/03/2009 - 0:00

Vende milhões de discos em todo o mundo, mas tem a simplicidade e humildade de um ilustre desconhecido. Assim é JAMES MORRISON, que recebeu a VIP num hotel, em Barcelona, horas antes de efectuar um show case na cidade catalã. Sem vedetismos, o cantor britânico fala da carreira e da forma como o nascimento, há seis meses, da primeira filha, ELSIE, o mudou.

O que é que fazia antes de se transformar num músico de sucesso em todo o mundo?
Antes de ser conhecido já tocava em muitos sítios, principalmente em pubs. Além disso, lavava carrinhas e já tinha sido carteiro. Tive muitos trabalhos dos quais não gostei (risos).

Ser artista era um sonho de criança?
Quando era pequeno gostava de música e de tocar, mas não pensava que isso seria a minha vida. Foi algo que aconteceu naturalmente e só aos 14 anos é que decidi que queria fazer da música a minha vida.

É público que teve uma infância complicada. Isso fez de si um homem e um artista melhor?
Sem dúvida! Penso que todas as pessoas que vivem e ultrapassam alguns momentos complicados ficam mais fortalecidas com essas más experiências. Felizmente, para mim, foi isso que aconteceu.

Ainda fica surpreendido com o seu sucesso?
Sim. Acho que, quando as pessoas pensam que vão ter muito sucesso, tudo vai por água abaixo. Por isso, espero sempre o pior enquanto desejo o melhor. Quando escrevi as letras do segundo álbum não sabia se as pessoas desejavam comprá-lo ou nem por isso. Simplesmente escrevo as canções para me sentir bem. Independentemente de vender muito ou não, sinto sempre que dei o meu melhor.

Porquê Songs For You, Truths For Me (“canções para ti, verdades para mim”)?
Porque o álbum é isso mesmo. É um álbum cheio de músicas com significado e queria que as pessoas soubessem isso.

É um disco dedicado à sua mulher, Gill, e à sua filha, Elsie?
Sim, sim, sim (risos).

Ter sido pai mudou-o enquanto artista?
Sim. Não mudei no imediato quando soube que ia ser pai. Foi uma mudança gradual, mas a grande diferença foi quando ela nasceu. Por exemplo, a música Love Is Hard é dedicada à minha filha.

Ela já vibra com as músicas do pai?
Sim (risos). Não costumo cantar- lhe as minhas músicas, mas outras. Mas ela já conhece a minha voz quando me ouve na televisão.

Como foi trabalhar com a Nelly Furtado?
Foi muito bom. Ela é óptima e nunca pensei que ia trabalhar com alguém como ela. A Nelly canta muito bem e tudo aconteceu naturalmente.

É verdade que gravaram a música em apenas um dia?
Sim. Estive um dia em Toronto, no Canadá.

Para quando um concerto em Portugal?
Espero que seja no próximo Verão. Tenho a agenda muito preenchida com concertos e festivais, mas gostava muito de ir a Portugal neste Verão.

Neste álbum, três músicas têm a palavra “amor” no título. É um romântico?
Podia ser mais. Acho que é por isso que escrevo músicas românticas. Não sou aquele tipo de romântico que está sempre a comprar flores. Para dizer a verdade até me esqueço das datas. Por exemplo, esqueci- -me do Dia dos Namorados.

Conhecemos o seu lado artístico. Como é na intimidade?
Tento relaxar (risos). Tento divertir- me e não me levo muito a sério. Quando estamos em digressão acabamos por agir como loucos. Sou um hippie que gosta de um bom cigarro e de uma boa cerveja.

Com apenas 24 anos já conquistou o mundo, como será quando tiver 30?
Espero que não morra. Há muitas pessoas que têm muito sucesso e que morrem aos 27 anos. Aconteceu isso ao Kurt Cobain e ao Jimi Hendrix. Se passar essa idade, espero estar a cantar e desejo ter o meu próprio estúdio.


Texto: Bruno Seruca, em Barcelona; Fotos: D.R.

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