Débora Monteiro
“Já estou mais à vontade com o meu corpo”

Famosos

Estreia-se no cinema em “Duas Mulheres” onde dá vida a uma lésbica call girl
Apesar de estar habituada a lidar com câmaras, nesta estreia no grande ecrã Débora Monteiro, que já participou nas novelas “Morangos com Açúcar” e “Ele é Ela”, teve um desafio maior: além de aparecer com muito pouca roupa, vive ainda um romance lésbico.

Sáb, 21/08/2010 - 23:00

Apesar de estar habituada a lidar com câmaras, nesta estreia no grande ecrã Débora Monteiro, que já participou nas novelas Morangos com Açúcar e Ele é Ela, teve um desafio maior: além de aparecer com muito pouca roupa, vive ainda um romance lésbico. A modelo e actriz, de 27 anos, dá vida a Mónica, uma acompanhante de luxo que luta por aquilo que quer. Ao seu lado em Duas Mulheres, realizado por João Mário Grilo, tem a actriz Beatriz Batarda, com quem troca vários beijos calientes. "Tínhamos química entre nós", garante a ex-Moranguita à VIP, assegurando que também não teve qualquer problema em tirar a roupa: "Percebi que mostrar o corpor se enquadrava na personagem." Para esta produção exclusiva da VIP não tirou a roupa toda, mas mostra toda a sua beleza.

VIP – No filme Duas Mulheres interpreta Mónica, uma acompanhante de luxo que se envolve com uma mulher. Como construiu esta personagem?
Débora Monteiro
– Para este filme tive aulas durante um mês – com a professora Joana Carvoeiro –, vi muitos documentários sobre acompanhantes de luxo e trabalhei outros textos para ver como é que conseguia enquadrar a personagem. Depois foi um trabalho meu, para me sentir à vontade com o meu corpo, para me expor. Ensaiei muito com o Mário Grilo e com a Beatriz Batarda.

O mais difícil foi mostrar o corpo?
O mais difícil foi mesmo fazer um filme – porque foi a minha estreia em cinema – e mostrar que o conseguia fazer bem feito. A questão do corpo… A partir do momento em que li o texto percebi que mostrar o corpo se enquadrava na personagem. Por isso, tinha mesmo de ser feito. Não fazia sentido existir a Mónica sem existir esse à vontade com o corpo. A Mónica não tem esses tabus.

O facto de ser manequim facilitou o trabalho?
Claro. Já estou mais à vontade com o meu corpo, se bem que nunca o expus assim. Mas quando entrava no cenário esquecia-me de tudo e fazia as cenas.

É uma mulher muito bonita. E com um corpo de sonho. É muito assediada?
Não! Tenho a noção que as pessoas que acompanham o meu trabalho têm uma imagem da Débora produzida ou maquilhada. Claro que idealizam uma Débora glamourosa. Agora por causa da moda do Facebook se calhar sinto mais feedback do público porque lá os meus fãs comentam o meu trabalho e o facto de ser uma mulher bonita. Eu lido bem com isso. Os piropos mais atrevidos passam-me ao lado.

E como foi interpretar uma personagem homossexual?
Na altura nem pensei muito no facto da Mónica ser homossexual. O que tentei trazer para esta personagem foi o amor e a paixão que sinto por um homem. Foram esses sentimentos que tentei transmitir nos momentos em que estou com a Joana. Não tive problemas em relação a isso. A Beatriz também me deixou à vontade. Foi fácil porque tínhamos química entre nós, dávamo-nos bem.

Já se conheciam?
Não, conhecemo-nos pessoalmente nos castings.

O que é que a Mónica tem da Débora?
Se calhar é o não ter problemas em ir atrás das coisas que quer, o não ter medo em arriscar.

É uma pessoa corajosa? Como é que é a Débora?
Sou uma pessoa corajosa, muito descontraída, mas corajosa. Acho que sou simpática, divertida, gosto de ter o meu espaço, de estar com os meus amigos, não gosto da solidão. Sou uma rapariga normal que tem os seus objectivos e que só quer ser feliz.

Custou-lhe muito chegar a esta estreia no cinema?
Sim, estava supernervosa. Os meus amigos já não me conseguiam aturar porque eu ligava a todos… É o receio do que vai aparecer. Estamos no cinema, vamos aparecer num ecrã gigante. Mas acho que correu bem, eu fiquei satisfeita com o que vi, as pessoas também gostaram do filme. Fiquei contente.

O seu namorado o que é que disse depois de ver o filme?
Ele gosta muito de cinema e disse que tinha gostado muito. Ficou surpreendido pela forma como eu tinha entrado na personagem e disse que este era um filme muito bom, com um excelente elenco. Disse que eu tinha muita sorte em ter participado nele.

Estreou-se num filme com um elenco de luxo. Houve alguém a quem tivesse pedido conselhos?
Quem me ajudou mais foi a Beatriz, porque foi com ela que eu mais contracenei. Eu fiz dois castings e um deles foi com ela, para ver se havia química ou não entre nós. E quando começámos a fazer o filme foi ela quem me ajudou sempre, que me deu dicas. Ela apoiou-me desde o início. 

Depois disto o que lhe apetecia fazer? Acredita que este projecto lhe vai abrir portas profissionais?
Eu tenho esperança que isto me abra portas. O meu objectivo é conseguir fazer mais trabalhos a partir daqui. De preferência no cinema, porque apaixonei-me pela sétima arte. Mas  se aparecer um projecto em televisão não digo que não.

Tem os seus objectivos a nível profissional bem estabelecidos. E a nível pessoal?
A nível pessoal quero alcançar estabilidade financeira, estabilidade com o meu companheiro.

Quer casar, ter filhos?
Não tenho o sonho de casar. Ter filhos, sim! Quero muito ser mãe. Ainda por cima tenho sobrinhos e isso alimenta o "bichinho" de ser mãe. Mas para já não.

Texto: Sónia Salgueiro Silva; Fotos: Rui Costa  

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